As obras num monumento classificado ou de significativa relevância ainda
pior! Primeiro que se pense nisso a sério; primeiro que se consiga cabimentar
verba no orçamento; primeiro que se estudem os termos do concurso da adjudicação ; primeiro que se lance o concurso e se classifiquem
os concorrentes; primeiro que a verba fique, afinal, disponível e as obras
comecem… uma eternidade! E, depois, o edifício encerra «para obras»!...
Fiquei, por isso, mui agradavelmente surpreendido quando o meu amigo Juan
Santos me propôs para o dia seguinte à conferência na Universidade do País
Basco, 26 de Abril, p. p., que eu visitasse com ele as obras da catedral de
Vitória. As obras? – perguntei a mim mesmo. Se calhar, há escavações arqueológicas
pelo meio… E o que mais me admirou foi ele ter querido marc ar
a visita com mais de um mês de antec edência!...
Tinha razão. A catedral está «abierta por obras»; a Fundación Catedral de
Santa María, responsável pelo processo, organizou visitas guiadas pagas, que
têm sido um êxito quer do ponto de vista turístico quer financeiro: «Arquitec tos, arqueólogos, operarios, andamios… configuran
el dia a día de un proyecto innovador en el turismo cultural […] lo que nos
lleva a ser un referente tanto nacional como internacional»!
Dei este exemplo num dos seminários do recente congresso realizado em
Cascais sobre o património edificado e sua reabilitação .
António Lama s, o orador cuja intervenção eu comentava, conhecia o caso de Vitória e garantiu-me
que, em Sintra, as reabilitações em curso, da responsabilidade de Parques de Sintra –
Monte
da Lua, estão… «abertas para obras». Rejubilei.
Publicado
no quinzenário Renascimento (Mangualde), nº 599, 1-09-2012. p. 4.
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