sábado, 25 de junho de 2011

Andarilhanças 6

Cerimónia do 10 de Junho
Há males que vêm por bem. Escorraçadas do Largo Camões pela ganância economicista, as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades acabaram por ganhar, este ano, novo brilho. Tudo se passou no largo fronteiro aos Paços do Concelho, que se viu cercado de bandas vindas dos quatro cantos da vila, na presença de representantes das entidades locais que houveram por bem comparecer. As duas coroas de flores – da Câmara e da Sociedade Propaganda de Cascais – foram, em pequena romagem, depositadas aos pés da estátua do Épico, enquanto os clarins dos bombeiros tocavam a sentido. De regresso ao largo, procedeu-se ao içar das bandeiras, enquanto se entoava o hino nacional; um actor, vestido à Camões, disse as primeiras oitavas d’Os Lusíadas; o Presidente da Câmara passou revista à corporação de bombeiros perfilada e… bateram-se palmas. Ao Épico, a Portugal, à nossa vontade de, em cerimónia singela mas digna, mostrarmos que… ainda temos orgulho em ser Portugueses!

Paredão: arte, arranjos…
Engalanou-se o paredão para bem receber os veraneantes.
Além de se ter logrado terminar a tempo o arranjo das plataformas e das guardas que a fúria do mar destruíra, houve a 4ª edição da Artemar, concurso internacional de escultura que chama a atenção para a necessidade de preservarmos o mar, pois que as peças a concurso devem ser «construídas a partir de resíduos retirados do mar ou que representem este elemento natural» – mais um pretexto, portanto, para deleite e consciencialização. E, este ano, expuseram-se também painéis com a reprodução das peças mais significativas das três edições anteriores. Boa ideia!

Parques de estacionamento
No momento em que redijo esta nota, ainda não sei se já se paga o estacionamento no parque que serve, principalmente, o Parque Marechal Carmona e a Casa das Histórias Paula Rego. Não sei, por isso, se foi atendida a minhas sugestão de, praticando-se tarifas ‘sociais’ (digamos assim), esse parque poder ser considerado de ‘serviço público’, tendo em conta os equipamentos de cultura e lazer que serve.
Sei, porém, não porque a ESUC me haja respondido mas porque fui lá, que o parque frente ao Parque Palmela tem, na verdade, tarifas aceitáveis, contabilizáveis ao minuto. Congratulo-me.

Placa ALCOITÃO do ACP
Estiveram paradas durante anos as obras de reconstrução de uma casa saloia, à entrada de Alcoitão vindo de Manique. Marcava essa casa, em meados do século passado, a entrada no núcleo urbano da aldeia e ostentava, por isso, a placa azulejada ali manda colocar por iniciativa do Automóvel Clube de Portugal, com a indicação do topónimo: ALCOITÃO.
Sempre que passava por ali, tremia: «Será que vão ter a sensibilidade de a manter como documento histórico»?
Mantiveram. Como também não alteraram cognitivamente a traça original do casal.
Parabéns!

«Cai Água»
Publica o Núcleo de Amigos de S. Pedro do Estoril (NASPE) o seu boletim, a que deram o significado nome de Cai Água, que era o nome primitivo da povoação.
Tenho presente o nº 25, de Julho, que abre com uma bonita imagem do «anfiteatro» da Pedra do Sal ao pôr-do-sol e a propósito da qual a presidente do NASPE preconiza a reconstituição do moinho e da azenha que foram, afinal, o ex-líbris do sítio e lhe deram o nome – da água que deles corria sobre a falésia, para o mar…
Destaque ainda para duas sugestões: prende-se a primeira com a proposta de ser dado à Escola EB 1 de S. Pedro o nome da Profª Hortênsia Correia, benemérita que, há 51 anos, «com recurso à venda de património familiar, decidiu custear a construção de mais uma sala de aula»; refere-se a segunda a um apelo à cidadania: para além de se procurar evitar deitar lixo para a via pública (e há uma imagem impressionante nesse boletim), é muito fácil fazer um telefonema (que é gratuito – 800 203 186) para a EMAC, quando se verificar que, nesse aspecto, algo não está a correr bem.

Publicado em Jornal de Cascais, nº 272, 22-06-2011, p. 4.

sábado, 18 de junho de 2011

Andarilhanças 5

Padre José Maria Loureiro
Passou a 29 de Maio o centenário do falecimento do Padre José Maria Loureiro, que foi, durante 46 anos (1865-1911), prior da freguesia da Nossa Senhora da Assunção, de Cascais, e cuja benemerente acção religiosa e cultural muito engrandeceu a vila.
O acólito José João Loureiro, que muito se tem dedicado à história religiosa do concelho, teve ocasião, no dia 28, de salientar os aspectos mais significativos da obra do insigne sacerdote, após a missa solene mandada celebrar, nesse dia, pela Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
Houve, depois, romagem ao cemitério da Guia, onde, em «coval doado pela municipalidade», jazem os seus restos mortais.
Sobre a campa, uma lápide
tem gravado o reconhecimento da Associação de Socorros Mútuos de Nossa Senhora da Assunção (fundada a 1 de Fevereiro de 1870) e da Associação Humanitária Recreativa Cascaense, associações a cuja criação o Padre Loureiro deu também grande apoio.

Eco-cabana
Está agora aberta durante a semana – e não apenas ao fim-de-semana – a eco-cabana sita perto da entrada do Parque Marechal Carmona.
Um hino à biodiversidade; um louvor da cortiça como produto natural de múltiplas aplicações e a reciclar; um convite a que se usufrua, a pé, o Parque Natural Sintra-Cascais, com sugestões de percursos.
Iniciativa de interesse, inaugurada a 17 de Fevereiro de 2009, na sequência de o seu projecto ter vencido o concurso “Prémio Ideias Verdes Água de Luso – Expresso 2007”. Trata-se, no fundo, como se pôde ler na informação veiculada quando abriu, de «um modelo de habitação com reduzida pegada ecológica, modular, construída com materiais reciclados ou recicláveis, e pode ser usada como qualquer edifício convencional; funciona com recurso a energias alternativas e tem gestão própria de consumo eléctrico e de água a partir de um dispositivo electrónico».
Diante da eco-cabana, há mesmo um posto de abastecimento de energia para veículos eléctricos.
Vale a pena, pois, dar lá uma saltada com as crianças, antes dos momentos maiores de distensão no parque anexo.

Jogos tradicionais
E já que se fala do Parque Marechal Carmona, insista-se no facto de haver ali espaços para a prática de jogos tradicionais.
Houve, como se noticiou, nos dias 21 e 22 de Maio, o 4º Encontro Nacional de Jogos Tradicionais, nacionais e internacionais. Ali se jogou à malha, ao burro, à macaca… Mas há tabuleiros para damas e xadrez; terreno para a laranjinha ou a petanca… Nada falta! Ou melhor, falta aliciar elementos da chamada “terceira idade” para irem lá aproveitar.



A Escrita a Postos, de Júlio Conrado
Com organização e prólogo de Floriano Martins, ilustrações de Carola Trimano, foi já o ano passado (2010) editado em S. Paulo (Escrituras Editora, ISBN: 978-85-7531-391-6) o livro A Escrita a Postos, de Júlio Conrado.
Recolhe a novela Era a Revolução (1977); a peça de teatro Corno de Oiro (2009); e uma selecção de ensaios publicados em Ao Sabor da Escrita (2001) e Nos Enredos da Crítica (2006).
Trata-se, como o próprio autor confessa, da «primeira incursão a sério em Terras de Vera Cruz» e muito folgamos com isso, pelo que significa de reforço da sua internacionalização (recorde-se, por exemplo, que Era a Revolução teve tradução francesa) e, além disso, pelas portas que assim se abrem para maior convívio entre os autores portugueses e brasileiros, independentemente de escreverem, ou não, segundo o novo acordo ortográfico!...

Publicado em Jornal de Cascais, nº 271, 15-06-2011, p. 6.

«É meu!»

É bem provável que a globalização em que estamos embrulhados e os distúrbios que ela provocou voltem a exigir um olhar mais atento para a nossa realidade circunvizinha, num retorno às boas tradições que fizeram o saudável quotidiano de nossos avós.
Queiramos ou não, as medidas políticas que tardam (e sempre tardarão!) serão teóricas de mais para que se concretize o apregoado regresso ao campo, fonte, afinal, da nossa verdadeira riqueza e auto-sustento.
Não me admiraria, portanto, que voltasse a figura do pastor que leva ao pasto ovelhas e cabras de vários vizinhos, distinguindo-se os animais por uma marca, ainda que eles saibam melhor que ninguém o caminho do seu aprisco. Não me admiraria que voltassem a funcionar os fornos comunitários, em que se ajuntavam numa fornada os pães tendidos pela Ti Maria e pela Ti Jòquina e pela Ti Getrudes – e cada uma punha sinal para indicar «daqui para ali, os pães são meus!».
O mesmo acontecia, em tempo de Romanos, em relação às fornadas de material cerâmico. Decerto também as de pão, mas nada ficou para no-lo provar, enquanto que de telhas e tijolos há grafitos marcados na massa por secar.

Encontramo-los por toda a parte, ainda que só recentemente se tenha consciencializado que a palavra CAMPANI, por exemplo, significava não que aquela telha fosse “de Campano”, o fabricante ou o destinatário dela, mas sim que essa telha, com esse grafito, marcava o começo do lote que fora encomendado por um senhor com esse nome.
Compreende-se a importância histórica que essa informação detém:
1º) Fica-se a saber que, no local donde essa telha proveio, existia um forno cerâmico (pelo menos, um) e, por conseguinte, haveria barreiros bons por perto (informação de teor económico).
2º) A etimologia do nome (neste exemplo, latina) ajudava a saber que gentes habitavam por ali (informação de teor sociocultural).
3º) Se se fabricavam telhas, era porque se necessitava delas para cobrir habitações – e haveria um aglomerado populacional por perto ali (informação de teor urbanístico).

Publicado no quinzenário Renascimento [Mangualde], nº 572, 15-06-2011, p. 13.

Centenário de S. Brás de Alportel

Passarão cem anos, em 2014, sobre a elevação de São Brás de Alportel à categoria de concelho. Quis o Executivo Municipal nomear-me para presidir à comissão encarregada de levar a cabo as iniciativas que integrarão essas comemorações. A apresentação foi feita na sessão solene do passado dia 1 de Junho, Dia do Município. Não me foi possível estar presente, mas preparei para aí serem ditas as palavras que se seguem:

Aceitei, com todo o gosto e muito orgulho, tão honroso convite que me foi endereçado pelo Senhor Vice-Presidente, Vítor Guerreiro, em nome do Executivo Municipal, para presidir à Comissão que irá ter a responsabilidade de organizar, em estreita colaboração com todas as forças vivas são-brasenses, as comemorações do centenário do nosso concelho.
Apesar de fisicamente ausente, não há dia nenhum em que eu não tenha notícias de S. Brás e que não sinta o pulsar cada vez mais forte e saudável de um Município que detém já, por mérito próprio, lugar de destaque no panorama dos municípios algarvios e, até, dos municípios portugueses.
Isso se procurará demonstrar! Ainda que nascido apenas há escassos cem anos, S. Brás soube, mormente nas últimas duas décadas, agarrar oportunidades, despertar consciências, acolher hospitaleiramente os que doutras paragens aqui decidiram fixar-se, apelar ao regresso dos são-brasenses que, há décadas, haviam debandado em busca de melhores condições.
Não se hesitou em aceitar o progresso no que ele significa de melhoria da qualidade de vida, mas soube-se também, por outro lado, manter e fazer renascer tradições, memórias, identidades!...
A Calçadinha funciona, pois, como símbolo desse saudável apego a uma História milenar, que não começou, não, apenas há cem anos, numa singularidade que tem muito mais que um século e que a vontade de um punhado de são-brasenses apenas quis realçar e reivindicar quando proclamou a sua independência em relação a Faro.
Tudo isso se procurará, pois, demonstrar nas comemorações. Ao som de acordeões, claro, que nisso somos mestres; mas também na cristalina pureza das nossas fontes aconchegadas; na riqueza enorme da nossa cortiça; no desfiar de lendas e cantilenas; na evocação dos vultos grandes da nossa História, os que por cá viveram e outros que souberam alevantar em franças e araganças e por esse País fora, nas mais honrosas funções e actividades, o nome de S. Brás – que Alportel foi, e é, «porta»! Porta de saída, sim; de passagem obrigatória, também. Queremos, com as comemorações, mostrar que é, sobretudo, porta de entrada para um rincão delicioso, onde – em pleno contacto com a Natureza, no total respeito pelo ambiente e pela biodiversidade – é bem agradável viver!

Publicado no jornal Noticias de S. Braz, nº 175, 20-06-201, p. 175.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Agarra o canteiro a pedra…

O momento mais importante é a boa colocação da pedra que em bruto lhe chegou às mãos. Já sabe o que dela vai sair: um peitoril, uma verga, uma soleira… Por isso, estuda-a bem, para saber por onde há-de começar.

Ajeita-a com um punhado de lascas (o chão está cheio delas); firma-a; senta-se no banco improvisado (um toro com pedaço de tábua velha pregado, coberta por farrapo de cotim ou pelo papel grosso do saco de cimento); mede de novo (é um metro amarelo, articulado, de madeira, com centímetros e polegadas); confronta o esboço que o patrão lhe entregou… Então, vamos lá começar!
De maceta em punho, desbasta-a nas arestas com o escacilhador (ou escacilhador), um escopro grosso. O desbaste na superfície é feito a ponteiro (esponteirar). O escopro alisará depois e chegará quase às medidas prefixadas. Amiúde, entra de seguida o bujardão, de 16 dentes (boca de 4 x 4), e logo a bujarda, com boca de 7 ou de 9, conforme se pretenda o ‘picado’, grosso ou fino. Nos seus 49 dentes, a bujarda empresta aquele toque rugoso que se preconiza para os elementos arquitectónicos. E o metro sempre por perto, porque as medidas se querem rigorosas.
No peitoril, o badame (escopro fino) vai servir para rasgar a ranhura de encosto do batente; a goiva arredondar-lhe-á o corte; o ferro de romã (assim chamado devido ao feitio da sua superfície de corte) será fundamental para abrir o buraco central de escoamento das águas.
Junto às arestas, o escopro ou o ferro de dentes (gorjeta de dentes) alindarão o conjunto, uma espécie de nastro a sublinhar obra de arte…

Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel], nº 149 (Junho 2011), p. 10.

Ilustração
Instantâneo - em 9 de Novembro de 2006 - de dois canteiros em pedreira já semi-abandonada na Pampilheira (Cascais), que fazem cascões, essas lajes toscas que servem para pavimentar jardins ou aplicar em muretes rústicos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Andarilhanças 4

Mário de Menezes (24.12.1932 – 30-05-2011)
Faleceu, no passado dia 30, o Arqº Mário Braz António Santana de Menezes, natural de Goa, que exerceu, durante praticamente toda a sua vida (1960-2002), funções de técnico na Câmara Municipal de Cascais.
Dotado de um grande espírito de serviço (obteve, por exemplo, o mais alto galardão do Lionismo Internacional, a placa «Melvin Jones 5 diamantes»), apoiou e até esteve na origem de muitas colectividades e associações de benemerência do concelho de Cascais.
A sua biografia consta do livro Personalidades da Costa de Estoril, I vol., Cascais, 1995, p. 411-420, onde se realçam a sua «inteligência, modéstia e timidez» e se escreve, a propósito da sua larga acção benemerente:
«Esta acção, muito pouco conhecida, pela forma discreta como é praticada, revela uma intensa sensibilidade e a preocupação permanente com os problemas do seu semelhante».
Além da sua ampla actividade camarária – era, seguramente, um dos técnicos que melhor conhecia os meandros urbanísticos do concelho – não esqueceu o facto de ter vivido também em Moçambique, tendo-se empenhado em prol da paz entre as partes em conflito.

A 5 de Outubro de 1992, teve do Papa João Paulo II, por quem foi recebido, uma bênção particular, por ocasião da assinatura do tratado de paz, em Roma, referente a Moçambique.
Amigo do seu amigo, capaz de despir a camisa para a dar a quem dela precisasse, Mário de Menezes nunca se pôs em bicos de pés... Também por isso, a nossa homenagem e uma prece pelo seu eterno descanso. E um abraço de sentidos pêsames à família.

Faça-se o desenho!
Costuma dizer-se que com um ‘boneco’ se aprende melhor. Sempre me habituei a ir escrevinhando no quadro quando leccionava...


Aí vai, pois, o boneco, que é como quem diz a tal placa a indicar que a Trav. Fernão Lopes, na Pampilheira, frente à Clínica CUF Cascais, é um beco sem saída. Não é. Pode entrar-se nela pelo Bairro Operário – e sair também, quando se vem da rua com o mesmo nome. Agora, até alcatroaram tudo!...

O final da A5
De vez em quando, voltamos a malhar em ferro frio e perguntamos se os políticos não têm vergonha por não conseguirem dar a forma definitiva ao final da A5. Silêncio é a resposta que se recebe. Os utentes vociferam todos os dias; há quem já fizesse feitiço para que os responsáveis sejam inexoravelmente atacados de bexigas loucas. O feitiço… falhou!

Auto-estrada
Já agora, que estamos em maré de auto-estrada (e é, de facto, um consolo e um privilégio, por exemplo, apanhar duas auto-estradas para ir de Cascais ocidental para o Cascaishopping!...), informe-se que há um erro amiúde cometido: apanham-se, de facto, duas auto-estradas e não dois auto-estradas. A concordância em género faz-se com o segundo elemento.

Publicado em Jornal de Cascais, nº 270, 08-06-2011, p. 6.

Andarilhanças 3

Parque no Bairro dos Pescadores
A partir do momento em que o hospital se transferiu para o Cabreiro, deixou de ter rendibilidade mínima de funcionamento o parque de estacionamento do Bairro dos Pescadores. Encerrou.
Aliás, tal aproveitamento daquele espaço de 3500 m2 constituiu uma forma de a empresa, ligada ao Hotel Baía, obter daí algum rendimento, enquanto as ‘burocracias’ camarárias se não empenhassem a estudar a sério a melhor forma de, a benefício de todos, o terreno com oliveiras e não passível de ser agricultado, outro uso pudesse ter. O projecto existe, mas… não passa da cepa torta!
Dava-nos imenso jeito aquele parque, a preços convidativos e com localização excelente para quem, vindo da zona norte, detestasse meter-se na emaranhada confusão do centro da vila. Compreende-se, porém, que só para os dias de praça… não dá!

Forno crematório
Ganha cada vez mais adeptos a opção da cremação - na sequência, aliás, de prática bem divulgada entre os Romanos e outras civilizações - mormente a partir do momento em que deixar de haver para tal objecções de teor religioso.
Mas também nisto Cascais parece querer ir na cauda do pelotão. Sintra tem forno crematório, em Rio de Mouro; Oeiras já anunciou para muito breve o início da construção do seu. Propôs-se, há já alguns anos, um para Alcabideche; mas embrulharam-se os políticos e ficou tudo em águas de bacalhau. Pelos vistos, nem para nós somos capazes de ser bons!

Promessas eleitorais
Acho imensa piada ao livro Psicologia das Multidões, de Gustave Le Bon (editado entre nós por Publicações Europa-América na Colecção Livros de Bolso, nº 365, em 1983, com tradução de Isabel Braga.
Transcrevo uma passagem do capítulo sobre as multidões eleitorais (publicado, atente-se!...) em… 1895!
«O eleitor gosta que os seus anseios e vaidades sejam lisonjeados; o candidato deve bajulá-lo e fazer-lhe as promessas mais fantásticas. Se fala para operários, as injúrias aos patrões nunca são de mais. Quanto ao candidato contrário, há que esmagá-lo, decretando pela afirmação, repetição e contágio ele é o maior dos malandros e que ninguém ignora que cometeu vários crimes. Se o adversário conhece mal a psicologia das multidões, tentará justificar-se utilizando argumentos, em vez de responder às afirmações caluniosas com outras afirmações igualmente caluniosas; a partir desse momento, não terá qualquer hipótese de triunfar» (p. 108-109).

Antigos Alunos Salesianos
Vai celebrar-se, na Casa D. Bosco, na Amoreira, o 59º Dia Nacional dos Antigos Alunos Salesianos. A 18 de Junho, com um programa que inclui, além da apresentação das actividades, o almoço de confraternização e um passeio pela orla marítima.
Cascais é, como se sabe, pelo número de antigos alunos que tem, um dos concelhos mais ‘salesianos’ de Portugal.
Contactos: tel. 214 662 270; e-mail: geral@aaase.pt

Publicado em Jornal de Cascais, nº 269, 01-06-2011, p. 6.