sábado, 25 de novembro de 2023

As histórias do piloto aviador

            Cada vez mais nós gostamos de histórias. Aliás, não rezam as Escrituras que Jesus Cristo usava das parábolas para melhor inculcar quanto pretendia ensinar? «Saiu o semeador a semear a sua semente…». Não lemos fábulas às nossas crianças para elas melhor compreenderem a moral que vem no fim?
            Bem fizeram, pois, os filhos do nosso saudoso Coronel Piloto Aviador o são-brasense Victor Brito em pôr em livro as histórias que seu pai foi contando e publicando ao longo da vida. Homenagem é ao pai, mas também aos 90 anos da mãe, a quem, no final do prefácio, Zé Brito, o filho mais velho, dedica estas palavras:
            «Foi ela, como tantas mulheres, que, com o seu sacrifício e persistência, sofrendo, com medo (na altura, os acidentes com aviões militares eram frequentes), sozinha (porque o meu Pai estava quase sempre  fora), criou quatro filhos e tratava de tudo, ou quase tudo, em casa, proporcionando ao meu Pai uma liberdade que lhe permitia dedicar-se quase totalmente às suas actividade aeronáuticas, sem ter de se preocupar com afazeres domésticos e com a educação dos filhos, pois sabia que estava tudo em boas mãos».
            Histórias autobiográficas, sim; contudo, se nos lembrarmos que se trata de alguém que fez a guerra colonial e ainda estava no activo, na Força Aérea, nos primeiros tempos após o 25 de Abril, facilmente se compreenderá que, ainda que contadas do seu ponto de vista, muitas dessas histórias nos revelam aspectos, porventura pouco conhecidos, das proezas e acontecimentos vividos.
            Só para se ter uma ideia, os títulos de alguns dos capítulos das cerca de 200 páginas deste denso livrinho, também documentado com fotografias:
            – Amaragem no Atlântico em Grumman SA 16, “Albatroz”;
            – Um aldeamento indígena dentro de uma base da Força Aérea;
            – Evacuações nocturnas em Moçambique;
            – Montagem de metralhadoras nos helicópteros Alouette II e III;
            – Ataque ao rádio farol do AB7 em Tete em Outubro de 1971;
            – O comandante entra no avião com uma passageira Vip ao colo?
Para divertir os filhotes, criara Victor Brito um personagem: o desajeitado Zé dos Queixos Grandes, «tão grandes eram os queixos que se atrapalhara todo e em tudo o que fazia os enormes queixos tinham o papel principal», conta a filha Aida Brito. Lendo-as agora, somos nós que vamos ficar mais sábios!
 
                                    José d’Encarnação

Publicado em Notícias de S. Braz (S. Brás de Alportel), nº 324, 20-11-2023, p. 7.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Luz vermelha

              
Cândido Ferreira já não pertence ao nosso mundo; deixou.-nos em Fevereiro deste ano. Aliás, as suas intervenções nos últimos anos de vida poderiam já ser consideradas «do outro mundo», como foi o caso do livro
“Covid-19 A Tempestade Perfeita”, sobre que o médico Rui Crisóstomo – em cerimónia de homenagem realizada em Cantanhede, sua terra natal, a cujo município mui significativamente Cândido Ferreira entregou parte do espólio histórico que foi reunindo ao longo dos anos – afirmou que as soluções aí apontadas, «por estarem sempre muito à frente no tempo, só muito mais tarde foram reconhecidas na sua justeza e validade», acrescentando: «Infelizmente, quando o foram, para muitos, era tarde demais».
            Retomo a evocação da sua memória, porque dele guardei esta frase que me enviou numa das muitas mensagens que tivemos oportunidade de trocar:
            «No entanto, três meses depois da apresentação da candidatura, bloqueado pela principal imprensa, que sobre mim só passava contrainformação, ganhei a certeza de que o melhor seria desistir. Pois se até entrevistas televisivas solicitadas foram alvo de apagão, enquanto jornalistas amigos me avisavam que sempre se acendia uma qualquer “luz vermelha”, quando o meu nome aparecia nas Redações».
              Referia-se à candidatura à presidência da República.
            Ocorreu-me agora a sua alusão à ‘luz vermelha’. Não, por encontrar, amiúde, quem, na estrada, passe a toda a brida e o semáforo já virara encarnado, mas porque a frequência dessas tais luzinhas vermelhas está a aumentar substancialmente.
Cândido Ferreira partiu, consciente de que, custe-lhe o que custasse, não obedecia ao eufemismo do «politicamente correcto» e, por isso, a luzinha acendia; nós, os que por cá ainda andamos e tivemos a experiência de aprender a escrever para a Censura, acabamos por, agora, recomeçarmos essa aprendizagem.
O perigo espreita, porém: o de nos acomodarmos, baixarmos os braços, quem vier atrás que feche a porta, para que hei-de eu ralar-me, eles são pagos para isso, albarde-se o burro à vontade do dono!...
O dono é que nem sempre domina à perfeição as técnicas do albardar e, quando menos se espera, lá vai a cangalha ao chão com tudo o que tem em cima e nada há que se aproveite depois. Chora-se sobre o leite derramado, mas só o canito que passe o tentará lamber…

José d’Encarnação

Publicado em Renascimento [Mangualde], nº 855, 15/11/2023, p. 10.

 

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Caldos de castanha

            Conta o Padre António Vieira, num dos sermões, a faina do estatuário desde o arrancar da pedra na montanha até ao afilar dos dedos duma estátua. Ciência de experiência feita, a do estatuário; saber de experiência feito, o do pregador.

            Instintivamente, a cena ocorreu-me ao ler o livrinho «Caldos de Castanha», que Alberto Correia cinzelou, dez municípios apoiaram, Sernancelhe e a Confraria da Castanha, fundada a 22 de Outubro de 2006, editaram.
            Oito são as receitas apresentadas, colhidas em restaurantes da zona e, também, no Curso Técnico de Cozinha/Pastelaria da Escola Profissional de Sernancelhe. Qual delas, a melhor – no sabor, na mestria e no respeito pela tradição.
            Louve-se, naturalmente, a iniciativa, não apenas por veicular em papel informações a não perder, mas – de modo especial – por os executivos dos vários municípios envolvidos se haverem disponibilizado a apoiá-la.
            É um livrinho pequeno, de escassas 24
páginas. Na da esquerda, sempre, as excelentes fotografias, saídas do apurado sentido estético de José Alfredo; na da direita, os textos.
E se as receitas obedecem ao rígido e esclarecedor formulário do ritual culinário e vão carecer, por isso, de toda a atenção de quem as quiser pôr em prática (os caldos, os cremes, as sopas…), já o mesmo se não dirá dos três ‘capítulos’ iniciais, onde Alberto Correia deu largas ao seu estro poético. António Vieira, dum pedregulho fez saltar uma estátua; Alberto Correia, de banal castanha, atira-nos para um universo poético, a mostrar como, na vida de todos os dias, a sabedoria do olhar deve prevalecer a desfazer negridões e penumbras.
            Ora vejam-se os títulos:
            – «Soutos da Lapa – Epopeia sobre a montanha»;
            – «Castanha – O fruto que se fez pão»;
            – «A Malga de Caldo – Um elemento fundador».
            Abre-nos o apetite para os caldos, os cremes ou as sopas; mas aguça-nos a curiosidade o que cada capítulo ensina.
            «’Caldo’, palavra derivada da antiga língua latina, calidum, que significa quente, porque quente se servia esse primeiro manjar preparado no primeiro fogo do lar à gente do trabalho, aos filhos pequenos, como pão de cada dia, e era ritual festivo, era pão de viajante numa pausa do caminho, era esmola de pobre que batesse à porta».

            E eu, garanto, vou mesmo bater à porta!

                                                                                   José d’Encarnação

Publicado em Renascimento [Mangualde], nº 854, 01/11/2023, p. 10.

domingo, 29 de outubro de 2023

O Sítio nº 1

            Na base de dados onde, no organismo do Estado que superintende à Cultura, se vão integrando os sítios arqueológicos, o rol é encabeçado por um sítio do concelho de Cascais.  

           


Panorâmica sobre as estruturas romanas visíveis no Alto do Cidreira


            Estranhar-se-á o uso da expressão «organismo do Estado que superintende à Cultura».
Eu explico.
É que, nesse domínio, umas vezes temos Ministério da Cultura, outras Secretário de Estado da Cultura, outras Secretaria de Estado da Cultura… Uma dança que não carece, amiúde, da mudança de Governo; basta uma remodelaçãozinha governamental e logo vêm outras ideias e toca de mudar de nome!
    Então no que se refere à Cultura, houve, no 2º escalão, o IPPC (Instituto Português do Património Cultural), o IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico), o IPPAAR, o IGESPAR, o IPM, o IPA… Agora é a DGPC – Direcção-Geral do Património Cultural.
O bailado das siglas tanto do agrado de quem vai para o poder!
            Agora, outra revolução se adivinha: essas entidades, ao que parece, deixam de ser Governo e passam a ser empresas. «É a economia, estúpido!», bem proclamava James Carville. Mais ou menos mascarada, é ela, é!
            Pois, voltando ao rol, a determinado momento, pensou-se que era necessário começar a identificar com números os sítios arqueológico portugueses. Não por uma questão de números, de economia, mas para melhor se identificar essa riqueza. Uma base de dados, claro, tinha que ser. E com que nome? Que númen poderia abençoar o empreendimento?
            Ainda estava bem presente na memória dos arqueólogos então com funções de responsabilidade na área o livro do João Aguiar, A Voz dos Deuses, onde o herói é um sacerdote do deus indígena Endovélico, cujo santuário se encontra em S. Miguel da Mota, concelho do Alandroal. Pois seria essa a divindade a baptizar o rol e abençoada ele seria, sem dúvida, por uma divindade ancestral dos Lusitanos. O nome colheu consenso e… vamos à luta!
            A questão primordial: por onde é que se começa?
            Ora aconteceu que, nessa altura, andavam uns senhores arqueólogos a fazer sondagens no Alto do Cidreira, em Cascais. Cascais ficava perto de Lisboa, as descobertas – que até tiveram honra de telejornais e noticiários (pudera, era perto de Lisboa!) – estavam a dar brado e do sítio já se conhecia bastante. Resultado: começamos por aí! E, por conseguinte, o nº 1 da base de dados Endovélico é a villa romana do Alto do Cidreira, situada no Carrascal de Alvide, freguesia de Alcabideche.
            A história vem contada na p. 118 do livro Memórias das Pedras Talhas, de António Carlos Silva (Edições Colibri, Lisboa, Janeiro de 2023). Acrescenta o autor: «mas as circunstâncias da sua descoberta e localização ainda hoje se refletem nas suas precárias condições de preservação». E é verdade.
Conhecida desde o século XIX, a estação – é também este o nome dado a sítios arqueológicos – esteve em sério risco de desaparecer sob o traçado da autoestrada (chegou a pensar-se que passaria por ali); de desaparecer, de seguida, sob os prédios de uma cooperativa de habitação; começaram a rodeá-la vivendas clandestinas e, dado o seu interesse histórico, os arqueólogos puseram mãos à obra e aí fizeram sondagens com vista a mostrar que ali havia algo a preservar.
Mostraram.
O sítio foi classificado, em 1992, como «imóvel de interesse público». Goza de um panorama excelente (os Romanos não eram parvos nenhuns e até conseguiram ter água por ali!) e… aguarda que, um dia, depois de reabilitadas as grutas da Alapraia e o povoado romano dos Casais Velhos, entre outros, possa chegar a sua vez de ter uma cara lavadinha. Para melhor usufruto de toda a população. Entretanto, de vez em quando, os serviços camarários lá têm que dar por lá uma voltinha, não vá o sítio transformar-se em lixeira.
 
                                                           José d’Encarnação 
 
Publicado em Duas Linhas, a 29 de Outubro de 2023: https://duaslinhas.pt/2023/10/o-sitio-no-1/

                                                                                             

Separador de tear, de osso, decorado.

Dado de osso

Cabeça de negro. Pendente, de terracota.

Sepultura identificada aquando se descobriu o aqueduto (à direita).

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Autonomia

            Dei os parabéns ao meu condiscípulo e amigo franciscano, pelos seus 84 anos. Respondeu-me:

«Minha saúde vai... suficiente! Vai acontecendo também o que a mãe dum meu confrade lhe disse: – Olha, filho, para o fim junta-se tudo!.. Mas estou bastante tranquilo e agradecido com o que Deus me deu até aqui e ainda sou razoavelmente autónomo».
Fez-me pensar esta frase. E dei comigo a passar em filme as várias autonomias.
      As eleições espanholas trouxeram de novo à baila as «comunidades autónomas».
      Algo que preocupa o eventual comprador de um automóvel eléctrico é a autonomia da bateria.
Brasão do Reino do Pineal
Estranhámos, em Julho deste ano, existir em Oliveira do Hospital a seita autodesignada Reino do Pineal, que reclama autonomia jurídica em pleno território português.
Uma das primeiras preocupações dos familiares dum viúvo ou duma viúva é a do respeito pela respectiva autonomia, contentes por ela existir, mas sempre atentos para se detectar nesse domínio a menor anomalia.
Comer sozinho, começar a andar, saber quando precisa de ir à casa-de-banho… são, para os pais, fases do seu bebé a carecer da maior atenção.
           Um dia, o Manel dispunha-se a atar os sapatos do filhote:
          – O João consegue! – foi a atitude do menino, dispondo-se ele próprio a executar a operação.
            Regozijo e aplauso selaram a façanha.
            Regozijo e aplauso, a 1 de Junho de 2014, ao comemorarmos o centenário da elevação de S. Brás de Alportel a concelho.
Autonomia! De «autós», palavra grega que significa ‘por si’; e ‘nómos’, que significa ‘lei’. A possibilidade de criar as suas leis e governar-se por si.

            Em todos os casos, uma autonomia que muito se preza e que muito apraz salvaguardar!

                                                                       José d’Encarnação

Publicado em Notícias de S. Braz (S. Brás de Alportel), nº 323, 20-10-2023, p. 7.

 

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Aqui era o quarto!

            Sempre me deliciou a frase "Aqui era o quarto".
Fazia uma pausa e olhava derredor, a ver as reações dos estudantes. Explicava-lhes depois que não havia dúvidas: o resto do mosaico, de teor geométrico, qual esteira, junto ao que restava da parede indicava, sem sombra para dúvidas, que ali houvera um leito, ali haviam repousado, há dois mil anos, seres como nós, após a labuta quotidiana.
O silêncio que pairava sobre a cidade de Conimbriga, nessa tarde serena da visita de estudo em semana da Queima, ajudava a imaginação a espraiar-se em mentes juvenis e sonhadoras... Um dia, também terão um quarto, onde almejam dormir ternamente acompanhados…
"Aqui era o quarto". Agora, mais de quatro décadas passadas sobre essas inesquecíveis visitas de estudo, não é que a frase se veste de mui outras roupagens?
 
Muito ano a lutar pelo património edificado, mormente o que é de características locais, "aqui era o quarto" transporta-me sempre para aquela casinha antiga, sobre a suavidade da colina, do lado norte da A6 antes de cortarmos para Montemor. Sinto-lhe o choro, pelo abandono a que a votaram, sempre que por lá passo. Vi, há, dias, que já caíra parte do telhado. Imagino que, algum dia, o proprietário ou um descendente dele ali venha e aponte: "Sabes, aqui era o quarto!".
Mas, nesse percurso Alentejo fora – e não só – muitas paredes decrépitas gostariam de ouvir a frase, sinal de que alguém poderia estar de novo a interessar-se por elas. O véu da tristeza as envolve.
 
"Aqui era o quarto" estamos agora a ouvir quase diariamente. O míssil caiu em cheio e tudo ficou irreconhecível. O senhor de idade, único que ousara ficar, a voz embargada, as lágrimas há muito que secaram.
 
Sob aquela aba de prédio urbano, a frase mudou de tempo: "Agora, amigo, o meu quarto é aqui!". No montinho de jornais, o canito levantou a cabeça a mostrar olhar ternurento e sereno; bem encostada à parede, a trouxa envolvida em manta velha. “É verdade, amigo, durmo aqui há seis meses. O meu quarto, agora, é aqui”.

E assim fico, de olhos nos longes do território e da História. E a frase, com todos esses instantes parados no tempo, insiste em permanecer comigo, bem viva.

                                               José d’Encarnação

Publicado em Renascimento [Mangualde], nº 853, 15/10/2023, p. 10.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Flagrantes

            – Então, vizinha, não quis o outro autocarro e veio para a paragem deste lado, foi?
            – Qual quê! O motorista eu fiz-lhe sinal, mas ele não parou. Não há meio de se endireitar este país!
            A vizinha viveu, de facto, muito tempo emigrada num país europeu e decidiu passar a velhice em Portugal; nunca deixa passar uma oportunidade para verberar o que lhe parece menos bem.

000

            Os serviços de comunicação duma entidade enganaram-se na data prevista para um evento, integrado nas Jornadas Europeias do Património. António, sempre interessado nestas lides patrimoniais, quis inscrever-se. Não gostou do engano:
            – Assim é difícil progredirmos, enquanto sociedade. Irra!

000

            No parque de estacionamento pago, o arrumador ia vociferando com os condutores – mormente senhoras – que não lhe davam gorjeta. Mal educadamente.
            Perto, o funcionário da empresa gestora dos parques entretinha-se a ver o telemóvel. A Joaquina:
            – Olhe, amigo, boa tarde, está ali um sujeito a incomodar as pessoas no parque.
            – E que tenho eu a ver com isso? Não me estão a chatear a mim, pois não? Chamem a polícia!
            – Ah! – replicou a Joaquina. – Só o treinaram a passar multas! Já percebi.

000

            Em pleno centro histórico citadino, a Maria, de braço dado com o marido, septuagenários, amparando-se, não se apercebeu do lancil e estatelaram-se ambos. De pronto, o senhor que estava perto se apressou a ajudar a levantarem-se.  «Magoou-se?». O pulso sangrava um pouco. Uma jovem tirou logo da bolsa o lenço húmido para limpar o sangue. Um vendedor trouxe a garrafa de água para lhe lavar a mão. Boa parte dos intervenientes não falava o português de Portugal. Maria recompôs-se, palpou a perna a ver se havia problema. Os dois anciãos respiraram fundo, agradeceram. Olharam um para o outro, como que a perguntarem-se: «Tens a certeza que foi real isto que nos aconteceu?».

À noite, em telefonema a uma amiga, pôs em destaque os três flagrantes de que tivera conhecimento e de que, num deles, fora parte activa.

                                        José d’Encarnação

Publicado em Renascimento [Mangualde], nº 852, 01/10/2023, p. 10.