Já tive ocasião, no nº 29/30, Set/Out 2006, p. 20, desta revista, num texto sob o título «As placas do ACP, um património “ancestral”», de chamar a atenção para a relevância que detém a sinalização toponímica, porque, por detrás de um nome e de uma placa com determinada forma e decoração há uma intenção política, uma mentalidade, uma sugestão...
Queixava-se Luís Pereira de Sousa, em recente crónica no nosso prezado colega local Jornal da Costa do Sol (edição de 12.11.2009, p. 3) que vivíamos rodeados de auto-estradas e que, por tudo e por nada, lá nos metíamos por uma adentro. E depois, com a pressa, «não vimos a nossa terra nem ouvimos a nossa gente». «Começa a ser cruel e às vezes até desumano», desabafou. E é verdade! Para irmos saborear um cozido à portuguesa a Canal Caveira, temos de sair da auto-estrada. E que saudades das bifanas do Bigodes, ali em Venda das Raparigas ou das chamuças e do arroz malandrinho naquele restaurante sempre à pinha, sobre o viaduto do caminho-de-ferro em Pombal, na EN nº 1!
Pois as placas toponímicas servem para isso, para assinalarem itinerários e têm histórias para contar.
Veja-se esta, de Coruche: a edilidade achou por bem deixar bem marcadas as várias fases por que passou aquela praça. Em finais do século XIX, imperava a burguesia, os negócios eram importantes e, por isso, ali era a Praça do Comércio. Implantou-se a República, foi a euforia e, portanto, a praça virou «5 de Outubro». Veio o 25 de Abril. Uma liberdade sonhada – ainda hoje sonhada, afinal!... – e a praça proclama-se «da Liberdade».
Um recanto em S. Pedro do Estoril
Hoje queremos de novo voltar ao tema, porque temos medo que soprem por aí uns ventos de mudança e, tal como aconteceu à placa antiga que estava na parede do cemitério de S. Domingos de Rana a indicar ESTRADA PARA ALBARRAQUE E CINTRA e que, nas obras, os operários acharam por bem acabar com a velharia… também isso pudesse vir a acontecer em S. Pedro.
Já se passeou, decerto, o amigo leitor pelos bonitos arruamentos que integram o conjunto do Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal (Pedra e não Ponta, como erroneamente antes se chamou). Claro que é a paisagem de mar que lhe interessa – e faz muito bem. Mas imagine que, a dado passo, saboreando a aragem em direcção a S. João, olha para a sua direita. É capaz de ficar admirado, se tiver olho de lince e houver da sua parte alguma apetência para dar atenção aos pormenores em que se nos vai a vida. Pois então, se olhasse com atenção, pasmaria decerto, pois veria que, ali, a suposta e impante marginal não se chama assim, ao que parece. A placa lá está, bem à vista e esperemos que assim se conserve: RUA DE CASCAIS. E se mais curioso ainda for, verá que, na outra parede dessa casa de esquina da rua que outrora desembocava na marginal, há uma outra placa, encimada com as siglas do ACP, que reza assim: MURTAL – e lá está a seta a indicar a direcção.
Estão, felizmente, em excelente estado de conservação, tanto uma como outra, solenes na sua missão de mostrarem um passado que se não deveria olvidar: antes de ser atropelada pela Marginal, por ali havia a Rua de Cascais; antes de criarem novos circuitos e proibições, por ali se ia até ao Murtal, a povoação mais importante a norte de S. Pedro, nas décadas de 40 de 50 do século passado.
Estão bonitas, são memórias – vamos continuar a preservá-las!
Publicado em Sekreta [Cascais], II série, nº 2, Dez 2009, p. 8-9. [Da série ‘Dos patrimónios cascalenses’]
domingo, 24 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Diálogos no Silêncio
Perturbam-me. De miniauscultadores nos ouvidos, passeiam no paredão à beira-mar como poderiam estar fechados em cela de cortiça do Convento dos Capuchos – alheios ao mundo que os rodeia e atascados em sons artificiais que outros lhes impingiram. Tenho pena. Duvido que, um dia, pudessem ver o caule esguio da tomateira a suplicar, no vaso, que o transplantassem para se desenvolver. Transplantei-o e ora cresce a olhos vistos, na serenidade silenciosa do jardim.
E releio as declarações de Paula Rego (1):
«Vou sempre no bus 46. Gosto muito, porque neste bus há sempre muitas nacionalidades diferentes. Tudo o que se possa imaginar está lá. Gosto disso».
Um dos livros sedutores da minha juventude foi Silêncio, Gesto e Palavra, de Hélène Lubienska de Lenval,(2) donde retirei ideias e esta frase:
«As múmias são mudas, mas não são silenciosas» (p. 16).
Habituei-me, pois, a essas aparentes insignificâncias para que Belezas Ignoradas (3) também me havia consciencializado. Da beleza das coisas à beleza das palavras foi um passo.
E o livro de Sílvia Costa alia estas duas belezas. Quem diria que a proposta de um exercício escolar iria fazer ressuscitar armário velho, pejado de recordações d’outrora, saudoso de barros antigos, colheres de pau, manjares de coisas saudáveis, cultivadas na horta vizinha ou nutridas na coelheira ao lado?
Sedutor, de modo especial, este olhar singelo, tu-cá-tu-lá, na saudade dos serões prenhes de histórias, tronco velho a crepitar na lareira, da malga de açorda e um fio de azeite!...
Soltaram-se, por descuidada frincha, vetustas idades e tudo ganhou vida, pôs-se a mesa, cavaqueou-se, reinventou-se o Património!...
Pé ante pé, aproximamo-nos. Não adianta «querer adiar o silêncio, o vazio de estar só, demorar as vozes e os sons das memórias», não. Ganham inesperadas falas o cântaro, a pega redonda multicolorida, as tábuas do soalho (ai, Marianela!...), o «odor entre o pó dos anos», o migalheiro «para guardar as migalhas dos dias» numa casa em que à noite é que se vive, e, antes de ir para a cama, importava pôr tudo no lugar certo – que as histórias são «como o açúcar, a água e os fósforos»… Por isso, ela as guardou no armário. Livro aberto para quem o souber ler, no silêncio dos dias e das noites…
E assim se saboreiam as palavras, sem detença; as memórias; o reviver de uma gente antiga e nova, a labutar nas eiras e espigueiros, outra noite, outro dia, outros anos… até ao derradeiro ponto final – que mais são reticências, a embalar
gerações…
Notas: (1) P. 49 da revista ÚNICA / Expresso, edição de 22.08.2009.
(2) Li-o na edição da Aster, Lisboa, 1961, tradução de Jaime Cunha. Título original: Le Silence a l'Ombre de la Parole, Ed. Casterman – Maredsous, 1961.
(3) Do Dr. Thiamér Toth, Coimbra Editora, 21958.
Prefácio a De dentro do Armário, de COSTA (Sílvia Laureano), Apenas Livros, Lisboa, Novembro 2009, p. 3-4. [ISBN: 978-989-618-277-9].
E releio as declarações de Paula Rego (1):
«Vou sempre no bus 46. Gosto muito, porque neste bus há sempre muitas nacionalidades diferentes. Tudo o que se possa imaginar está lá. Gosto disso».
Um dos livros sedutores da minha juventude foi Silêncio, Gesto e Palavra, de Hélène Lubienska de Lenval,(2) donde retirei ideias e esta frase:
«As múmias são mudas, mas não são silenciosas» (p. 16).
Habituei-me, pois, a essas aparentes insignificâncias para que Belezas Ignoradas (3) também me havia consciencializado. Da beleza das coisas à beleza das palavras foi um passo.
E o livro de Sílvia Costa alia estas duas belezas. Quem diria que a proposta de um exercício escolar iria fazer ressuscitar armário velho, pejado de recordações d’outrora, saudoso de barros antigos, colheres de pau, manjares de coisas saudáveis, cultivadas na horta vizinha ou nutridas na coelheira ao lado?
Sedutor, de modo especial, este olhar singelo, tu-cá-tu-lá, na saudade dos serões prenhes de histórias, tronco velho a crepitar na lareira, da malga de açorda e um fio de azeite!...
Soltaram-se, por descuidada frincha, vetustas idades e tudo ganhou vida, pôs-se a mesa, cavaqueou-se, reinventou-se o Património!...
Pé ante pé, aproximamo-nos. Não adianta «querer adiar o silêncio, o vazio de estar só, demorar as vozes e os sons das memórias», não. Ganham inesperadas falas o cântaro, a pega redonda multicolorida, as tábuas do soalho (ai, Marianela!...), o «odor entre o pó dos anos», o migalheiro «para guardar as migalhas dos dias» numa casa em que à noite é que se vive, e, antes de ir para a cama, importava pôr tudo no lugar certo – que as histórias são «como o açúcar, a água e os fósforos»… Por isso, ela as guardou no armário. Livro aberto para quem o souber ler, no silêncio dos dias e das noites…
E assim se saboreiam as palavras, sem detença; as memórias; o reviver de uma gente antiga e nova, a labutar nas eiras e espigueiros, outra noite, outro dia, outros anos… até ao derradeiro ponto final – que mais são reticências, a embalar
gerações…
Notas: (1) P. 49 da revista ÚNICA / Expresso, edição de 22.08.2009.
(2) Li-o na edição da Aster, Lisboa, 1961, tradução de Jaime Cunha. Título original: Le Silence a l'Ombre de la Parole, Ed. Casterman – Maredsous, 1961.
(3) Do Dr. Thiamér Toth, Coimbra Editora, 21958.
Prefácio a De dentro do Armário, de COSTA (Sílvia Laureano), Apenas Livros, Lisboa, Novembro 2009, p. 3-4. [ISBN: 978-989-618-277-9].
Comer à pressa!
Quando vou ali abaixo dar restos de comida a dois canitos de nossa estimação, há um deles, o mais pequenito, que, com medo de não apanhar nada, dá em abocanhar tudo o que pode e foge para um canto. O outro, bonacheirão, não faz mal a uma mosca e ambos poderiam banquetear-se com o que eu lhes levo; mas o pequenitote, ná, tem medo e quase se engasga.
Quase nos engasgamos muitos de nós, ao pequeno-almoço, ao almoço e, se calhar, até ao jantar, tão depressa queremos voltar às tarefas que deixámos a meio… Tudo a correr. De pé, ao balcão, como há muito canta o Rodrigo, sem se apreciar o cheiro dos coentros ou o sabor dos rabanetes…
Surgiu-me o tema não só porque, se calhar, até muitos de nós nem tempo tivemos para saborear em família a ceia de Natal ou o almoço dos dias festivos, mas também por me haver caído, aquando das arrumações, o recorte do artigo publicado pela nutricionista Ana Carvalhas (abcarvalhas@gmail.com) no Jornal do Centro (Coimbra), a 5 de Dezembro de 2007, a noticiar a realização de um jantar slow food.
Aproveitou, aliás, o ensejo para dar a conhecer a existência da organização «Slow Food», «representada por um pequeno caracol», iniciada, vai (agora) para 24 anos, em Itália, por Carlo Petrini. O movimento visa proteger «identidades culturais ligadas a tradições alimentares e gastronómicas; defende alimentos e comidas que possam estar em extinção devido à sobreposição das práticas industriais relativamente às artesanais». Pugna pela biodiversidade e manifesta-se contra a manipulação genética.
Quando, meses atrás, vimos que as nossas gentes se estão de novo a entusiasmar pela apanha de cogumelos silvestres, por exemplo; quando ouvimos enaltecer a sopa de poejos ou um bom caldo de cardos; quando sabemos que, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 96/2000, de 26 de Julho, «a gastronomia portuguesa» foi considerada «como um bem imaterial integrante do património cultural de Portugal»; quando vemos por aí pulularem os fast food – compreendemos como Carlo Petrini tem razão!
José d'Encarnação
Publicado em Jornal de Cascais, nº 203, 19-01-2010, p. 6.
Quase nos engasgamos muitos de nós, ao pequeno-almoço, ao almoço e, se calhar, até ao jantar, tão depressa queremos voltar às tarefas que deixámos a meio… Tudo a correr. De pé, ao balcão, como há muito canta o Rodrigo, sem se apreciar o cheiro dos coentros ou o sabor dos rabanetes…
Surgiu-me o tema não só porque, se calhar, até muitos de nós nem tempo tivemos para saborear em família a ceia de Natal ou o almoço dos dias festivos, mas também por me haver caído, aquando das arrumações, o recorte do artigo publicado pela nutricionista Ana Carvalhas (abcarvalhas@gmail.com) no Jornal do Centro (Coimbra), a 5 de Dezembro de 2007, a noticiar a realização de um jantar slow food.
Aproveitou, aliás, o ensejo para dar a conhecer a existência da organização «Slow Food», «representada por um pequeno caracol», iniciada, vai (agora) para 24 anos, em Itália, por Carlo Petrini. O movimento visa proteger «identidades culturais ligadas a tradições alimentares e gastronómicas; defende alimentos e comidas que possam estar em extinção devido à sobreposição das práticas industriais relativamente às artesanais». Pugna pela biodiversidade e manifesta-se contra a manipulação genética.
Quando, meses atrás, vimos que as nossas gentes se estão de novo a entusiasmar pela apanha de cogumelos silvestres, por exemplo; quando ouvimos enaltecer a sopa de poejos ou um bom caldo de cardos; quando sabemos que, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 96/2000, de 26 de Julho, «a gastronomia portuguesa» foi considerada «como um bem imaterial integrante do património cultural de Portugal»; quando vemos por aí pulularem os fast food – compreendemos como Carlo Petrini tem razão!
José d'Encarnação
Publicado em Jornal de Cascais, nº 203, 19-01-2010, p. 6.
Sonhei com a Saguim
SONHEI COM A SAGUIM
Pus-lhe nome após a 1ª semana de vida. O focinhito deu-me logo ares ao daquele terno saguim que, na manhã de 22 de Outubro de 1989, um moleque me quis vender no Mercado Modelo, de Salvador da Bahia.
Toda matizada de cinzentos, castanhos, amarelados, pretos… era uma das preferidas de minha mãe.
E sonhei com ela uma destas noites. E fiquei pasmado como, tão esquiva habitualmente, só afável para com os donos, tomara aquela decisão: organizar o governo de toda a trupe!
Para nº 2, o irmão Sebastião, completamente diferente dela, pêlo longo, preto, quase persa (a lembrar terras do Médio Oriente). Tinha repentes de mando, atacava-a a ela e aos outros – mas tudo na brincadeira, numa de treino pró combate.
Arregimentou também o Preto, o último a chegar, de rabo amputado por qualquer acidente de guerrilha. Nunca se lhe ouvira um miado, mas sabia usar as unhas como nenhum dos outros, inesperado. Convinha-lhe para a governação.
A Bonnie e o Clyde, claro, tinham processos em cima, a fazer jus aos seus nomes. Amarelos, meigos q. b., submissos, acudiam rápidos ao chamamento. Ficaram na lista, portanto.
Do outro andar da casa, tirando o Maio, de escassos meses, que só queria era brincadeira, havia o Gatão e a Malhadinha. A Malhadinha era como ela, mas completamente esquiva. Tinha de ficar de fora. O Gatão, cópia fiel do célebre Garfield, era o mais velho da tribo. Ia convidá-lo, porque há muito que sabia dar opiniões, um olhar dele era ma i s que uma enciclopédia. E sempre era dos antigos e todos conheciam Garfield da televisão. Interessava.
Faltava o Bebé. Tigrado, europeu não havia dúvida; solto, fazia das dele, explorando tudo quanto era quintal da vizinhança. Aquela simbiose de matreirice adulta e fogosidade juvenil. Todos apostariam nele, claro, até a gatinha mais exigente!... Ná, esse tinha de ficar de fora. Ela, Saguim, sabia bem que iria ser criticada, mas, seca de carnes, olhar penetrante… não era ela quem mandava?...
No dia seguinte, quando subi para o consuetudinário café da manhã com toda a trupe à volta, até a Ana reparou no olhar malandro da Saguim como que a confidenciar-me:
– Acreditaste, não? Pensavas que eu queria armar-me em chefe deste governo? Nem penses! Foi assim uma manobra de diversão, entendes? Sempre me dá muito mais gozo estar de fora, como o Gatão. Não vês como leva uma vida pachorrenta?
José d’Encarnação
Publicado no Jornal de Cascais, 25-08-2009, p. 8.
Pus-lhe nome após a 1ª semana de vida. O focinhito deu-me logo ares ao daquele terno saguim que, na manhã de 22 de Outubro de 1989, um moleque me quis vender no Mercado Modelo, de Salvador da Bahia.
Toda matizada de cinzentos, castanhos, amarelados, pretos… era uma das preferidas de minha mãe.
E sonhei com ela uma destas noites. E fiquei pasmado como, tão esquiva habitualmente, só afável para com os donos, tomara aquela decisão: organizar o governo de toda a trupe!
Para nº 2, o irmão Sebastião, completamente diferente dela, pêlo longo, preto, quase persa (a lembrar terras do Médio Oriente). Tinha repentes de mando, atacava-a a ela e aos outros – mas tudo na brincadeira, numa de treino pró combate.
Arregimentou também o Preto, o último a chegar, de rabo amputado por qualquer acidente de guerrilha. Nunca se lhe ouvira um miado, mas sabia usar as unhas como nenhum dos outros, inesperado. Convinha-lhe para a governação.
A Bonnie e o Clyde, claro, tinham processos em cima, a fazer jus aos seus nomes. Amarelos, meigos q. b., submissos, acudiam rápidos ao chamamento. Ficaram na lista, portanto.
Do outro andar da casa, tirando o Maio, de escassos meses, que só queria era brincadeira, havia o Gatão e a Malhadinha. A Malhadinha era como ela, mas completamente esquiva. Tinha de ficar de fora. O Gatão, cópia fiel do célebre Garfield, era o mais velho da tribo. Ia convidá-lo, porque há muito que sabia dar opiniões, um olhar dele era ma i s que uma enciclopédia. E sempre era dos antigos e todos conheciam Garfield da televisão. Interessava.
Faltava o Bebé. Tigrado, europeu não havia dúvida; solto, fazia das dele, explorando tudo quanto era quintal da vizinhança. Aquela simbiose de matreirice adulta e fogosidade juvenil. Todos apostariam nele, claro, até a gatinha mais exigente!... Ná, esse tinha de ficar de fora. Ela, Saguim, sabia bem que iria ser criticada, mas, seca de carnes, olhar penetrante… não era ela quem mandava?...
No dia seguinte, quando subi para o consuetudinário café da manhã com toda a trupe à volta, até a Ana reparou no olhar malandro da Saguim como que a confidenciar-me:
– Acreditaste, não? Pensavas que eu queria armar-me em chefe deste governo? Nem penses! Foi assim uma manobra de diversão, entendes? Sempre me dá muito mais gozo estar de fora, como o Gatão. Não vês como leva uma vida pachorrenta?
José d’Encarnação
Publicado no Jornal de Cascais, 25-08-2009, p. 8.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Perspectivas...
Neste dealbar de 2010, na medida em que - ao longo destes anos - tenho deixado dispersas por jornais e outras publicações notas e comentários ao que, no dia-a-dia, nos vai acontecendo, afigurou-se-me que poderia vir a ser-me útil ir guardando aqui esses escritos (e, porventura, outros) que correm o risco de ficar... dispersos!
Tentarei, pois, ir actualizando este espaço etéreo, com utilidade para mim e, se calhar, também para outros.
Cascais, aos onze dias de Janeiro do ano da graça de 2010.
Tentarei, pois, ir actualizando este espaço etéreo, com utilidade para mim e, se calhar, também para outros.
Cascais, aos onze dias de Janeiro do ano da graça de 2010.