Num tempo em que se deita miúda conta ao porta-moedas e, por outro lado, se está consciente da necessidade de diminuir efeitos poluidores, a preferência pela utilização dos transportes públicos apresenta-se cada vez mais premente no nosso quotidiano.
Preconiza-se, por isso, que os concessionários, em íntima colaboração com quem concessiona, saibam ter em conta, aquando da concessão, o real interesse da população e a característica de ‘serviço público’ que esses transportes inevitavelmente detêm.
Em Cascais, no tempo da «Palhinha» (a que ora sucedeu a Scotturb, depois de ter passado por outras concessionárias), havia o cuidado de se afirmar, por exemplo, que os horários eram feitos em consonância com os horários dos comboios – o que ora nem sempre acontece. Além disso, pensa-se que tanto o Município como a empresa vão tendo o cuidado de periodicamente auscultar a população, a fim de melhor a servirem, com o estabelecimento de novas carreiras e supressão das que não interessam, com a adequação de horários. Nada mais errado, pelos vistos!
O caso veio a lume nas reuniões camarárias de 22 de Fevereiro e 8 de Março, por causa de ser pago o estacionamento no novo hospital de Cascais, o que postularia – naturalmente – esse acerto. Isto solicitou a senhora vereadora Leonor Coutinho e a resposta foi (pasme-se!) que o contrato de concessão não podia ser alterado, só quando terminasse o actual, e que a Câmara até nem é havida nem achada nessas negociações!... E o povo vulgar pergunta: «Como é? O IRS pode alterar-se de um dia para o outro e isto não?». Pois que é assim. De tal modo que, em jeito de conclusão, o senhor vice-presidente desabafou, na reunião do dia 8, a propósito de uma possível intervenção camarária:
«[…] Faz todo o sentido que se tenha essa intervenção, já que este concessionário, de facto, não se mostra muito sensível a querer ter uma boa relação com a própria Câmara, certamente porque sente que a capacidade de influência e de intervenção do Município no processo de concessão é nula».
E tem isto alguma razão de ser? Não há aí quem barafuste?
Publicado em Jornal de Cascais, nº 228, 13-07-2010, p. 6.
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