Reza o dicionário que é sanfona um «instrumento musical, de cordas de tripa friccionadas por uma roda». «Sanfoninar» é «tocar mal qualquer instrumento de corda», «falar importunamente; serrazinar».
Gosto do «serrazinar», que é ir insistindo sempre no mesmo assunto. E lembro-me que tinha meu pai uma cantilena que começava assim «Sarrazina, faca velha, no debrum do alguidar…». Eu acho que era uma quadra, mas já não recordo os dois versos seguintes. Mas a ideia era que a gente insistia, insistia e… pouco adiantava. Tal como faca velha seria difícil afiar-se a preceito no debrum do alguidar…
E «sanfonina» é cantilena desentoada. Achei, pois, que todo esse contexto dava certo para responder afirmativamente ao desafio que o Dr. António Tavares me fez para colaborar, de vez em quando, no Renascimento: apetece-me… sanfoninar e o leitor me dirá se vale a pena dar-me alguma atenção.
Pois que, logo de início, lhe vou pedir atenção: vê essa placa que se reproduz a ilustrar estas regras? Já a viu? Sabe onde é que ela está? E sabe, porventura, que interesse haverá em preservá-la no sítio?
Dela falaremos, então, em próxima oportunidade!
Publicado no quinzenário de Mangualde, Renascimento, nº 561, 1-1-2011, p. 13.
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