No domingo, 30 de Janeiro, uma parte do tecto do CascaiShoping, na zona dos restaurantes apresentou-se em tão precárias condições de segurança para os utentes, mormente para os comensais, que foi necessário estender lonas de protecção e isolar a área.
Até aqui, até se poderia considerar a situação normal, atendendo aos imprevistos das intempéries, ora chove em grandes bátegas e venta até dizer chega, ora faz um frio de bater o dente. Tudo deteriora estruturas. Para isso é que há os serviços de manutenção, embora – nos tempos que correm, em que uma firma fecha de um dia para o outro e os contratos ficam no papel e não se cumprem – se possam invocar atenuantes para uma fiscalização deficiente.
Para a Direcção da empresa estas ou outras razões bastariam (penso eu) para explicar o sucedido, pedir desculpas por não ter actuado a tempo e garantir que rapidamente se poria cobro à desagradável situação.
Preferiu, porém, nada dizer e, sobretudo, dar ordens aos seus capangas (eu peço desculpa por usar o termo, mas lembrei-me, de imediato, do tempo dos «coronéis», como se vê nas telenovelas brasileiras) para impedirem os clientes de emitirem qualquer opinião sobre o assunto. E, de facto, tive dó. Tive dó dos seguranças (que me merecem o maior respeito e nada mais podiam fazer do que obedecer às ordens que lhes estavam a ser dadas pelos auscultadores, até porque, se não obedecessem, correriam, decerto, sério risco de ir para o olho da rua no dia seguinte, é o país que temos!...), que se punham sistematicamente à frente da câmara da SIC Notícias, para que a voz e a figura dos entrevistados não passasse. Louvo a coragem da jornalista que, tendo tido autorização para colher imagens, quis também cumprir o seu dever de informar melhor e se deparou com uma agressividade, que eu classificaria, no mínimo, de «curiosa». Nem a segurança dos senhores políticos importantes eu vi, alguma vez, agir assim! E só não houve, decerto, uma cena de pancadaria, porque se tratava de uma jornalista e, vá lá, numa senhora não se bate.
A cena foi, porém, muito lamentável e deu da Direcção daquele empreendimento uma imagem, que – e isso é que é o pior! – se repercute, de imediato, no concelho: «Com que então, vocês lá em Cascais, hein, é só capangas!...».
Tive dó.
Publicado no Jornal de Cascais, nº 253, 09-02-2011, p. 6.
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