A circunstância de Jornal de Cascais comemorar, com este número, o seu 6º ano de publicação, regozija-me, enquanto seu colaborador desde os primeiros tempos; acho que estamos a cumprir uma das funções mais importantes da comunicação social local: criar comunidade. Precisaríamos de potenciar a distribuição em papel, para que chegue a toda a gente; mas essa é uma questão a merecer outros apoios. Para já, Jornal de Cascais implantou-se, é lido, comentado e procurado – e isso particularmente nos interessa.
Aniversário é também ensejo para reflexão acerca precisamente dessa função do jornal local – e aqui a minha ‘costela’ de jornalista prende-se com a de ‘historiador’!
A palavra ‘independente’ surge, amiúde, como epígrafe na imprensa local e regional. Postula-se que, para melhor servir a comunidade, o órgão de comunicação esteja isento de ligações políticas, religiosas, económicas, para poder ser o mais possível isento, criticar quando aos seus jornalistas parecer necessária a crítica, louvar quando o louvor se apresente oportuno.
Entra, neste domínio, a publicidade, que é, na maioria dos casos, a principal fonte da sua subsistência. Uma publicidade que nunca deveria envolver condições ou favores. Uma publicidade que, por outro lado, as entidades autárquicas e empresariais deveriam privilegiar, designadamente porque é através da Comunicação Social que se registam actividades e o eco que elas tiveram. E assim se fica a saber, anos mais tarde, o que aconteceu e como – cá está a História a fazer-se!...
Em suma, se os responsáveis pelos órgãos de comunicação não devem ater-se apenas aos comunicados que lhes servem as entidades e limitar-se a transcrevê-los, também se preconiza que os responsáveis autárquicos e empresariais vejam na imprensa local e regional – escrita e falada – o veículo mais adequado para darem a conhecer o que fazem e que gostariam que ficasse perpetuado para o futuro.
Uma última consideração: é ainda muito reduzido, por parte da população, o acesso à Internet e, como as dificuldades económicas vão substancialmente agravar-se (inclusive, e sobretudo, para a classe média), esse acesso será cada vez menor. Ou seja: dado que estamos todos em maré de jornais gratuitos, versões em papel, distribuídas porta a porta ou colocadas em pontos-chave de cada bairro é medida a que urge recorrer.
Publicado em Jornal de Cascais, nº 281, 14-09-2011, p. 6.
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