Os cantoneiros
Em reportagem televisiva acerca dos funcionários da limpeza de Lisboa, ouvi chamar-lhes cantoneiros. O termo não está bem empregado, embora aceite que tenham querido aplicá-lo agora com outra acepção. Cantoneiro tinha um significado bem preciso, que, aliás, vem no dicionário: o encarregado da limpeza e manutenção de um cantão, ou seja, de uma porção de estrada. Trata-se, pois, de um conceito de conotação rural e não urbana.
Nos anos 50 e 60, recordo, o Zé Duque e o António Carneiro eram os cantoneiros, por exemplo, da estrada entre Torre e Birre: limpavam as valetas, reparavam os buracos no macadame e o seu cantão lá estava devidamente sinalizado por tabuletas de metal que espetavam na berma para melhor identificação. Amiúde, até, todas essas ferramentas ficavam de um dia para o outro no barracão de minha casa. Será que, na Câmara, disso ainda existe memória?
Arranjo da Estrada das Neves
Obra meritória: a estrada entre Bicesse e Manique estava uma lástima, era perigosa, com todas aquelas lombas e a curva apertada... Está a custar-nos a espera, os desvios, mas… esperemos que sejam rápidos e saia daí obra asseada.
Vedação perigosa
Para além do mau aspecto que dão aqueles casarões de fábrica abandonada junto ao quartel dos bombeiros – uma das primeiras imagens que acolhe quem, vindo da auto-estrada, se dirige a Cascais – a vedação do terreno, no passeio, está danificada em várias porções. Oxalá não se tenha de lamentar, um dia, a ocorrência de acidentes, devidos, por exemplo, a mera distracção de transeuntes.
Pavões
Escrevi, a 21 de Setembro, que corria voz de que se tinha a intenção de retirar os pavões do Parque Marechal Carmona. Foi boato falso, decerto, porque já por lá se vêem agora muitos mais, inclusive dos brancos. Boa ideia!
Mais publicidade para as iniciativas
A Agenda Cultural do Município de Cascais constitui importante veículo de informação acerca das iniciativas culturais e outras; os serviços de imprensa do Município também procuram estar sempre em cima do acontecimento. Sucede, porém, que nem sempre se tem hipótese de ver a agenda; e será uma percentagem pequena de munícipes que dispõe de acesso à Internet e, sobretudo, de tempo para se adestrar na busca dessas informações.
Custa, pois, verificar – e isso se tem repetido vezes sem conta ao longo dos anos – que falta público para muitas iniciativas. Quantos saberão, por exemplo, que é gratuita a entrada nos museus municipais? Quantos terão visitado o Museu do Mar?
Escrevia-se, há pouco, que mui provavelmente o Festival de Música do Estoril – um dos mais antigos e tradicionais do País – poderia vir a não ser apoiado por lhe faltar público. É a política, nomeadamente, da CP: há poucos passageiros? – Suprimem-se os comboios! Eu tenho uma outra filosofia: há poucos passageiros? Vamos fazer para que haja mais! Há pouca gente nos concertos? Vamos fazer das tripas coração, vamos dar a volta ao texto e… mostremos como é aliciante ir a um concerto!
A psicologia no preço dos combustíveis
Nesse aspecto, que se ponham os olhos nos publicitários que regem o negócio das gasolineiras. Como é que estão anunciados os preços? Aproximados ao cêntimo! E, levados pela magia de um dígito, somos capazes de andar uns quilómetros mais porque, na bomba X, o preço é de 1,529 euros, enquanto nesta aqui é de 1,549. Ou seja, se o deposito levar 40 litros, a corrida à outra bomba valeu 40 x 2 cêntimos = 80 cêntimos! Será que valeu a pena? Não se terá gasto mais no percurso? Em todo o caso, a publicidade venceu!
[Publicado no Jornal de Cascais, nº 290, 16-11-2011, p. 6].
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