Hoje,
porém, a noção de património edificado vai mais além dos palácios, dos templos
ou das fortalezas. A própria casa de habitação – o que poderíamos chamar a
«casa comum» – está a merecer a atenção devida Há-as, de resto, com alguma
monumentalidade, herdeiras quase do monte alentejano – e por isso amiúde se
lhes chama ‘monte’ também. É a casa de família, onde conviviam três gerações:
os pais, os filhos e os netos. E onde havia a despensa, a grande cozinha (duas,
por vezes), os quartos, a sala-de-jantar… E, para as actividades agropecuárias,
a adega, o celeiro, o palheiro, a pocilga dos porcos, o galinheiro e a
coelheira, o estábulo para os cavalos, os machos, os burros e, até, a cabrinha
ou as duas ou três ovelhas...
Na
chaminé ou no lintel da porta principal se gravavam as iniciais do primeiro proprietário
e a data da construção.
Típicas,
caiadinhas, essas nossas casas são-brasenses, quer as dos «montes», quer as da
vila, onde o orgulho dos proprietários se revelava no apurado trabalho das cantarias,
em que sempre fomos mestres.
É
por tudo isso que consta do programa das comemorações do nosso centenário a elaboração
do inventário dessas casas comuns, motivo, também elas, do nosso orgulho
são-brasense!
Publicado em Notícias de S. Braz, nº 206, 20-01-2014, p. 21.
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