Aliás,
não andaremos longe da verdade se afirmarmos que este auditório grande do Olga
Cadaval, repleto até mais não para ver dançar cerca
de 750 (!) alunos das academia s Ai!
A Dança, sob a batuta imparável de Lucília Bahleixo e toda uma vasta equipa –
essa enchente constitui murro gigantesco no estômago dos que pensam (e são
muitos, designadamente os que detêm poder político por essa Europa fora…) que
dança, música, artes plásticas são coisinhas de somenos, umas brincadeiras para
entreter o pagode e para nada mais servem.
Sim,
poderão pensá-lo esses que só têm olhos para números; mas só vêem os números
que lhes quadram à sua acanhada mentalidade retrógrada.
Vermos
o palco ser pequeno para tantos estudantes, desde os pequenitos (um amor!) aos
que já passaram o meio século de vida, todos irmanados no intuito de – com hip
hop, tango, dança do ventre, dança dos véus, flamenco, salsa, merengue, bailado
clássico… – mostrarem como é bonito trabalhar em conju nto,
alunos e docentes, seguir regras, obedecer a tempos, disciplinar-se… é sempre
uma consolação e grande lição de vida. A filo sofia:
«dos 3 aos 70 anos», «a democratização
e a massificação da Arte, em geral,
e da Dança, em particular».
Foi
o habitual espectáculo de meio do ano escolar, em duas sessões, na tarde de
sábado, 9, no auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, promovido
pelas seis academia s Ai! A Dança (Sintra,
Loures, Santa Iria, Pontinha), este ano subordinado ao título Dança na Luz.
Quase
duas horas de espectáculo sem interrupção
(ou melhor, duas ou três interrupções fictícias de putos reguilas na
assistência admoestados por um professor assim à antiga, para descontrair o
auditório…). Claro, a versatilidade do hip hop, mormente quando interpretado por
jovens, é sempre muito de aplaudir e encantar, pelo ritmo, pela evolução , pelo gesto rápido extremamente bem coordenado;
mas também não nos deixou indiferentes a singular coreografia, interpretada por
menos jovens, do ‘Desfado’ de Ana Moura, que arrancou fortes aplausos.
Sempre
sedutor e magnífico este encontro no Olga Cadaval!
Valeu
– mais uma vez!
Publicado em Cyberjornal,
edição de 12-02-2014:
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