E
o chafariz, singelo, em ferro forjado, ou mais imponente, de cantaria, com
torneira para encher cântaros e infusas, donde escorria água para, do outro
lado, o bebedouro dos animais e, daí, para os tanques de passar e de lavar do lavadouro
vizinho – era o único monumento de que a aldeia doravante se poderia orgulhar.
S.
Brás de Alportel teve fontes, que de abundante nível freático se abastecem. As
bicas dos Vilarinhos representam, porventura, o exemplar mais significativo. E
se toda a atenção é pouca para que esse nível – devido, por exemplo, a uma
urbanização excessiva, a acarretar impermeabilização do solo – não venha a
sofrer graves prejuízos, as iniciativas levadas a cabo pela autarquia no
sentido de renovar e alindar essas fontes, enquadrando-as devidamente em aconchegados
recantos de lazer são, pois, de muito louvar. Importa, porém, que continue a
inocular-se na população o hábito de a eles se achegar e de, efectivamente, os
usar, para que sejam, de facto, motivo de usufruto e regalo. Não será mau,
nomeadamente, que se proporcione às crianças das escolas a ida à Fonte Férrea
ou à Fonte Velha (a que mais recentemente se renovou), pois assim se ganham
costumes.
E
se a Fonte Velha recebeu duas estrofes de Bernardo de Passos, a da Fonte da
Tareja ostenta uma outra, do mesmo poeta alportelense:
Não sei se cantam, se choram
As
fontes, correndo ao mar;
Se
canto, sinto que cantam;
Mas,
se choro, oiço-as chorar!
José
d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz nº 219, 20-02-2015, p. 21.
Sem comentários:
Enviar um comentário