Está
em fase de conclusão a edição da
actas da VIII Mesa-redonda Internacional sobre a «Lusitânia Romana - Entre
Romanos e Bárbaros», que mui gostosamente e com enorme brio, organizara em Maio
de 2013, em Mangualde, na sequência da participação
noutras mesas-redondas dessa série. E, claro, muito havia a esperar dele,
porque, tendo nascido no Soito (Sabugal), a 13 de Novembro de 1951, contava,
pois, apenas… 63 anos!
Tive
ocasião de acompanhar muito de perto toda a sua carreira, pois foi meu aluno na
Pré-Especialização em Arqueologia,
no ano lectivo de 1975-1976, e logo nessa altura nos apercebemos da sua
inteligência, dinamismo, vontade de aprender e de… trabalhar, inclusive em Arqueologia,
pois participou, ainda como estudante, quer nas campanhas que, nessa altura, o Doutor
Jorge Alarcão fez em Collipo e em Conimbriga, quer em Braga, cujo projecto
de salvaguarda dos vestígios romanos de Bracara
Augusta dava, nessa altura, os primeiros passos!
E
logo no ano lectivo de 1977-1978, fez estágio pedagógico para o Ensino Secundário
na Escola Secundária de Alves Martins ,
em Viseu, estágio que concluiu com a classificação
final de 16 valores. Foi docente do Ensino Secundário e leccionou, nomeadamente
em regime requisição , no Centro de
Viseu da Universidade Católica Portuguesa.
Foi
Governador Civil do Distrito de Viseu desde 18 de Novembro de 1995 a 30 de Abril de 2002,
cargo para que foi nomeado atendendo também ao enorme trabalho, mormente de índole
cultural que cedo começou a desenvolver na cidade de Viseu, de cuja Câmara
Municipal fora, de resto, vereador de Dezembro de 1993 a Novembro de 1995. Organizou,
por exemplo, os dois colóquios arqueológicos de Viseu, em 1988 e 1990.
Membro
da Comissão Científica do (actual) Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e
Ciências do Património, unidade de investigação
a que sempre pertenceu, desde que foi criada na Universidade de Coimbra, depois
de se ter interessado pela Arqueologia, pela História Local e Regional, foi a História
Antiga e a Epigrafia que mais concitaram os seus interesses científicos. A sua
tese de doutoramento sobre a civitas
de Viseu (defendeu-a, em Pré-História e Arqueologia pela Universidade de
Coimbra, a 20.10.1993) constitui, ainda hoje, uma obra de referência
incontornável. Integrava a equipa de revista Hispania Epigraphica (da Universidade Complutense de Madrid),
sendo, por isso, encarregado de rever todos os textos publicados sobre Epigrafia
Romana, sobretudo na zona centro do País.
Incansável
defensor do património cultural; lutador; homem de causas que mui corajosamente
abraçava; pai extremoso (como se poderá ver pelas informações acerca dos filhos que amiúde colocava no facebook - sua filha Gisela doutorara-se
não há muito tempo, em Dublin, com um trabalho deveras inovador) - João Luís da
Inês Vaz deixa-nos uma saudade imensa!
E
só nos resta elevar por ele uma prece: que descanse em paz!
À
sua esposa, Amélia Albuquerque, ao seu filho Edgar e à Gisela – apresento os mais
sentidos pêsames, em meu nome pessoal e, creio poder afirmá-lo, em nome da
comunidade arqueológica peninsular e, de modo especial, dos membros do centro de
investigação a que pertencia e do Instituto
de Arqueologia de Coimbra, que muito se honra em o ter como um dos seus
primeiros alunos formados na Pré-Especialização .
José d’Encarnação
João Vaz na mesa-redonda da Lusitânia - Mangualde, 10-05-2013 |
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