E
um palacete? Não há meio de se lhe evitar a ruína? Sim, se os herdeiros se
entenderem, se continuarem a dar-lhe préstimo, como casa-memória dos ancestrais
ou, sobretudo, se um deles for suficientemente abastado e louco para
concretizar rendível plano de utilização .
‒ Já viste, ali em pleno coração da vila? O palacete foi dado a uma instituição de benemerência. Há anos. E assim está. Abandonado.
Abandonado
não será, porventura, o termo apropriado, porque os respons áveis
pela instituição bem darão voltas à
cabeça para exorcizar pesadelos. Mas como? Ele é preciso um objectivo; ele é
preciso um projecto viável e susceptível de se candidatar a apoio das entidades
competente s!... E onde vai buscar-se
a verba para o arranque do processo?
Mais
fácil será a recuperação dos casais
que por essas terras se vão transformando em ruína. O PRID (Programa para Recuperação de Imóveis em Degradação ),
criado pelo decreto-lei nº 449/83, de 26 de Dezembro, ainda se manterá activo?
É que não bastará a iniciativa privada, até porque a vivificação da paisagem indicia um ar sadio, acolhedor, «é tão
bom viver aqui!»…
Urge,
pois, uma reflexão conju nta, um
dinamismo comunitário – para que também alfarrobeiras, figueiras e amendoeiras
se sintam mais acompanhadas!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz nº 226, 20-09-2015, p. 11.
Nota: Agradeço a Vítor Barros a
gentileza de ceder a fotografia. Explica-me: «Situa-se na Fonte da Murta mesmo
em frente à casa da minha mãe. Viu-me crescer e brinquei muito com as suas
paredes que me serviam de baliza para os meus treinos futebolísticos. Outrora,
e como era norma l no campo, serviu
também de casa de banho.»
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