Está
concluída a primeira fase das obras de abertura do segmento da 2ª circular
desde a Avenida Engenheiro Adelino Amaro da Costa até à Rua de Santana, em
Cascais.
De
facto, no passado dia 6, toda a maquinaria e os operários que, durante várias
semanas, ali arduamente labutaram para conseguirem levar a cabo a abertura da
estrada, foram-se embora, o que poderá subentender que terão sido dados por
terminados os trabalhos desta ‘primeira fase’ da empreitada.
Aguarda-se que, eventualmente e com o mesmo entusiasmo,
à obra – cuja conclusão está prevista para este mês – novas máquinas e novos
operários venham, a curto prazo, dar seguimento.
Um projecto de há 50 anos!
Escusado será dizer quanto esta ligação detém importância para a circulação rodoviária em Cascais.
Dela
se falou, por exemplo, a 18 de Abril de 1969, aquando da visita ao concelho do Ministro das Obras
Públicas, Engº Rui Sanches. A 2ª circular, disse-se então, facilitaria o
tráfego da baixa da Vila, uma vez que por ela se escoaria o trânsito em direcção a norte. No Relatório de Gerência da Câmara,
datado de 31 de Janeiro de 1970 (p. 21), preconiza-se que «a Estrada Marginal
fique ligada à 2ª circular por uma rodovia que seguirá ao longo da Ribeira das
Vinhas». E o Plano de Actividades para 1970 (datado de 12 de Setembro de 1969),
retomava a ideia do «arruamento do Vale da Ribeira das Vinhas até à 2ª
circular».
Note-se
que, em ambos os documentos, se fala da 2ª circular como de algo já existente, o
que não correspondia inteiramente à verdade. Nessa altura, a “2ª circular” era
apenas a Av. Infante D. Henrique, no
Bairro do Rosário, que ia da 25 de Abril (então Frederico Ulrich) até à Rua Joaquim Ereira; só mais tarde se completou a ligação à actual Rotunda dos Bombeiros, ligação cujo nome constitui, agora, justa homenagem ao
actor Raul Solnado. O que, neste momento, está em causa é a continuação dessa Av. Raul Solnado até à Rua de Santana,
entre o Alto da Pampilheira (vulgo, Bairro J. Pimenta) e o recém-inaugurado
parque de estacionamento da Mobi Cascais.
Trata-se,
pois, da concretização de uma aspiração antiga. E se a passagem ao longo da Ribeira das
Vinhas veio a considerar-se difícil do ponto de vista técnico e, até,
ambiental, a possibilidade de, pela Rua José Florindo, parte significativa do
trânsito que sobe a 25 de Abril poder vir a ser deslocada para a Rua de Santana
em melhores condições de fluxo encara-se, na actualidade, como uma alternativa
simpática.
O estado de adiantamento das obras
As
fotos que ilustram este apontamento (datadas da manhã de 13 de Fevereiro,
quarta-feira) poderão dar uma ideia do estado de adiantamento em que os trabalhos
se encontram e como virá a ficar a obra feita.
Mostra
a primeira a zona de ligação para a Adelino
Amaro da Costa, vendo-se, em primeiro plano, ainda em terra batida e sem
lancis, a ligação com a Rua Fernão
Lopes (do Hospital da CUF), ligação que
permitirá desanuviar grandemente o tráfego de viaturas dos utentes do hospital directamente
para a Rotunda dos Bombeiros Voluntários.
A segunda fotografia foi tirada para o lado
oposto, o nascente. Mostra-se o que poderá vir a ser a grande rotunda de ligação com a Rua de Santana, que ora fica, quase
escondida, a um nível muito abaixo do plano da rotunda ainda em terra batida e
com as ‘cloacas’ verticais do saneamento básico bem à vista. Há, por
conseguinte, a intenção de diminuir
o elevado desnível da Rua de Santana, fazendo com que as viaturas mais
facilmente ali circulem, sem sobe-e-desce.
Uma
palavra de louvor em relação a esse
ingente trabalho levado a cabo num terreno bastante rochoso para se colocarem
em profundidade as tubagens para o saneamento.
A terceira fotografia mostra,
por exemplo, o nível a que vão ficar as tampas dessas caixas do saneamento básico,
estando em primeiro plano uma delas, provisoriamente tapada com uma palete. E
vê-se, na quarta, a cuidadosa colocação
dos lancis, em quase toda a extensão da subida.
Não
há dúvida que é de enaltecer o facto de, em tão pouco tempo, se ter avançado
tanto. Recorde-se que, segundo o painel identificativo da obra, colocado na Rua
de Santana, as obras deveriam terminar em Fevereiro. Esta «1ª fase» terminou antes
do dia 6, uma vez que, a partir desse dia, não houve mais trabalho
absolutamente nenhum.
Levou-se
a cabo uma obra ingente. Durante semanas, um labor gigantesco, porque se tornou
necessário arrancar muitas pedras, atendendo a que se trata de uma zona muito rochosa;
os operadores das máquinas trabalharam arduamente, inclusive aos fins-de-semana,
praticamente sem horário, quase do nascer ao pôr-do-sol e até pela noite
adentro.
Louve-se,
por conseguinte, o estado bem adiantado em que a empreitada ficou.
José d’Encarnação
Publicado
em Cyberjornal, edição
de 13-02-2019:
Post-scriptum: Na terça-feira, 19, começaram as operações
junto à Rotunda dos Bombeiros Voluntários, para a 'junção'
dos dois pavimentos, que se encontravam a níveis diferentes.