Amiúde se poderá perguntar, não sem alguma dose de ironia:
– A calçadinha? Do tempo dos Romanos? E que jeito tem dar-lhe assim importância, considerá-la quase um monumento, trazê-la nas palminhas? Um empedrado normalíssimo!... É antigo, está bem, mas… «monumento»?!...
As dúvidas têm a sua razão de ser, no quotidiano veloz em que andamos embrenhados, sem tempo para reflexões. Há, porém, nesse mesmo quotidiano, ocasiões que nos obrigam a parar e trazem, por vezes, revelações inesperadas. Assim, no segundo dia após o sismo que destroçou o Haiti, a 12 de Janeiro último, o presidente respondeu sem hesitar, quando lhe perguntaram qual a prioridade mais urgente:
– As estradas!
Sem vias de comunicação desobstruídas, nada se poderia fazer!
Assim bem o entenderam os Romanos, ao gizarem uma inteligente rede viária, ainda hoje conservada em muitos dos seus troços. E uma das primeiras funções da carreira senatorial era a de pertencer à comissão de quatro membros que cuidavam das vias, «quattuorviri viarum curandaram».
As lições… da História! E a importância da nossa ‘calçadinha’ e a da anunciada ligação à Via do Infante.
Publicado na edição de Fevereiro 2010 (p. 10) do mensário "VilAdentro",
de S. Brás de Alportel, na habitual coluna A Retalho,
que aí detenho ininterruptamente desde Abril de 2003.
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