Ainda que não isento de polémica, pelo que me constou, eventual cópia (disse-se) de algo já feito, temos, com assinatura de Eduardo Brazão Gonçalves, o Dicionário do Falar Algarvio.
Uma iniciativa de fixar o que o povo usa no seu quotidiano e que constitui, por isso, património a não perder. E a palavra «património» assume aqui o seu real significado como algo de típico a transmitir de pais para filhos.
Bichoco, por exemplo, era palavra que eu ouvia amiúde, com um significado preciso: não era a simples ferida provocada por esfoladela ou arranhão; o bichoco era algo que viera de dentro, uma chaga a criar pus, a denunciar mal interior, difícil de sarar e de origem estranha, desconfiava-se que maligna.
E «chaga sem mezinha»? Uma pessoa incorrigível, incómoda, incurável, por mais conversa e conselhos que houvesse. Não tinha remédio. Não havia mezinha que lhe valesse!
Neste âmbito das dores e das mezinhas, dizia-se: «Ó homem, espera aí, não corras, que isto não é sangria desatada!»…
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel], nº 139/140 (Ago/Set 2010) p. 10.
Tambem eu, gosto muito de usar frazes e palavras populares, por exemplo prefiro muito mais, usar o nosso beirao: "bem haja" do que o "obrigado" muito mais usado!
ResponderEliminarUm abraco dalgodrense.
Bem haja! É expressão que uso muito e que, salva a imodéstia, está a ser cada vez mais usada por amigos meus, por influência dos textos que tenho escrito - e isso consola-me! É, contudo, expressão traiçoeira no uso, pois que o verbo se conjuga (bem hajas, bem hajam!) e o substantivo é composto: "Receba o meu bem-haja!" (e só neste caso se usa o hífen).
ResponderEliminarclaro que não esqueceram o "marafado" e o "entaladinho"?!
ResponderEliminarHaja Saúde!
Olá!
ResponderEliminarNão tenho oprazer de o conhecer, embora eu saiba, através de terceira pessoa, que é de São Brás de Alportel. Portanto somos conterâneos. Isso mesmo!
Foi um seu amigo que me disse, ontem no Museu do Vinho, Cartaxo.
Bem haja!
Safira
Pois que é um privilégio ter como patrícia(o) um(a)... safira! E imagine-se que foi no Museu do Vinho que a identificação se deu! Bom sítio, sem dúvida! Ainda que eu não desista da ideia de vir a encontrar Safira em S. Brás ou... em Cascais, onde a colónia de são-brasenses é, como sabe, bem nutrida! Saudações bem cordiais!
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