«Faz o bem e não olhes a quem» – é dito popular que, de um modo geral, as Misericórdias procuram seguir; segue-o, de modo particular, a Santa Casa da Misericórdia de Cascais. Serenamente, vai, dia após dia, cumprindo a sua missão, na procura de soluções para os inúmeros problemas que lhe batem à porta – porque é para isso que existe: para resolver problemas alheios…
Uma intensa actividade quase anónima que, no entanto, a população bem sente que existe – e isso é o que interessa, pois, na verdade, à porta da Santa Casa todos os dias se apresentam as cada vez mais graves dificuldades para que o desumano sistema instalado vem atirando toda a população.
De quando em vez, alguma notícia ressalta, não só para se dizer «apesar de tudo, estamos aqui!», mas também para salientar algum dos aspectos de uma acção para que, afinal, a comunidade e as entidades precisam de olhar ainda com mais atenção.
E as duas iniciativas – dos dias 24 e 28 – aí estão a comprová-lo.
Escolheu o Presidente da Câmara de Cascais a Sala do Despacho da Misericórdia para, em conferência de imprensa (em que também esteve presente boa parte dos corpos sociais da Santa Casa), anunciar as iniciativas que, no âmbito do Pelouro da Acção Social (a cargo de Mariana Ribeiro Ferreira), estão programadas pelo Executivo Municipal, de parceira com várias entidades, entre as quais, naturalmente, a Misericórdia. Relevo especial foi dado ao apoio domiciliário a idosos, mediante, por exemplo, como se noticiou, a criação de um serviço telefónico de emergência, como noutros municípios já existe. E o nosso voto é de que a falta de meios de que todos vimos padecendo não adie por muito tempo a concretização dessas mui louváveis iniciativas ora anunciadas.
Por outro lado, a segunda-feira, 28, realizou-se, no Centro de Congressos de Cascais, o I Encontro Apoios Sénior, uma forma inteligente de partilha, informação e estudo para se comemorar o 20º Aniversário do já referido Serviço de Apoio Domiciliário, uma das tarefas mais prementes a que a Santa Casa vem lançando mãos, sem que se veja, por parte dos responsáveis governamentais, a passagem das intenções e das promessas a uma acção concertada e eficaz. Recorde-se que, embora num domínio concomitante, a anunciada colaboração governamental no quadro dos chamados Cuidados Continuados, prontamente instalados na Residência Sénior Prof. Dr.ª Mª Ofélia Leite Ribeiro (inaugurada, em Alcoitão, a 4 de Fevereiro de 2009), não chegou a concretizar-se nos termos previstos, e a Santa Casa foi, por isso, obrigada a denunciar o acordo, dado o elevado montante da dívida acumulada. Neste, como noutros campos, o Estado não se comporta, de facto, como pessoa de bem.
A Santa Casa da Misericórdia de Cascais criou recentemente uma página na Internet – http://www.scmc.pt/ ‒ onde, para além de poderem conhecer as actividades em curso, os interessados poderão encontrar sugestões para colaborarem numa acção a todos os títulos deveras meritória e, nos tempos que correm, fundamental e que a toda a comunidade diz respeito. Consulte-a – e verá como tenho razão!
Publicado no Jornal de Cascais, nº 261, 06-04-2011, p. 6.
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