Jornais, fontes para a história
Tive ocasião de, a propósito do 6º aniversário de Jornal de Cascais, salientar a importância da imprensa como fonte primordial para a História Local. Creio, pois, interessante que, uma vez por outra, se dê conta dos órgãos de informação que servem o concelho de Cascais.
Não vou ser exaustivo, bem no sei, porque, hoje, a distribuição é feita aqui e além, sem dias certos ou, pelo menos, sem uma informação adequada, a não ser que se disponha de Internet e se consultem as edições on line. Creio, porém, não errar se afirmar que o mais antigo jornal agora em publicação é O Correio da Linha, de Paulo Pimenta; tem sede em Oeiras, é mensal e assume-se mais no formato de revista; «nasceu no mês de Março de 1989, com o nome de “Correio da Costa do Estoril”, ou seja, está no 23º ano de publicação ininterrupta. Virá depois o semanário Jornal da Região – Cascais, distribuído com os exemplares do Expresso que se vendam no concelho; na edição nº 279, de 30 de Agosto, está consignado que esta é a sua III série e que está no seu 15º ano. O nosso Jornal de Cascais completou agora 6 anos de publicação, também ininterrupta. Criado em Outubro de 2008, O Correio de Cascais, sediado em Mem Martins, afirma-se, na página do face book como ‘Jornal Regional Quinzenal do Concelho de Cascais’; ultimamente é mensal; o nº 45 (Agosto) está disponível no blogue http://correiodecascais.blogspot.com/p/edicoes-online-2011.html
Outras iniciativas têm surgido, de que GoldenNewsCascais pode ser exemplo. Quinzenário, de distribuição gratuita, como todos os demais, teve o seu 1º número em 16 de Outubro de 2009. Disponível on line e distribuído aqui e além, na versão papel, vai no nº 29 (Junho/Julho 2011). É provável que haja mais.
Acaba a Câmara de Cascais de criar um jornal, assim à maneira dos jornais locais, não exclusivamente de teor camarário. Isso vai, pois, merecer, um comentário maior. A inserir num texto sobre as publicações camarárias.
Aviões
Desde há muito que os habitantes de Cascais se habituaram ao barulho dos motores dos aviões. Não apenas dos que aterram ou levantam voo na Portela, mas sobretudo das avionetas do aeródromo de Tires. Sentimos, este ano, porém, a falta de publicidade, mormente ao fim-de-semana, por sobre as praias: as avionetas com as longas faixas atrás foram raríssimas. E, para além do festival aéreo de 10 de Julho, tivemos direito, pouco antes do meio-dia de 7 de Setembro, a apreciar de novo, sobre a baía, os loopings e outros malabarismos da cascalense Diana Gomes da Silva. Maravilha!
40 dias é… muito dia!
Agora, já serão bem mais! Corta-nos, porém, o coração ver aqueles trabalhadores duma corticeira em Santa Maria da Feira, que, dia e noite, há mais de 40 dias, velam diante das instalações, para que o recheio não leve sumiço!
A cena repete-se, repete-se e continuará a repetir-se noutros locais, noutras empresas, noutras fábricas, no decorrer deste último trimestre de 2011. E, ao que parece, dada a passividade reinante, não há nada a fazer. Os proprietários desapareceram, sem aparentemente deixarem rasto; os trabalhadores ficaram de mãos e pés atados e – isso, sim, que vorazmente se faz… – bem depressa terão pela frente as exigências implacáveis (sim, im-pla-cá-veis!) do «paga a electricidade», «paga a prestação», «paga a água»!... Com ameaças certas de cortes no fornecimento, de imediata penhora de bens… Essas, sim, não se fazem rogadas! Abutres à espera que a vítima venha, inanimada, a sucumbir!
Esquerda radical
No passado dia 17, Mário Soares, em entrevista a uma estação de televisão, alertou para a forte possibilidade de, prosseguindo o Mundo neste caminho, se deve preparar para assistir ao aparecimento, a nível global, de uma esquerda radical.
Mário Soares licenciou-se em História antes de tirar Direito!
Um livro sobre a guerra de África
Já aqui tive oportunidade de me referir ao livro, de António de Almeida Marques, À Espera de um Domingo em Terras de Angola. O autor, que reside na Parede, foi um dos muitos capitães milicianos que, após ter feito o serviço militar e já regressado à vida civil, foi chamado para comandante de companhia e como tal esteve no teatro da guerra.
Assume-se o livro, e bem, como testemunho para oferecer aos amigos e, de modo especial, a quantos partilharam consigo esses longos meses, de 1970 a 1972. Sem nenhumas pretensões literárias e, também, sem dar grande importância ao rigor da escrita – que o que interessava era a mensagem. A alocução, que fez num reencontro de todos, em 2006, assume-se precisamente como tocante confidência de estados de espírito.
Penso que são depoimentos destes, inclusive com dados estatísticos, narrativas entremeadas de reflexões sobre a actualidade, o parecer do cidadão comum, e o contexto em que a guerra surgiu, que interessa dar a conhecer – para que não voltem a cometer-se os mesmos erros.
Publicado em Jornal de Cascais, nº 283, 28-09-2011, p. 6.
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