Iluminações
O minitornado que, no dia 22, se abateu sobre o vale do Rio dos Mochos, desde a Pampilheira até ao Parque Marechal Carmona, arrancando árvores pela raiz, poupou a zona da vila onde se haviam instalado as singelas, mas sugestivas, iluminações de Natal.
Em tudo o que é iniciativa, agora se pensa na forma de melhor servir com menos dispêndio, e a sobriedade por que, neste domínio, se optou mercê encómios. O presépio, a dar as boas-vindas na rotunda, gesto que aos Rotários se deve, fica bem ali, amparado pelos pinheiros mansos já crescidinhos. E a cónica árvore de Natal eléctrica, no alinhamento da alameda e a saudar os pescadores também colhe simpatia.
Parques de estacionamento
Informou o Município que, em virtude da quadra natalícia e durante ela, os parques de estacionamento de superfície, concessionados, passam a ser gratuitos ao fim-de-semana. Atitude de louvar. Perguntaria, porém, se – depois de meses sem terem lucro e às moscas – os dois parques geridos pela ESUC não poderiam vir a ter novos preçários. Quando se pensou num e noutro, apressei-me a sugerir à Presidência da Câmara que optasse por considerar gratuita a primeira hora ou, até, as duas primeiras horas, atendendo aos objectivos a atingir: no do Parque Palmela, facilitar o usufruto do paredão; no do Parque Marechal Carmona, facilitar o usufruto desse parque e servir de apoio a dois museus, o do Mar e a Casa das Histórias. Volto a fazer a sugestão.
Aliás, também não compreendo por que razão não haverá para os funcionários camarários uma… ‘atenção’. Eu sei: se começarmos a fazer excepções… Compreendo. Mas não costuma dizer-se que, muitas vezes, importa dar um passo atrás para que se possam dar dois em frente? Ponham os olhos no parque junto à estação do caminho-de-ferro de Cascais! O agradável desconto para quem utiliza o comboio faz com que o parque esteja sempre bem recheado de viaturas!
Palácio da Cidadela
Ainda me não foi possível revisitá-lo após as obras de restauro, que tive, no entanto, ocasião de observar quando iam sensivelmente a meio. Aplaudo a abertura ao público, como já aplaudira, na década de 80, a sua utilização parcial para fins culturais e aí se fez, por exemplo, em Agosto de 1986, a exposição «Cascais ao tempo dos Romanos».
Primeira fase, portanto, do amplo projecto, que é o de proporcionar à população cascalense o usufruto de imóveis com enorme potencial histórico e que, abandonados, corriam sério risco de mais debilitarem as nossas frágeis finanças. Assim se pode conviver com a História e assim se vai compondo o ramalhete cultural dessa nova centralidade cascalense onde a Cultura (com maiúscula) é rainha: o Centro Cultural, o Museu do Mar, a Casa das Histórias, o Condes de Castro Guimarães, a Casa de Santa Maria e o Museu dos Faróis.
Falta a recuperação da Casa Sommer. Oxalá se consigam verbas para que nela se instale, como anunciado, o excelente e bem organizado Arquivo Municipal. Claro que já não luto pelo Museu da História de Cascais, depois de tantas vezes anunciado, quer com o nome de Museu de Arqueologia quer sob a designação de Museu da História local. Pugnei para que, num recanto do vasto espaço do quartel, houvesse um apontamento que fosse sobre a memória do sítio e se aproveitasse o ensejo para dar uma ideia, mesmo pálida, do que fora o passado cascalense. Não venci essa batalha e não fui só eu quem ficou a perder.
Também este vai abaixo!
Não é notícia oficial, ainda que possa, um dia, ter sido já sussurrada antes da ordem do dia ou mesmo no decorrer de uma sessão do Executivo camarário. O certo é que se torna, cada dia que passa, mais provável que o edifício de super-esquadra da PSP, localizado em cima do passeio da Adelino Amaro da Costa e obra de um arquitecto de nomeada, vá mesmo abaixo, não só porque não haverá dinheiro para obras como, ao que parece, outras hipóteses de instalação da PSP podem estar no horizonte, mais viáveis e menos dispendiosas.
A título de exemplo, e só para se acrescentar mais um dado à história do imóvel, o Sr. Presidente da Câmara Dr. António Capucho afirmou, no período antes da ordem do dia da reunião camarária de 2 de Dezembro de 2009 (há dois anos, portanto), que fora «também informado pelo Senhor Ministro que a obra da Esquadra da PSP de Cascais está parada porque o empreiteiro faliu, o que obriga a recomeçar de novo todo o procedimento concursal para terminar esta obra». Atendendo a isso, iria «colocar de novo esta questão junto do Senhor Ministro porque essa informação é contradit6ria com a que ele lhe havia transmitido há uns meses atrás em audiência que teve». E a informação anterior era precisamente que adoptariam um procedimento expedito com ajuste directo para concluir a esquadra até Setembro desse ano...
O «também» do título desta nota – assinale-se – prende-se com o facto de, na edição de 27 de Julho, eu ter anunciado que era intenção da Câmara mandar demolir a carcaça do edifício em frente da estação do caminho-de-ferro de Cascais. Ainda lá está.
[Publicado no Jornal de Cascais, nº 292, 30-11-2011, p. 4].
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