Sob o título «Heroísmo português no Brasil
guarda-se no Museu do Mar», referiu-se aqui, na edição
de 14-12-2011, que fora oferecida ao Museu do Mar uma preciosa placa onde, sob
o anagrama de Augusto de Castilho, se lê:
«Heróico comandante da Mindelo e da Affonso
de Albuquerque em 1894 nas águas do Rio de Janeiro. Homenagem de Brasileiros e
Portuguezes residentes em S. Paulo. 6-12-98».
O documento já se encontra exposto no Museu –
com o que muito nos congratulamos.
Romanos e
saloios na Areia
Na sequência do passeio feito a 29 de Abril
ao povoado romano dos Casais Velhos, organizou a Associação
de Moradores da Areia, no passado dia 1, em colaboração
com a Associação Cultural de Cascais
e o patrocínio da Junta de Freguesia, um serão em que se mostrou a
singularidade histórica daquele povoado e se referiram aspectos mais salientes
do património edificado do lugar, com especial relevo para a arquitectura
tipicamente saloia e o cruz eiro
evocativo do acidente que vitimou, a 20 de Julho de 1936, o General Sanjurjo,
que seguia para Burgos numa avioneta que levantara voo do vizinho aeródromo da
Marinha.
Excrementos caninos e civismo
Passeei-me, a 3 de Junho, pela manhã, na zona ocidental do Bairro da
Pampilheira, aquela que, um dia, estranho e misterioso serviço camarário
impossibilitou de estar acessível de carro a quem vem da zona oriental do mesmo
bairro. Incompreensível incongruência para o cidadão comum e que, um dia, se saberá,
decerto, a que génio ou força oculta se terá ficado a dever.
Ostenta o trecho final da Rua Afonso Lopes Viera, além da singularidade desse
inexplicável sentido único, a não menos inexplicável acumulação de lixo. É, seguramente, o ângulo mais sujo do
bairro.
Outra circunstância estranha ocorre numa artéria confluente, a Rua
António Nobre: tem, excepcionalmente, dois recipientes de sacos para recolha de
excrementos caninos. Distam um do outro escassos 100 metros, nem tanto! Pois
são precisamente os passeios dessa rua, na sua parte mais baixa, que concentram
o maior número desses ‘interessantes’ resíduos!... Será que é ali que vão
defecar todos os cães vadios das redondezas?
Ainda no âmbito desse tema do civismo (não falo do dos cãezinhos,
naturalmente…), achei deveras curioso o facto de o empreiteiro que está a abrir
uma vala no cima da Rua Gomes Leal ter pura e simplesmente proibido a circulação rodoviária no sentido ascendente, ‘mandando’ os
condutores para um ‘desvio’ mais além. Porquê, se há possibilidade de os carros
passarem e a vala é mínima e só no cimo? Porquê manter essa proibição ao fim-de-semana, quando (e esse poderia ser um
dos problemas) não há qualquer máquina a trabalhar, ou melhor, as máquinas
ficaram lá no meio da rua? Mistérios que nem a Polícia Municipal ousa
desvendar…
O Grupo Vira o Tacho, da Torre
Maio de 1944. Cumprindo a tradição
da caldeirada, a manhã fora farta em polvos e outras pescarias na «banheira»,
minúscula enseada perto do farol da Guia, que era propriedade do Conde das
Alcáçovas. O grupo já se ajuntava há anos para confraternizar; eram os homens
das famílias da Torre; porém, nesse dia 4, haviam decidido formalizar o
reencontro anual.
O grande tacho estava já ao lume, assente em tijolos, lambido
pelas labaredas. E que nome se dá ao grupo, que o grupo precisa de ter um
nome?! Opinião daqui, opinião dali, sem obter unanimidade… Nisto, com o calor,
um dos tijolos parte-se e o tacho vira-se! Estava escolhido o nome: «Vira o
Tacho»!
Desde então, a tradição
mantém-se e o número de ‘sócios’ sempre o mesmo: 20! Quando um, por qualquer
motivo, nomeadamente de morte, sai, é logo proposto um outro, que tem de ser de
uma família da Torre ou aparentada. Hoje, do grupo fundador, já quase uma
dezena partiram e são lembrados com carinho – que o encontro anual serve também
para isso: para matar saudades, para recordar peripécias; enfim, para cimentar
comunidade e manter esses laços de solidariedade entre vizinhos.
Assim aconteceu este ano, no domingo, 13 de Maio, no antigo
barracão da «Praceta do Germano», na Torre, dado que ora já não há
possibilidade de fazer fogo na orla e muito menos na Marinha: a caldeirada é
preparada na Quinta de Santo António, que tanto o Zé Manel como o pai são
membros do grupo.
Estive lá um pouco antes do almoço – que vinha a caminho – e
aproveitei também eu para regressar aos tempos de infância na escola de Birre,
na escola da Bicuda, nos bailes da Sociedade, numa homenagem aos que já não se
encontram entre nós…
E, à despedida, o voto de sempre: que para o ano, com saúde,
nos voltemos todos a encontrar!
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