Há mais de nove anos, portanto. Numa
insistência pelo que genuinamente nos distingue: as nossas falas; os nossos
comeres (ainda há dias fomos a casa de uma colega, em Sintra, que nos brindou
com uma entrada bem nossa: as cenourinhas às rodelas!...); os nossos artesãos;
o trabalho da pedra; o encanto da nossa paisagem salpicada de casinhas caiadas,
moinhos no topo dos montes, fontes que se reencontraram…
Alguém me escrevia em Março de 2010, a propósito do texto
sobre as nossas casas tradicionais:
«Há portas lindíssimas, almofadas que são substituídas
por portas de alumínio; o mesmo acontec e
com as platibandas e chaminés que estão a desaparecer em casas em ruínas».
Não o podemos permitir. E não apenas por força de uma
qualquer portaria municipal, mas pela vontade dos são-brasenses! Essas
ombreiras trabalhadas, esses lintéis datados, essas chaminés a ostentar datas e
siglas constituem pedaços da nossa memória, da nossa identidade – e vamos
continuar a lutar por eles, num concelho que dentro em breve vai, também ele,
ser centenário!
Publicado no mensário VilAdentro
[S. Brás de Alportel], nº 164 (Setembro 2012) p. 10.
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