Passava
os dias no silêncio dos mármores e das cruzes, perpetuando – ou julgando
perpetuar!... – na pedra os nomes de quem já partira. ETERNA SAUDADE DE SUA ESPOSA, FILHOS E NETOS…
Fechava
às cinco da tarde o cemitério e abalava para casa. Meditaria, quiçá, nos nomes
que gravara, nos mármores que assentara sobre as campas e perguntar-se-ia das
vidas. Daí o seu apreço pelas biografias dos homens que, ao longo dos séculos,
se haviam notabilizado:
«Não
se deve falar do género humano com desprezo, quando se pensa em semelhantes
exemplos.
É
agradável admirá-los e é bom e salutar, como disse um mestre, alimentarmos
sempre em nós o culto dos grandes homens e das grandes coisas» – escreve Celestino
Costa no final.
Miguel
Ângelo, por exemplo, é o seu ídolo:
«Possuía,
em supremo grau, o amor sincero e activo do Belo, da Verdade e do Bem. É, com
certeza, um dos homens que mais honraram a vida».
E,
ao ler as biografias, achou piada aos tiques, às manias, aos casos do dia-a-dia,
que foi minuciosamente anotando, a lápis, em letras capitais, para melhor se
entender.
Contos Recontados é, pois, o resultado
dessa recolha, serenamente feita, anos afora, por Celestino Costa, o poeta de
S. Domingos de Rana, o canteiro do cemitério da Guia, em Cascais. Um livrinho
singelo, que num ápice se lê, mas que, de facto, diverte e, nalguns casos, até
é capaz de fazer pensar.
Numa
edição de Apenas Livros (ISBN: 978-989-618-501-5) em colaboração com a Associação Cultural de Cascais, o
livro foi apresentado no sábado, 20 de Junho, na Biblioteca Municipal de S.
Domingos de Rana, em sessão presidida pela Profª Maria Fernanda Gonçalves, uma
vez que a iniciativa mereceu amplo apoio da Junta de Freguesia.
Celestino
Costa aproveitou a oportunidade para – numa pequena mas bem significativa exposição
– mostrar também alguns dos seus trabalhos de canteiro em vários tipos de pedra,
tipos de que teve o cuidado de identificar alguns com legenda gravada, para que
tal identificação se não perca com o tempo. Apresentou, por exemplo, o baixo-relevo
que se reproduzira na capa do seu livro A
Minha Terra e Eu (2ª edição, da Associação Cultural de Cascais, em 1995) e
que representa uma oficina de canteiro. A Presidente da Junta foi obsequiada
com uma fotografia emoldurada desse trabalho.
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal , 05-07-2015:
Parabéns pelo trabalho incansável aqui desenvolvido.
ResponderEliminarPermita-me dar a conhecer este blogue; http://mirobrigaealusitania.blogspot.pt/