Ainda o ateliê de teatro
Dei conta, na passada semana, de que, no dia 26, se efectuara, na sede da Troupe União 1º de Dezembro Caparidense a apresentação do trabalho ali desenvolvido ao longo do ano por Susana Cacela, num ateliê de teatro.
Permita-se-me que volte ao tema para sublinhar a importância que detém esta aprendizagem – em todas as idades, nunca é tarde!... – das técnicas de estar em público, de representar, de falar perante uma assistência
Há, pois, que aplaudir: toda a equipa, pelo seu brio e vontade, mau grado as habituais adversidades e limitações; e a colectividade, por ter disponibilizado as suas instalações, em colaboração.
Estação de Cruz Quebrada
Eu sei que não é do concelho de Cascais; contudo, pertence à sua via-férrea e sinto-me na obrigação de fazer o apelo à Refer: não deixem apodrecer a cobertura de ferro da estação de Cruz Quebrada! Ainda que – conforme consta – outras funções possa vir a ter o edifício que dava apoio aos passageiros (hoje devoluto e a degradar-se), vale a pena que, no futuro projecto, essa cobertura, pelas suas linhas arquitectónicas bem típicas de uma época, se recupere e mantenha! Recorde-se que foi a Cruz Quebrada a 1ª estação terminal desta linha férrea e que foi a sua praia a preferida pelos lisboetas durante muitas décadas no século XIX e XX.
Urge que estejam atentos os responsáveis de ambas as câmaras (sim, também Cascais terá uma palavra a dizer, porque a linha é património de todos!) e não deixem que – como bastas vezes acontece – a gente acorde uma manhã e diga: «Olha! Deitaram aquilo abaixo! Que pena!».
De Oeiras, o exemplo!
Ouso manter-me em Oeiras, porque continua de parabéns o respectivo Município, pois tem sabido aproveitar mui eficazmente as instalações da antiga Fábrica de Pólvora em Barcarena.
Registe-se mais uma iniciativa: a de criar na Casa do Salitre uma exposição permanente sobre os vestígios arqueológicos do concelho, inaugurada a 16 de Junho, com grande afluência de arqueólogos.
Duplo o aplauso:
‒ Primeiro, porque é amplo o conceito de Arqueologia aqui aplicado, uma vez que abarca testemunhos desde o Paleolítico Inferior Arcaico (ou seja, desde o que os primeiros habitantes da região ali deixaram) até ao século XVIII, abarcando, portanto, também o que se designa por «Arqueologia Industrial».
‒ Depois, porque acompanha a exposição um precioso catálogo, da autoria de João Luís Cardoso, de mui excelente apresentação, tanto nas ilustrações (eloquentes e esteticamente apreciáveis, sempre sobre fundo preto) como, sobretudo, no texto, em onze capítulos, a explicitar cientificamente o conteúdo de cada um dos onze expositores. 1500 exemplares; design gráfico e paginação de Rosa Duarte Pascoal; 178 páginas; referências bibliográficas no final; ISBN: 978-989-608-125-6.
«Sinetes – poder e autoridade»
É um dos textos de antologia do novo número de Moda & Moda, assinado pela sua directora, Marionela Gusmão.
Mantém a revista, neste número de Verão (o nº 104 da sua existência), a sugestiva simbiose entre moda, informação, arte e cultura. Assim, se se alude às jóias de Van Cleef & Arpels, ao estilo do nosso costureiro Carlos Gil, ao mundo das cores (cor-de-rosa, verde, azul turquesa…), às novas tendências da moda e à subida vertiginosa da alta costura em Paris, também se faz aliciante convite para visitar a igreja de São Roque, «um dos (muitos) tesouros de Lisboa»; se disserta sobre os usos, os mitos e os símbolos da espada (sempre com mui adequadas ilustrações, de antologia!); se traça uma panorâmica sobre a moda na Idade Média; se mostra como, desde Delacroix a Matisse, o orientalismo seduziu a arte europeia; e se apresentam imagens dos mais de noventa objectos que integram a exposição «O Paraíso Privado do Imperador: Tesouros da Cidade Proibida» (refere-se aos imperadores da chinesa dinastia Qing), visitável, até 11 de Setembro no Milwaukee Art Museum.
Quanto aos sinetes (já me ia esquecendo…), só visto! O que um simples objecto (selo de autenticar documentos) pode revelar acerca de ideologias políticas e gostos estético-culturais!...
Publicado em Jornal de Cascais, nº 275, 13-07-2011, p. 4.
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