Exposições
Na galeria da Junta de Freguesia de Cascais, uma jovem búlgara aqui radicada, Radost Mitova, natural de Sófia (1983), expôs pintura: quadros em acrílico sobre tela, a colherem, em larga pincelada, instantâneos da paisagem e da vida. Apreciei os barcos, as cenas de tourada, o quadro «Olha», com fundo laranja e dois ciclistas, em 1º plano, em contraluz... Apreciei a abertura da galeria a quantos, vindos de fora, aqui fazem questão em querer mostrar a sua arte.
Na galeria do Casino, até ao dia 19, sugestiva mostra intitulada «Gentes de cá», porque Lima de Carvalho nela quis reunir artistas residentes nos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra. Muito concorrida, a inauguração, a 17 de Setembro. Merece, sem dúvida, uma visita!
Mas, além de Arte, as exposições mostram também História.
Assim, a propósito da vinda para Alcabideche de Nossa Senhora do Cabo, Guilherme Cardoso, da Assembleia Distrital de Lisboa, preparou para a aconchegada salinha do Montepio sugestiva mostra documental sobre esta longa tradição mariana, em que a Alcabideche cabe a palma! A não perder! Foi inaugurada a 18 de Setembro.
Encerrou, no Espaço-Memória dos Exílios, no Estoril, de que nos ficou precioso catálogo bilingue, O Estoril e as Origens do Turismo em Portugal, excelente documento histórico a guardar (ISBN: 978-972-637-242-4). No sábado de manhã, dia 24, João Miguel Henriques, responsável pelo Arquivo Municipal e, neste momento, um dos maiores conhecedores dessa temática, porquanto a tem investigado, guiou a visita e apresentou dois filmes antigos sobre a Costa do Sol de primórdios do século XX – uma delícia! A partir do dia 29, nova exposição nesse espaço, também de índole histórica, intitulada «Exilados, políticos e diplomatas em tempos difíceis»
Arqueologia e autarquias
Foi apresentado, em animada sessão de mesa-redonda no auditório do Centro Cultural de Cascais, também no sábado, 24, o volume, editado pela Câmara, que reúne as intervenções (comunicações, posters e debates) feitas no mesmo local, de 25 a 27 de Setembro de 2008, numa organização da Câmara e da Associação Profissional de Arqueólogos. 702 densas páginas, profusamente ilustradas a cores, plenas de informação e de uma actualidade que se mantém (ISBN: 978-972-637-243-1). Congratulamo-nos!
Boletins municipais
E já que se aborda esse tema da actividade editorial no âmbito da Cultura em geral e do Património em particular – em que o Município de Cascais leva a palma, seguramente, a nível nacional (o último ISBN indicado esclarece que, registadas, a Câmara, já editou 243 obras!) – é também suposto que uma Câmara dê conta das suas actividades e não apenas na página da Internet, www.cm-cascais.pt/ (acessível, queiramos ou não, apenas a uma minoria).
O vizinho Município de Oeiras mantém o boletim Oeiras Actual (nº 210, Maio de 2011), com exaustiva informação sobre iniciativas realizadas e em curso, as deliberações tomadas nas sessões camarárias, os regulamentos aprovados… Oeiras em Revista (nº 106, Verão de 2011) é, por seu turno, sugestiva revista, também de distribuição gratuita (0,75 € de custo de edição por exemplar, anota-se), com mui elucidativas reportagens sobre os serviços e as pessoas que os dinamizam.
Idêntica política informativa – consignada em papel – detém parte muito significativa das câmaras do País.
Optou o Executivo de A. Capucho por distribuir, de vez em quando, uma revista municipal a que deu o título Cascais. Tenho presente o nº 11, do último trimestre de 2010, com um dossiê especial sobre Educação, «eventos em destaque» (uma grande foto com legenda explicativa); a rubrica «Cascais em revista» (fotos legendadas); «breves». 34 páginas a cores, papel couché, formato A4, tiragem (indicada) de 88 000 exemplares, distribuídos porta a porta. O nº 3 (3º trimestre de 2008) fora também ele concebido pela empresa FE”DESIGN’ERS; a impressão e distribuição fora, porém, de Lisgráfica, enquanto que o nº 11 saiu da responsabilidade de PROS, Promoções e Serviços Publicitários, Lda. O tom da revista é, contudo, mais de ostentação (no sentido concreto do termo, ostentar é ‘mostrar com aparato’) que de informação. O nº 6, nomeadamente, tem como data 2002-2009 e destinou-se a fazer o balanço do mandato prestes a terminar («No final de mais um ciclo autárquico em que os poderás públicos são chamados a prestar contas…», escreveu A. Capucho no editorial) e as perspectivas que um novo mandato iria proporcionar; não traz outra data na ficha técnica, mas compreende-se que tenha sido distribuído precisamente em final de mandato.
Saiu, por ocasião das Festas do Mar, o 1º número (a que não tive acesso) de C – Boletim Municipal, jornal mensal, com notícia de iniciativas não apenas camarárias e de pessoas da comunidade cascalense. Tenho presente o nº 2, datado de 15 de Setembro. Afigura-se-me, à 1ª vista, um jornal local. Coordena-o o Departamento de Comunicação, edição de Luísa Rego, dez são os membros da redacção; tiragem, 120 000 exemplares. De louvar, por dar trabalho e incentivo à profissão de jornalistas, numa época em que à Comunicação Social local faltam apoios institucionais. Uma forma, quiçá, de este Executivo ressarcir políticas anteriores…
Publicado em Jornal de Cascais, nº 284, 05-10-2011, p. 4.
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