Parque Palmela – mui agradável surpresa
Há muito que não ia ao Parque Palmela. Sim, concertos, bailado e teatro na concha acústica; mas embrenhar-me por aí adentro, há muito que não tentava desde os tempos em que, com os filhotes crianças, íamos treinar no circuito de manutenção. Foi, pois, agradável surpresa ver da existência do restaurante, apoio para quem queira abalançar-se por altas travessias de aventura sobre o leito (ainda que seco) da ribeira. Aliciante proposta!
Convidam-se os visitantes a deliciar-se de ar puro; a observarem as aves e as espécies arbóreas seculares. Aconchegado o largo patamar de entrada atrás da Estoril--Sol Residence, a pedir pausa, na admiração da baía.
Urbanisticamente requintada também a entrada principal, onde o murmurar da água corrente alicia à distensão. Gostaríamos que alguns dos tanques rústicos que espreitam à beira dos caminhos interiores água tivessem também… Não se pode querer tudo!
Parque Marechal Carmona – o meu repto!
Mas, em relação ao Parque Marechal Carmona, apesar da crise – e talvez até por causa dela (carecemos de quem nos titile a auto-estima!...) – há um desafio que eu lanço: caso a EMAC não possa, que entidade (os Lions, o Rotary, a Propaganda, o Grupo Ecológico de Cascais…) quererá agarrar com mãos ambas a revitalização do conjunto escultórico daquela divindade das águas? Não custará os olhos da cara reparar a estátua, reconstituir a pia partida a metade e, sobretudo, criar um circuito fechado de água! Claro, o ideal seria reconstituir a ideia original – e a água a correr para os outros românticos laguinhos; era, quiçá, pedir muito em tempo de vacas magras; mas a recuperação do circuito fechado poderia constituir, inclusive, proposta a fazer a um estagiário em Arquitectura Paisagística, porque não? E o parque tanto ganharia com isso!
Túnel do Parque Palmela
Passei por lá no sábado, 1 de Outubro, de manhã. Já pintaram com garatujas alguns dos painéis de Mestre Nadir Afonso. Tenho uma pensa imensa de quem, a rir, praticou o desmando, porque gostava que todos pudéssemos estar minimamente satisfeitos connosco próprios e tal iniciativa mostra, claramente, que alguém não anda bem e está em guerra com o mundo. Coitado!
Publicações camarárias
Falámos do boletim C. Mas, se formos aos Paços do Concelho, pode acontecer encontrarmos folhas volantes ou mesmo pequenas publicações relativas a departamentos específicos e a empresas municipais. Por exemplo, o Macazine, da EMAC, destinado a crianças, de que tenho o nº 19, de Agosto de 2010. Ou a revista Ambiente Positivo, de Fevereiro de 2010, que traz, além do da Câmara, os logótipos de quatro empresas municipais: Cascais Atlântico, Cascais Energia, Cascais Natura, EMAC, que procurou demonstrar que está «Cascais na vanguarda da utilização de recursos». Existe também uma revista de prestígio, profusa e magnificamente ilustrada, excelente papel de elevada gramagem, design gráfico de Júlio Pisa, 5000 exemplares. E o utilíssimo Guia de Desporto – Concelho de Cascais 2011/2012, da responsabilidade do vereador do Desporto, João Sande e Castro, a referir as entidades desportivas, as instalações e espaços (pena que ainda continue o erro de designação das Penhas do Marmeleiro – p. 46) e traz vales de desconto!...
O meu voto: que não seja esquecido o arquivo de exemplares de cada uma delas – para a história!
Publicações das Juntas de Freguesia
Têm as juntas de freguesia do concelho apoiado sistematicamente publicações que se prendam com o seu património cultural material e imaterial (este, por exemplo, no âmbito da poesia). Aplaude-se esta disponibilidade, que demonstra grande espírito de abertura e de perfeita compreensão do que é o papel de uma autarquia próxima da população.
Em S. Domingos de Rana, há o boletim Notícias da Freguesia cuidadosamente preparado que, no anterior mandato, manteve alguma regularidade (na página da freguesia, o último número data de Maio de 2009). Carcavelos tem feito alguns ensaios, sem continuidade. Alcabideche optou por um boletim cultural, Al-qabdaq, de que se publicaram três números (1, 1990; 2, 1991; 3, 1992). O Executivo da Junta de Freguesia do Estoril preferiu – e bem – ‘usar’ páginas da imprensa local: tenho presente o nº de 30 de Agosto do nosso prezado colega Jornal de Região – Cascais, com as duas páginas centrais da responsabilidade daquela Junta, dando particular relevo às escolas da freguesia. Parede ensaiou iniciativas ao tempo de Tomaz Rosa, sobretudo em 1992 e 1993 (recordo, se não erro, Os Osguinhas). Cascais, que eu saiba, nunca terá pensado nisso.
É, decerto, bem coxo este panorama; aí fica, porém, para que outrem o complete. Importa, para a História local, que os dados não se percam e tudo fique convenientemente arquivado. Tenho a certeza que essa constitui, de resto, preocupação maior dos responsáveis pelo Arquivo Municipal.
Publicado em Jornal de Cascais, nº 285, 12-10-2011, p. 6.
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