Na
verdade, a publicação desta tão
prestigiada e singular revista, que já recebeu, desde 2000, mais de quatro
dezenas de prémios, esteve suspensa durante meses e reaparece agora, com a excelência
a que já nos habituara: amarela de ouro, a celebrar os poetas e a poesia!
Chamar-lhe
«magnífico» é pouco, se nos demorarmos a folheá-lo, a saborear palavras e
ilustrações, como quem abre um daqueles blocos de apontamentos, onde vamos
exarando as nossas impressões quotidiana s
ou os esboços gráficos de momentos a não esquecer.
Nomes
sonantes das artes e das letras se reuniram para a celebração , na esperança de esta ser, nas palavras de Patrícia Reis (a responsável pela edição ), «uma forma auspiciosa de sair de 2013 e
abraçar novos desafios».
Do admirável conju nto que nos é oferecido, destaca Patrícia Reis as «imagens
de Annie Leibovitz, a fotógrafa americana que nos traz uma interpretação de Romeu e Julieta»; são bem eloquentes, de
facto, e abrem auspiciosamente este volume; contudo, não posso deixar de
referir, por exemplo, o poema de Maria Teresa Horta, a proclamar que, ao
escrever, se correm riscos, se criam riscos e «vamos cinzelando o sonho em
detalhe, na minúcia, na romã e no enxofre, na rosa e alquimia». Claro que, nas suas
páginas, não vem de carreirinha, mas com a cesura dos versos. Preferi, porém, transcrevê-los
assim, para que melhor se lhes capte o sentido. E leio «Morrer de ingratidão», quatro
quadras de Vasco Graça Moura: «Vou sempre a jogo quando me convidas / e apenas
sei que perco sempre a mão»…
Textos, pinturas,
desenhos, fotografias… um mundo de cor, de formas, de… sedução !
Publicado em Cyberjornal,
edição de 25-12-2013:
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