domingo, 13 de outubro de 2019

Desleixo, distracção ou não-te-rales...


… que quem vier atrás… que feche a porta?!

            Está em curso na televisão uma campanha «É só esta vez!», no âmbito da consciencialização de que são os pequenos gestos do dia-a-dia que fazem a diferença entre um cidadão consciente das dificuldades por que a Terra está a passar e aquele que considere nada ter a ver com isso, porque aos outros é que compete zelar pelo bem comum.
            Na sequência de uma chamada de atenção para o facto de, numa secção de voto, não ter havido possibilidade – falemos assim… – de selar as urnas em tempo oportuno e de as conservar fechadas, como é de bom-tom (falemos assim…), uma das senhoras que faz o favor de habitualmente me ler e, até, comentar alguns dos escritos, não teve mãos a medir e referiu-me uma série de situações, em que esse «deixa andar e não te rales!» se verifica – e vou transcrever. E reza assim, quase em eco do que na televisão se observa:

  • "Estaciono onde me convém" – sem se preocupar com a dificuldade que crio aos outros;
  • "Deixo o portão do condomínio aberto porque só vou até à esquina deitar o lixo fora", sem se preocupar com a segurança dos demais no edifício;
  • "Ponho a música muito alta no meu carro, janelas abertas, às 7 horas da manhã", sem se importar que está numa zona residencial e onde há muitos idosos, alguns seriamente doentes;
  • "Paro numa rotunda para atender o telemóvel", sem dar importância ao pequeno caos que segue;
  • "Encosto-me à barra vertical no metro", mesmo se esmago a mão de outro passageiro que se mantém de pé graças à barra;
  • "Obrigo a pessoa idosa a separar-se do corrimão" numa escadaria, para não se desviar ele próprio do seu caminho;
  • "Dirijo-me em voz altíssima aos meus filhos/netos em qualquer lugar público", sem pensar que estou a ensiná-los a comunicar num tom de voz agressivo.

            Ora bem, aí está uma boa amostra! Para… meditar! – digo eu.

                                                                                    José d’Encarnação

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