Quando, jovem
universitário, me comecei a interessar vivamente pelas lições que, a par das
dos docentes, os animais nos davam, lia com proveito os únicos livros que, na
década de 60, falavam da fauna selvagem. Requisitava-os na Biblioteca Americana.
Um deles, de Alan Devoe, tinha como título «Our Animal Neighbours», animais
nossos vizinhos. E quanto não aprendi eu dessas leituras!
Alegrou-me,
pois, a notícia publicada na passada edição (página 17) sob o título «São Brás
de Alportel dá ninho à Natureza. Município renova aposta no apoio ao alojamento
local de aves».
Aí se informa
que, em estreita colaboração com a Associação Vita Nativa, se tinham instalado
no concelho 29 caixas-ninho, de que 15 tinham sido ocupadas e delas teriam
nascido 137 crias, entre as quais 80 de chapim real, 10 de chapim-de-popa, 5 do
pardal comum, 24 de trepadeira-azul, 4 de mocho-galego e 10 de coruja-das-torres.
Poderá, a
princípio, achar-se estranho falar de ‘alojamento local’ em relação a aves, quando
tanto há ainda a fazer para alojamento das pessoas, nomeadamente pela
reabilitação de casas e até de palácios
abandonados pelo nosso concelho! Reflectindo, porém, bem depressa se conclui da
importância de manter a biodiversidade e de promover a habitabilidade das
nossas paisagens para toda a espécie de animais que delas costumam fazer o seu
habitat.
Óptima a ideia
de se prepararem ninhos artificiais; melhor ainda será se, numa cada vez maior
consciencialização por parte da população, se proporcionarem as melhores
condições para que as aves por si próprias considerem bom o ambiente para em
segurança nidificarem.
Por um território onde a diversidade dos cantares e das cores mais nos alegre os corações. Para que, como diz o mote, seja bom viver em São Brás – também para as aves!
José d’Encarnação
Publicado em Notícias de S. Braz [S. Brás de Alportel], nº 341, 20-04-2025, p. 13.
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