quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dois vultos, duas memórias

Na assembleia geral da Misericórdia de Cascais, foi votado, no dia 27 de Maio, um voto de pesar pelo falecimento de Inácia França Félix, irmã da Santa Casa. Foi só aí que soube do infausto desaparecimento e elevei uma prece pelo seu eterno descanso. Soube depois que o Senhor Presidente da Câmara mandara distribuir pela Comunicação Social, a 30 de Abril, data do funeral da munícipe, uma mensagem – que, ao que parece, não terá sido publicada – onde, nomeadamente, referiu que Inácia França Félix «deixa na Vila de Cascais uma imensa saudade, sobretudo pela sua presença afável e simpatia irradiante», acrescentando:
«Há muito que nos havíamos habituado às suas oportunas intervenções em praticamente todas as reuniões públicas da Câmara Municipal, pugnando invariavelmente pela melhoria das condições de vida dos munícipes e da qualidade do espaço público. Foi uma verdadeira porta-voz do Povo da Vila de Cascais. A sua acção foi, aliás, reconhecida em 1997 pela Câmara Municipal de Cascais com a atribuição da Medalha Municipal de Mérito e Dedicação. A sua memória será também recordada no futuro com a atribuição do seu nome a uma rua da Vila.»
Aliás, idêntica atitude teve na sessão camarária de 3 de Maio, em que foi por unanimidade formulado um voto de pesar, com intervenções concordes de seis vereadores.
No dia 7, após a sessão de entrega de medalhas de mérito, perguntei a Toni Muchaxo pelo comum Amigo João Soares, do Hotel Baía (nestas ocasiões, sentimo-nos ‘mais Cascais’ e damos mais pela falta deste ou daquele, membros activos da nossa comunidade…). «Já partiu!», respondeu-me. Também de nada soubera. Vi agora na Internet a comunicação da ADHP – Associação dos Directores de Hotéis de Portugal, datada de 10 de Fevereiro, dia do seu passamento.
Nada vi escrito nos jornais locais (aqueles a que vou tendo acesso, mormente quando me desloco a sítios públicos da vila…). Certamente o funeral foi sentida manifestação da tristeza que todos sentimos pela perda de mais um homem bom da vila. Que também ele descanse em paz!
Mas estes dois casos fazem-me perguntar: será que as entidades que nos regem ainda não repararam no vazio que se está a criar com a falta de informação que rapidamente circule e ajude a cimentar a indispensável comunidade?

Post-scriptum: Já foi substituída a placa informativa do Parque Natural Sintra-Cascais, que se encontrava partida junto à Boca do Inferno e a que nos referimos a 23 de Março e 25 de Maio.

Publicado no "Jornal de Cascais" nº 224, 15-06-2010, p. 6.

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