quinta-feira, 26 de maio de 2011

Andarilhanças

O uso de «antigo»
A propósito do que escrevi sobre o uso do ex-, relembrou-me um vizinho que eu deveria também explicar o uso errado da palavra ‘antigo’. É estranho, de facto, dizer-se que António Capucho é o antigo presidente da Câmara!... Pode afirmar-se de alguém que é o ex-provedor da Misericórdia; no entanto, o melhor será sempre dizer-se «que foi provedor da Misericórdia». Antigo ‘cheira’ a velho; ‘ex’ sabe a excluído!

Recados à Finlândia e ao Reino Unido
De parabéns a Câmara Municipal de Cascais por, nas Conferências do Estoril, ter apresentado um delicioso documentário – que está a correr mundo, graças a Deus e à Internet (o Senhor que me perdoe!) – a ensinar aos Finlandeses um pouco de história de Portugal. E, ao que parece, também se antoja a hipótese de fazer outro, expressamente dedicado aos senhores ingleses, os tais da «velha aliança» que não perderam a oportunidade de nos lançar um ultimato e que, quando para cá vieram ajudar-nos a lutar contra o Napoleão (em função dos seus interesses, pois que só chegaram depois de lhes abrirmos os portos do Brasil…), foi preciso fazermos uma revolta para eles se irem embora… Faça-se o documentário, embora eu ache que não vale a pena! O chá eles aprenderam, mas foi só o das cinco!
E, já agora que estamos em maré de vídeos, não se poderia fazer um para candidatos a deputados, a ensinar-lhes os dados mais salientes da História de Portugal?

Bairro José Luís
O Relatório de Contas – Exercício de 2010 da EMGHA – Gestão da Habitação Social de Cascais, EM, SA ocupou 4,5 páginas de publicidade, que muito jeito irão dar aos cofres de Jornal de Cascais. Bom exemplo. Virá a ser seguido por outras empresas municipais?
A propósito: os moradores do Bairro José Luís, vulgo «Bairro Operário», que é da jurisdição da EMGHA, interrogam-se, preocupados, acerca do seu futuro.
Recorde-se que se trata de um dos primeiros bairros sociais de Cascais (1933), devido à benemerência do Conde de Monte Real, que para aí projectou um empreendimento social ímpar, que se estenderia até ao Cobre (pela actual Pampilheira oriental), num total de 238 fogos, de que só se fizeram 11 e de que apenas subsistem 8 (os 3 mais perto da avenida foram demolidos e, em seu lugar, crescem as ervas…).
Para, de certo modo, manter o espírito benemerente do doador, a Câmara, depois de o terreno ter sido mato durante cerca de 30 anos, optou por o vender em lotes, que destinou a cooperativas de habitação (as moradias) e a prédios de rendimento em regime de renda condicionada, com a condição de se dar prioridade de arrendamento a funcionários administrativos do concelho e, também, aos operários e técnicos da Standard Eléctrica, a primeira grande unidade fabril instalada no concelho, no Mato Romão (hoje, S. Gabriel). No canto sudeste, houve lugar para as «pequenas indústrias»: o estaleiro naval, oficinas, uma fábrica de malhas; mais recentemente, o centro de distribuição postal, a inspecção automóvel e a Clínica CUF. Bom negócio!

A newsletter da Residência Sénior
Mais uma cedência aos hábitos vindos de fora, quando, em português vernáculo, temos tantas palavras: boletim informativo, notícias, informações… Mas não: optou-se pela… newsletter, que até enche a boca ao pronunciar!
Saúde-se, pois, o aparecimento desta folha informativa electrónica da Residência Sénior Doutora Maria Ofélia Leite Ribeiro, em Alcoitão, da Santa Casa da Misericórdia de Cascais. Chama-se «Serviços Sénior» e o nº 00 data de Março/Abril, uma «edição muito especial», como escreve o seu responsável, Luís Lopes: «Em primeiro lugar, porque disponibilizamos para os nossos amigos, voluntários e colaboradores e clientes informação em primeira mão sobre o muito que fazemos e como fazemos»; em segundo lugar, porque «pretendemos dar informação útil para a melhoria da qualidade de vida com temas escritos pelos nossos técnicos e que o podem ajudar no dia-a-dia».
Votos, pois, de continuidade!

Publicado em Jornal de Cascais, nº 267, 18-05-2011, p. 4.

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