terça-feira, 13 de dezembro de 2016

No dia 5, a Solidariedade ganhou no Casino Estoril!

             O elenco que ia actuar era assaz convidativo; contudo, mais aliciante ainda era a razão que nos poderia levar ao Salão Preto e Prata do Casino estoril: a receita obtida destinava-se a ajudar nas despesas de tratamento do Salvador, «um menino de cinco anos a quem foi diagnosticado um neuroblastoma, doença de prognóstico muito reservado, mas que, neste caso, ainda, permite alimentar alguma esperança de cura».
            Em torno do caso se gerou, pois, amplo movimento de solidariedade, quer de amigos quer, neste caso, da própria Estoril-Sol e dos artistas que não hesitaram em dizer «sim!» e proporcionaram um belíssimo espectáculo a quantos, acorrendo à chamada, encheram por completo o salão.
            Apresentou o espectáculo, na segunda-feira, dia 5, a partir das 21h45, Ricardo Carriço.
            Começou por actuar Ângelo Freire, fadista e guitarrista que habitualmente acompanha Ana Moura. O seu enorme virtuosismo foi saudado com fartos aplausos.
            Seguiu-se António Zambujo, naquele seu jeito tímido de, sentado, quase pedir licença para nos contar histórias, cantando; e terminou, claro, com o já popularíssimo «Pica do 7», que os assistentes não hesitaram em acompanhar no refrão.
            A azougada Ana Bacalhau trouxe a costumada boa disposição dos Deolinda, com aquelas «modas» (como se diz no Alentejo) em que, como quem não quer a coisa, se vão atirando, a rir, certeiras críticas ao quotidiano que os «Grandes» nos obrigam a viver.
            Ah! E depois a esguia, a bonita, a simpática, a sempre cativante Ana Moura! O fado que nos enche a alma e que de boa mente acompanhamos cantando e batendo palmas quando para isso solicitados. Terminou, como não podia deixei de ser com… Desfado: «Ai que saudade / Que eu tenho de ter saudade / Saudades de ter alguém / Que aqui está e não existe! / Sentir-me triste / Só por me sentir tão bem / E alegre sentir-me bem / Só por eu andar tão triste!».
            A meio leiloaram-se dois quadros contendo, um, uma camisola autografada do Benfica e, outro, uma do Sporting. Ambas renderam 650 euros cada; e, também aqui, embora os adeptos do Benfica estivessem claramente em maior número, houve imparcialidade, até porque foi um sportinguista quem arrematou a do «rival»!...
            Tudo isto para dizer que se viveu intensa noite de solidariedade, numa verdadeira e mui intensa comunhão entre artistas e público, numa demonstração cabal que, em ocasiões como esta, o Português sabe dizer: «Presente!».
            Fazemos votos para que tudo corra o melhor possível para o pequeno Salvador, cujos pais estiveram presentes e tiveram palavras de sentido agradecimento. Aproveita-se, aliás, para referir que foi criada no BCP a conta IBAN PT50 0033 0000 45487228016 05, destinada «exclusivamente, a custear todas as despesas que venham a revelar-se necessárias à sua recuperação, devendo o remanescente, caso venha a existir, ser doado para ajudar outra criança com o mesmo problema do Salvador ou entregue a uma instituição de beneficência».

                                                           José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal, edição de 12-12-2016:

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