quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

«Pegou de Estaca» fomentou comunidade

             O Grupo de Teatro Amador do Grupo Desportivo do Zambujeiro levou a efeito, com textos e direcção de António Chapirrau, três sessões da revista «Pegou de Estaca».
            Tive ocasião de assistir na noite de sábado, 18 do corrente mês de Fevereiro, e não dei por mal empregado o meu tempo. Primeiro, porque me diverti com os quadros, sempre breves e engraçados; depois – e confesso que, para mim, isso acabou até por ser o mais importante - as representações contribuíram para consolidar a comunidade dos vizinhos.
            Na verdade, todo o elenco era conhecido da maior parte dos assistentes: era a Beatriz Santos, a Laura Sobral, a Margarida Silva, a Maria João Baleia, a Noélia Ramos, a Rosa Rodrigues, a Sofia Gomes, a Susana Cupido e o Filipe Santos. E da ficha técnica constavam também nomes de todos bem conhecidos: o Paulo Evaristo (luz e som), o Avelino Cupido e o Carlos Reboca que deram apoio em palco, e o Carlos Rodrigues (contra-regra).
            E, findo o espectáculo, parecia mesmo não haver vontade de arredar pé: o público, que enchera por completo o salão da colectividade, por ali foi ficando à conversa com os «artistas», que vieram confraternizar com a plateia, ouvir os comentários, mostrar o seu contentamento. A colectividade cumpria, assim, um dos seus objectivos: reunir em torno dela a população, contrariando eficazmente a tendência generalizada de cada um ficar em casa, de pantufas, agarrado à televisão. Aliás, no andar de cima, jogava-se animadamente ao snooker e até havia oportunidade de nos deliciarmos com filhoses quentinhas feitas na hora!...
Momento de fado
            Os textos? Dez em cada parte, onde os enleios, as coscuvilhices, os trocadilhos se entremeavam com canções e mesmo o fado. Tudo um beijo curava, dizia alguém, a cada moléstia que lhe perguntavam; «e também cura as hemorróidas, senhor?» – e a gargalhada estalou! E a habitual cena das surdas, que ouvem tudo ao contrário. E a madame que vai à feira comprar lingerie e tudo se complica – «Ó criatura!» – com a pequenez do sutiã e a preferência pelo fio dental. E a loira que teima que sardinha é macho porque na lata diz «sardinha com tomate». E o poema, já clássico, «O cume», cuja oralidade é por demais… traiçoeira!
Uma estranha gravidez!... Que más línguas, livra!
Na feira e a história da lingerie..
            O nome da revista vem no quadro «Alentejana à procura de nome», onde se dá conta dos aparentemente estranhos nomes que abundam no Alentejo; e, claro, falando-se de famílias e casamentos e apelidos que passam de uns para outros, «pegar de estaca» não tem propriamente o significado… botânico!
            Enfim, um espectáculo singelo, despretensioso, que teve dois condões: fez rir e ajuntou a comunidade em torno dos seus amadores, que roubaram tempo à família, sim, para virem apresentar o resultado de muitos serões já de si bem divertidos, mas que o calor dos aplausos sobejamente compensou.  E, findo o espectáculo, parecia mesmo não haver vontade de arredar pé: o público, que enchera por completo o salão da colectividade, por ali foi ficando à conversa com os «artistas», que vieram confraternizar com a plateia, ouvir os comentários, mostrar o seu contentamento. A colectividade cumpria, assim, um dos seus objectivos: reunir em torno dela a população, contrariando eficazmente a tendência generalizada de cada um ficar em casa, de pantufas, agarrado à televisão. Aliás, no andar de cima, jogava-se animadamente ao snooker e até havia oportunidade de nos deliciarmos com filhoses quentinhas feitas na hora!...
            Está de parabéns o Grupo de Teatro Amador e daqui vai o nosso abraço a António Chapirrau, no voto de que continue. Aliás, o espectáculo, que bem no merece, vai agora, como se diz, «entrar em tournée» pelas colectividades vizinhas. E vale a pena!
Toda a equipa, com o autor do lado direito da foto, enquanto o director da colectividade,
Hugo Sobral, manifestava o seu regozijo pelo êxito obtido
            De resto, também o programa do Carnaval se revela aliciante: o Grupo participará, a 26 e 28, no corso carnavalesco da Malveira da Serra. No dia 25, a partir das 22.30 h., haverá baile na sede, com a banda Outra Face; e, no dia 27, a partir das 22, os sons do «Sentido Obrigatório» farão as honras da casa.
                                                                                  José d’Encarnação
Fotos gentilmente cedidas pela colectividade.
Publicado em Cyberjornal, 23-02-2017:

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