quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O septuagenário Chris de Burgh encantou na gala dos 60 anos da Estoril-Sol

O lendário Chris de Burgh ao piano
        Chris de Burgh (Christopher John Davison) nasceu a 15 de Outubro de 1948, em Venado Tuerto, Santa Fé, Argentina. Não é, porém, de admirar se se ler que «é um cantor de música pop rock irlandês nascido no Brasil» ou que se trata de «a British-Irish singer-songwriter and instrumentalist».
            Não, não vou por esse caminho, a imitar os senhores relatadores de futebol que, no meio dos lances mais entusiasmantes, desatam a explicar que o jogador que tem a bola nos pés veio da Juventus, tem 25 anos, já foi comprado pelo Chelsea e o Sporting o tem agora na mira; entretanto, a bola saiu pela linha lateral…
            Direi, ao invés, que, nessa ‘juventude’, o já lendário Chris de Burgh nos encantou, não apenas pela sua eterna «Lady in Red» ou o, igualmente eterno, «Always on My Mind», que todos acompanhámos, mas sobretudo pelo à-vontade, pela total simplicidade, pela voz quente, pela forma como, naturalmente, largava a guitarra e se punha ao piano, com apenas um gole de água pelo meio, sem alarido de explicações e conversas, porque o que lhe apetecia era cantar e partilhar com o público tantos e tantos anos de canções para os mais diversos públicos e ambientes, em todo o mundo. A segunda vez que vinha ao Estoril e sentiu-se que estava muito bem entre nós. Não hesitou, por exemplo, em sair do palco e ir abraçar, de modo especial, as mulheres que expressamente (digo eu…) tinham vindo de vermelho nessa noite de quarta-feira, 31 de Outubro, em que a Estoril-Sol quis comemorar com os amigos os seus 60 anos.
O final da passagem de modelos de Agatha Ruia de la Prada.
A estilista, que já expôs na Casa de Santa Maria, em Cascais,
é também conhecida pelos seus títulos nobiliárquicos:
12ª Marquesa de Castelldosrius, vovó da Espanha e 29ª Baronesa de Santa Pau.
            Apresentou a gala Ricardo Carriço, que, após pedir aplauso para a coreografia com que Paula Magalhães acompanhou o primeiro tempo do serão e para a passagem de modelos de Agatha Ruiz de la Prada, disse, em breve síntese, o que tem sido a Estoril-Sol, sublinhando que, além da sua natural vocação de casino (ou casinos, se se quiser, porque é concessionária também do de Lisboa e do da Póvoa de Varzim), se notabiliza pela enorme «oferta de cultura» que põe ao dispor das gentes da Costa do Estoril e não só. «Mundo mágico de cores e de texturas» se poderia classificar o documentário que, de seguida, se viu, a dar conta, em mui sugestivas pinceladas, do que tem sido essa actividade, mormente no mundo do espectáculo. Quase pode dizer-se que não houve nome nenhum famoso nesse âmbito, tanto nacional como estrangeiro, que não tenha actuado nos casinos da Estoril-Sol.
            Um ambiente acolhedor no Salão Preto e Prata, com muitas caras conhecidas na plateia, onde a disposição em pequenas mesas-redondas, com candelabro de cinco velas verdadeiras, à antiga, trouxe ainda mais calor.
                      O corte simbólico do bolo de aniversário.
Ricardo Carriço, Agatha de la Prada, Chris de Burgh e Sofia Hoffman
            Dir-se-á que foi muito bem escolhida a ementa. Gourmet tinha de ser, como se impõe nos dias de hoje; mas um gourmet sábio, ia a escrever «português», não apenas pelos ingredientes nossos, mas, de modo especial, pela delicadeza do tempero. Rezava assim, poeticamente, como convém: «Trevo de camarões salteados em cognac com perfume de coentros; tornedó de novilho corado com Porto Vintage e medalhão de foie gras; tarte de rosa com calda de líchias e framboesas frescas». Uma delícia mediterrânica, o «perfume de coentros», parabéns! De muito bom paladar a calda de líchias, um fruto que ora começou a entrar – e muito bem! – até nos pratos quotidianos e foi boa descoberta, pelo seu acídulo sabor a temperar os demais.
            Só as notas da orquestra de Jorge Costa Pinto, a condimentar o jantar, é que não terão sido bom tempero: tão estrídulas e sonoras não nos deixavam conversar! E nem a cantora Sofia Hoffman as conseguiu abafar!
                                      José d’Encarnação

Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 257, 2018-11-07, p. 6.
Fotos gentilmente cedidas pelo Gabinete de Imprensa da Estoril-Sol.
                      
 

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