terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Impulso feito papel

             Síntese de uma larga experiência que não resulta de aprendizagem mas intimamente se insere na sua própria vivência atual e anterior, compendia este livro o que Sofia Teixeira vem, desde há muito, experienciando, em si e em todos os que com ela se estão cruzando.
Noções fortes, convicções profundas, dia após dia fortalecidas, comprovadas, vividas – em si e nos outros.
 Tem-nas partilhado com quantos procuram nas suas palavras e no seu olhar solução para uma vida mais autêntica, mais consciente, mais serena. Sentiu, porém, a necessidade – impulso feito papel… – de,  também ela, a partilhar em livro, a fim de, tendo-o à mão, na mesinha de cabeceira ou naquele ângulo especial da sala-de-estar, facilmente se pudesse ceder  – mesmo que, aparentemente dito como “por acaso” (que nunca o é!) – ao impulso sentido de buscar, no instante, Iluminação.
 Foi por isso – quiçá inconscientemente – que Sofia não deu aos capítulos – não pôde dar! – aos oito capítulos títulos simples, lapidares, como seria habitual. E se, no último, quis partilhar testemunhos e, no penúltimo, nos desvenda sua alma e seu trajeto juvenil, logo o segundo acentua uma verdade fundamental a urgentemente consciencializar: «Todas as doenças têm uma origem emocional» – e há que olhar para os sintomas físicos como reflexo directo dum pensamento negativo.
Amiúde se fala, de facto, da fortíssima carga que o pensamento acarreta em todos os sentidos, no bom e no mau. Já em 1974 Emmet Fox o proclamava em Le Sermon sur la Montagne: «O que o homem semeia em pensamento o colherá sob forma visível e tangível». Para, de seguida, ser mais peremptório: «Nós escrevemos a história futura da nossa vida com os nossos pensamentos de hoje. Tenhamos os pensamentos certos e, mais tarde ou mais cedo, tudo correrá pelo melhor».
É justamente nesse sentido que singra toda a mensagem de Sofia Teixeira: que é isso de abandono, rejeição, humilhação, injustiça, fobias, depressão (capítulo 3º)? Vamos parar, fazer silêncio, escutar, auscultar mesmo! E se descobrirá a razão. E se lançará mão da “medicação” adequada.
Tudo neste livro é, pois, para se ter na devida conta. Permita-se-me, no entanto, que encareça, desde logo, duas atitudes – como elas andam cada vez mais alheadas deste mundo!... – a gratidão e a humildade.
Começa o cânone da missa católica com a frase «É verdadeiramente digno e justo, razoável e salutar dar-vos graças, Senhor, em todos os lugares e sempre!». Tantas vezes o ouvimos; decerto, poucas serão as que o pomos em prática. E nem sequer nos apercebemos duma das palavras que aí está: salutar!
Depois: humildade. Quanto mais experiência vamos adquirindo, mais nítido se nos antoja o imenso horizonte do que não sabemos, da pequeníssima gota que somos na infinita imensidão do Universo.
Finalmente, e que Sofia me perdoe se é esse o aspecto que vou acentuar: o que chama «Curas na Natureza». Já passámos milhares de vezes por aquela árvore, por aquela hortênsia lilás… E quantas vezes decidimos parar junto delas uns segundos a admirar-lhes a beleza, a acariciar-lhe o volume da corola, a… agradecer a sua existência a nosso lado?
 Bem hajas, pois, Sofia, por existires nas nossas vidas e pela partilha que, mui ternamente, ora nos vens oferecer!

Cascais 19/06/2025
 

Prefácio ao livro Despertar a Alma… Re-conhece o Divino que há em ti, de Sofia PsiLuz Teixeira. Carnaxide: Cordel d’Prata, 2025, p. 13-15. ISBN: 978-989-790170-6

Sem comentários:

Enviar um comentário