segunda-feira, 11 de março de 2013

Novo livro do escritor timorense Luís Cardoso

            Luís Cardoso ocupa já lugar destacado na literatura contemporânea. De origem timorense (nasceu em 1959), radicado em Oeiras, vem dando a conhecer, através das suas obras, um mundo deveras estranho para europeus e, até, para os portugueses que da história e do passado – real e fantástico – de Timor pouco sabem.
            Logo o seu primeiro livro Crónica de uma Travessia, publicado em 1997 colheu os elogios da crítica pela simplicidade da linguagem e por nos desvendar, na verdade, uma história de que porventura se não suspeitava. E foi por esse mundo – misto de realidade e de mito – que nos continuou a seduzir com Olhos de Coruja, Olhos de Gato Bravo (2001), A Última Morte do Coronel Santiago (2003) e Requiem para o Navegador Solitário (2007).

            O seu mais recente livro tem por título O Ano em que Pigafetta Completou a Circum-navegação vai ser apresentado por Catherine Dumas e João Gil, no próximo dia 20, a partir das 18 horas, no Jardim de Inverno do Teatro São Luís, em Lisboa. O conjunto Quadrante abrilhantará musicalmente o acto.
            Foi António Pigafetta um dos dezoito marinheiros que sobreviveram à morte de Fernão de Magalhães e que, sob o comando de Juan Sebastián Elcano, conseguiram voltar a Espanha em 1522, tendo assim completado a viagem de circum-navegação. Deixou Pigafetta circunstanciado relato das peripécias da viagem e é nesse entrecho que se movimenta o novo romance de Luís Cardoso.
            Escreve Isabel Coutinho, da editora, que estamos perante «um romance luminoso, em que a história contemporânea de Timor-Leste se transforma e resplandece no transbordante prazer de contar histórias. Histórias todas elas pontuadas por movimentos de navios: o Arbiru, que desapareceu um belo dia, o Lusitânia Expresso, que nunca pode trazer o auxílio português, e a nau Vitória, que aportou em Timor e na qual viajava António Pigafetta, o cronista da primeira viagem de circum-navegação. E todas elas são contadas e reinventadas pela voz da narradora, a sandália esquerda da Carolina, filha de um empresário e integracionista confesso».
            É, afinal, uma história do século XVI ou um ‘mítico’ peregrinar por décadas mais próximas de nós?
                                                           
Publicado no Cyberjonal, 14-03-2013:
 http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&task=view&id=17985&Itemid=67

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