quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Um presente para viver

      Tive a sorte, na Escola Salesiana, de ser habituado a conscientemente preencher todos os minutos. Sem a preocupação, no entanto, de os agarrar à força, porque isso seria contraproducente e acabaria por perturbar, em vez de mui salutarmente preencher.
      Nos momentos que tínhamos para uma pausa na azáfama quotidiana, havia também sempre um livro para dele se colher norma de vida.
      Um deles foi Construir, de Michel Quoist, cuja velhinha edição de 1965 ainda hoje tenho na mesa-de-cabeceira e amiúde abro antes de adormecer.
      «Pensas sempre que a vida é para amanhã». Pois. Quando eu me reformar, vou fazer isto, vou… «Porque esperas por amanhã para viver? Um dia, para ti, não haverá mais amanhã e não terás vivido» – é ainda Michel Quoist quem o escreve.
      Uma das personagens criadas por Helena Ventura dá consigo, um dia, a meditar:
      «Porque não alimentamos a vontade de vestir o agora de cores alegres? Só a cor sépia do que foi e o matiz do que será têm magia?».
      Assim, muitos de nós: fazemos relatórios, gizamos projectos e… onde fica o tempo para a sua execução?
      «Se queres triunfar na vida, coloca o passado nas mãos de Deus, entrega-Lhe o futuro e vive plenamente, um após outro, cada momento presente».
      O presente – o único que há para saborear e viver!

                              José d’Encarnação

                  Publicado no Boletim Salesiano nº 552, set/out 2015, p. 30.

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