sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Os aposentados são para deitar fora?

            «L’université de Bordeaux 3 ayant décidé de supprimer les adresses courriel des retraités, je vous prie de correspondre désormais avec moi à l’adresse suivante […]».
            Senti, confesso, um nó na garganta, quando, às primeiras horas da manhã do Dia de Reis, o correio me trouxe essa novidade: a Universidade de Bordéus III decidira retirar aos seus aposentados a possibilidade de terem um endereço electrónico através do servidor universitário!
            E fez-me lembrar logo aquela história que já contei, mas que vale a pena recordar de vez em quando, e que se passou com a Universidade de Porto. Uma semana depois de um docente se ter aposentado, eu precisei de o contactar por uma questão de serviço que ficara pendente e pedi o contacto. Já não o tinham: «Esse senhor já foi abatido!».
            Não, ainda não havia nas televisões as notícias do Estado Islâmico. E fiquei chocado: «Abatido?». Como se abate um velho móvel ao rol do equipamento, porque… foi para o lixo?!...
            Como se imagina, qualquer que tenha sido a razão pela qual os mui inteligentes cérebros da Universidade de Bordéus III tomaram essa decisão, entra pelos olhos adentro de qualquer outra inteligência de que essa é uma atitude suicida (cá estamos de novo com os parâmetros da actualidade!...).
            É que, nos tempos que correm, um aposentado, designadamente se da docência universitária, continua a produzir ciência, a escrever artigos, a fazer conferências, a integrar júris… E, normalmente, apresenta-se como aposentado ou jubilado da universidade onde fez a sua carreira. Isso acontece, aliás, com o professor que me enviou a informação; e com a quase totalidade daqueles que eu conheço e que se encontram na mesma situação que eu. E pergunto: que vontade vai ter doravante o meu colega, esses meus colegas, de, no mui louvável trabalho que continuam a desenvolver em prol das Artes, das Ciências e das Letras, que vontade vão ter de assinalar o seu vínculo a uma instituição que os rejeitou?
            Lamento profundamente que uma universidade, que, em teoria, deveria proclamar o Humanismo, o respeito pelas pessoas, se comporte desta forma. Replicar-se-me-á: «Não percebo o teu agastamento! É apenas uma mudança de endereço!». Parece, mas não é: é apenas uma lamentável mudança de… mentalidade!          
                                                                     José d’Encarnação

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 677, 15-01-2016, p. 12.

58 comentários:

  1. Assim se vão rasgando as páginas de Humanidade.

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  2. De: Claudia Beltrão
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 16:44

    Mentes rasas as de hoje... Não somos mais como as moscas do Satyricon, e sim como aparelhos telefônicos após o "último lançamento"... ai, ai...
    Beijos,
    Claudia.

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  3. De: avhoys
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 16:57

    Hola José..Feliz Año.....En mi Universidad, Uned, el correo oficial...TAMBIEN LO QUITAN cuando nos jubilamos.
    ! Jubilación= Desaparición !...
    Y si se gana dinero, derechos de autor, conferencias etc… más de 9000 euros... PIERDES LA PENSIÓN....
    Somos condenados a la TOTAL INACTIVIDAD INTELECTUAL
    Y si " piensas"....NO MONEY...;)
    Un fuerte abrazo!

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  4. De: Genaro Chic García
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 17:03

    La Universidad de Sevilla aún no lo ha hecho, pero todo se andará. En este mundo universitario que nos ha tocado vivir tengo la sensación que la investigación y la docencia no son tan importantes como las normas administrativas, aunque no tengan mucha lógica. Sic transit gloria mundi!...

    Saludos

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  5. De: Alain Tranoy
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 17:04

    Cher Jose, je suis entièrement d’accord avec toi; la même méthode a été appliquée à Poitiers.

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  6. De: Prof. Antonio Sartori
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 17:14
    Assunto: indignazione condivisa

    Caro José,
    leggo con interesse il tuo allegato e non mi stupisco. So che anche in Italia alcune università praticano questo barbaro rito di ‘eliminare’ i pensionati/congedati/jubiladi dopo pochi mesi (quale gentilezza!) di continuità.
    Non mi stupisco, ma condivido la tua indignazione, perché anch’io sono convinto che tutti noi, finché non passeremo ‘a miglior vita’, saremo legati perennemente alla ‘nostra’ università e continueremo a testimoniare la nostra e la sua esistenza e vitalità.
    La mia università – Università degli Studi di Milano – non ha questa pessima abitudine e io continuo a usare il mio vecchio e consueto indirizzo (fino a quando? Credo e spero a tempo indeterminato). Ma, per regolarità e per essere pronto al peggio, se mai mi annulleranno quello, ho in uso anche un altro indirizzo. di cui ti servi anche tu, e che mi serve per usi personali e anche per usi professionali.
    Perciò, se preferisci, puoi ritornare ad usare il vecchio indirizzo. In ogni modo, sono sempre io, il vecchio e fiero docente della ‘Statale’ !
    A risentirci presto,
    Antonio

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  7. Caro Amigo Doutor Encarnação
    Perfeitamente de acordo com o seu comentário. Disse tudo o que havia a dizer. Felicito-o de coração. Ao que parece não é só numa certa França - a das "Luzes" - que se optou por tão aberrante decisão. Será que se tende a criar uma nova categoria universitária: a dos ABATIDOS? Será o reino dos vivos abatidos.
    Um cordial abraço do amigo e admirador,
    Manuel Augusto Rodrigues

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  8. De: mdolores dopico [universidade de Santiago de Compostela]
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 17:47

    ¡Qué vergüenza!, totalmente inaceptable,
    Saludos,
    Dolores

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  9. De: JAIME ALVAR EZQUERRA [Universidad Carlos III – Madrid]
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 17:48

    Gracias, José. Comparto tu indignación.

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  10. Lourenço Sousa
    15/1 às 17:55
    Sabes bem, amigo Zé (permite-me tratar-te assim)... coisas deste género custam-me, muito, a "engolir"; por isso, tenho que partilhar este teu comentário. Um abraço.

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  11. Rosário Morujão
    15/1 às 17:35
    Totalmente de acordo consigo!

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  12. Teresa Mascarenhas
    15/1 às 17:25
    Tem toda a razão, como sempre, Senhor Professor. É uma vergonha.

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  13. Isabel Anjinho
    15/1 às 17:19

    Parabéns pelo artigo, Professor José d'Encarnação! É preciso denunciar estes casos!

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  14. Delfim [FLUC]
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 18:49

    Impressionante, de facto, pela negativa…
    Ab.
    Delfim

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  15. De: CARLOS FABIÃO
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 17:03

    De facto, é Incrível!...

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  16. DE: ÁNGEL URBÁN
    15 enero 2016

    Querido José:
    Comprendo tu indignación. Es también la mía por este y otros muchísimos hechos que vienen sucediendo en la Universidad. Desde hace tiempo se está viendo a las claras no sólo el derrumbe de la calidad, sino también del trato humano. Ambas cosas igualmente lamentables. Hace tiempo que ya no reconozco la Universidad en que he estado durante tantos años. Esta ya no es la Universidad en que me eduqué ni en la que contribuí educando.

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  17. De: Jean-Charles et Janine BALTY sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 19:55

    Bravo ! et merci de cette indignation, qui devrait être généralisée de la part des universitaires retraités. L'Université de Bordeaux n'est pas la seule, malheureusement, à réagir de la sorte…
    Bien cordialement,

    Jean-Charles Balty

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  18. De: Rosa Comes
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 23:22
    Querido José, estoy completamente de acuerdo contigo. No sé si la Universidad de Barcelona tiene la misma política nefasta, pero no me sorprendería en absoluto, por la desagradable experiencia que tuve a este respecto, hace seis años, cuando murió súbitamente mi hermana gemela, Mercè, profesora de Árabe y Estudios Islámicos e investigadora en Historia de la Ciencia Árabe de la UB.
    Un fuerte abrazo de
    Rosa Comes

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  19. Uma atitude de… pessoas para pessoas!

    Permita-se-me que transcreva o depoimento que a Profª Cinzia Vismara, aposentada da Universidade de Cassino (Itália), teve a gentileza de me transmitir, porque documenta, a meu ver, o comportamento exemplar de uma instituição que preza, acima de tudo, a Pessoa enquanto ser humano e não um ‘robot’:

    Caro José,
    ti racconto di Cassino, o meglio di @unicas.it: come sai, sono andata in pensione il 1° novembre 2014. Verso maggio 2015 ricevo una mail dai servizi informatici, che mi comunica che il mio account sarà chiuso a giugno, quindi è bene che io copi le cose che mi interessano. Tieni presente che per me la mail di Cassino rappresenta tutto l'archivio del Rif, etc etc etc. Quindi ho telefonato per chiedere come fare, tanto più che ho amici che hanno insegnato a Napoli e sono in pensione da 8, 9 o più anni e che ogni anno ricevono una mail in cui si chiede loro se vogliono continuare a mantenere l'account. Mi hanno risposto che questa norma è nata dal fatto che alcuni colleghi hanno "approfittato" dell'account (ma che vuol dire? non costa nulla). La soluzione era che un collega dell'università, docente o no, inviasse una mail in cui diceva che io avevo ancora rapporti con l'università stessa. Naturalmente la direttrice della biblioteca ha scritto subito. Ho aspettato che il nuovo rettore eletto entrasse in carica e gli ho detto che quando vado ai congressi sotto il mio nome c'è scritto Cassino etc etc e ora pare che funzioni...
    […]
    Però volevo aggiungere che avevo detto al rettore che comunque continuavo a interessarmi dei cambi librari per la biblioteca, di vecchi allievi e che mi arrivavano delle comunicazioni dall'università che erano importanti: convegni, pubblicazioni di colleghi etc etc. In più, con gli anni, si diventa punti di riferimento per altri colleghi, e se qualcuno che mi conosce vuole entrare in contatto, ad esempio, con un filologo di Cassino, scrive prima a me. Lui ha detto che era perfettamente d'accordo con me e che anzi era rimasto stupito dal fatto che un ricercatore a contratto, una volta finito il contratto, non avesse più l'account dell'università (è stato il ragazzo stesso a dirglielo). Basta un po' di buon senso. Che ogni tanto l'università possa chiederti se vuoi continuare ad averlo mi sembra sensato (a parte colleghi che muoiono, ce ne sono alcuni che vogliono smettere definitivamente). Ecco.

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  20. De: Manuel Martin-Bueno [mailto:mmartin@unizar.es]
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 11:19
    Assunto: Burdeos III

    MANUEL MARTIN-BUENO•SÁBADO, 16 DE ENERO DE 2016

    De nuevo hace tiempo que una voz en mi pabellón auricular me susurraba de manera melódica pero insistente que tenía que volver a tomar contacto con el teclado del portátil para tratar algún asunto que cause novedad en el personal o simplemente que me lo cause a mi o me escandalice como en este caso.
    Anoche la situación se produjo en forma de mensaje publicado en un medio de comunicación luso (de Lusitania, el actual Portugal) que redactaba con su verbo enérgico y diestro en lo gramatical y sintáctico como siempre, nuestro colega y ante todo amigo el Prof. José d’Encarnação, profesor “reformado” de la Universidad de Coimbra a la que entregó muchos y los mejores años de su vida en una tarea la de profesor universitario e investigador destacado que produce muchas satisfacciones y de vez en cuando algunos sonados episodios menos agradables que preferimos dejar al lado, pero que son difíciles de olvidar.
    El colega José escribe lo siguiente, que luego comentaré, sobre una situación que se acaba de producir en la Universidad Michel de Montaigne, Burdeos III, de la Francia de la Liberté, Egalité y Fraternité, el Pais de las luces, el que siempre está (o estaba ahí) junto a los valores mas esenciales como la enseñanza (laica por supuesto), la investigación, el reconocimiento a sus mejores hombres y mujeres, en suma un país con cualidades humanistas acrisoladas, o al menos eso pensábamos.
    Transcribo el texto del colega y luego añadiré mis comentarios, porque la caja del ascensor sirve para que no se escapen las reflexiones y los pensamientos que luego trasladamos a la pantalla del ordenador y de ahí, como hoja volandera a merced del viento, que la llevará a donde sea que haya alguien que lo quiera leer:
    “Os aposentados são para deitar fora?”
    […] [Tomo a liberdade de omitir a transcrição do que pode ler-se atrás – J. d’E.]

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  21. CONTINUAÇÃO:
    El texto no tiene desperdicio, tiene esa dosis de amargura, sorpresa e indignación que resume en tres palabras los sentimientos que le produjo, como a mi cuando recibí idéntico mensaje, esa sensación de abandono por parte de SU INSTITUCION por excelencia, la Universidad de Burdeos III, a la que había dedicado toda su vida como profesor e investigador, sin importar periodos de vacaciones, domingos y fiestas de guardar, horarios infinitos si las necesidades departamentales lo requerían y un sinfín mas de obligaciones naturales o voluntariamente adquiridas por la mayor parte de los profesores universitarios que eligen la senda de la investigación y la docencia por encima de otras posibilidades de disfrutar de la vida, fuera del propio horario de trabajo que para nosotros simplemente no existe porque es de dedicación exclusiva e ilimitada.
    La Universidad Michel de Montaigne, institución muy prestigiosa sin ningún género de dudas, la conozco bien, muy bien desde hace decenios en que comencé a trabajar con ellos en proyectos diversos en los que todavía continuamos mientras el cuerpo aguante y mientras las circunstancias administrativas (pero no olvidemos nunca que detrás hay personas que ejecutan y deciden las normas a aplicar), consideren que podemos ser útiles en esa colaboración o nosotros mismos nos sintamos con fuerza.
    Esa Universidad francesa ha decidido, y no es ejemplo único por desgracia, que los profesores que han cumplido con su edad reglamentaria y se han jubilado en lo administrativo porque en lo científico en la investigación y también en la docencia extraordinaria, generalmente sin recibir nada a cambio, que tampoco se pide y no se hace nunca, dejan desde este comienzo de años 2016 de tener correo electrónico institucional.
    Mi colega portugués decidió verificar si la medida ya era efectiva e hizo la consulta y para su sorpresa y enojo recibió, como él mismo relata la contestación en forma de frase lapidaria que le dieron hace años en la de Porto ante un caso similar: “Ese profesor ya fue abatido”. Tal y como suena es terrible y aunque la traducción al portugués nos de esa respuesta tremenda que suena a talibanismo radical de la peor estofa, la realidad es esa. Todos sabemos que unas cuentas mas de correo electrónico para una universidad no son nada, son gratis porque gozan de contratos de suministro cerrados y por lo tanto el ahorro será inexistente, pero lo peor no es ser tratado como el perro o el gato que accidentalmente se atropella en la carretera y queda en la cuneta, sino como aquellos de tiempos de perturbaciones indignas que quedaban en la cuneta deliberadamente y sin mayor consideración. Si ya se, soy un poco tremendista, pero mi enojo y mas todavía, mi cabreo, es grande, quiero manifestarlo y ya tenemos edad para decir lo que consideremos oportuno sin muchos miramientos.
    (continua)

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  22. [Continuação]
    En las respuestas que muchos colegas han manifestado en forma de comentarios al colega José d’E. tenemos la de otros franceses de diversas universidades, que han sufrido o van a sufrir la misma situación, algunos españoles cuyas instituciones se han apuntado al mismo carro. Respuestas contrarias como un colega italiano en la que nos comunica que la Universidad de Milan no lo hace (de momento) y algún alemán en el mismo sentido. La cosa de momento anda por ahí.
    Hace poco tiempo, unas semanas, una de mis impresoras del ordenador dejó de funcionar de la noche a la mañana sin aviso previo. Lo mismo ocurre con los electrodomésticos producidos en los últimos años. Consultado el técnico me respondió, “si la impresora funciona perfectamente, no tiene ninguna avería, pero es lo que se denomina Obsolescencia Programada”, ahí es nada. La inmisericorde sociedad de consumo, la globalización, el capitalismo que no conoce lo que son los valores humanos, ha decidido por nosotros cuando deben de dejar de funcionar las cosas para que sean sustituidas por otras nuevas (no mejores) y seguir la ruega que engorde a ese mismo capital.
    En el caso que nos ocupa no son máquinas, son seres humanos, docentes e investigadores de probada profesionalidad y entrega, que pueden seguir siendo muy útiles a sus instituciones con sus investigaciones, con sus publicaciones, con sus enseñanzas y consejos, pero, ha habido personas (¿?) que han decidido que deben privarles de esas migajas de ayuda a su tarea en forma de cuenta de correo electrónico institucional. Inconcebible pero cierto. Lo terrible del caso es que tal vez haya habido algún funcionario que haya calculado eso del ¿ahorro? de esta manera arbitraria, pero no hay que olvidar que la medida, como otras se habrá tenido que aprobar en algún Consejo de Gobierno de la Universidad Michel de Montaigne, Burdeos III, que está constituido mayoritariamente por profesores de esa Institución, es decir por compañeros de aquellos a los que ahora se les deja injustamente en la cuneta. “Arrieritos somos” que reza el refrán popular español.
    Visto lo cual: ¿Todavía hay quien duda que estamos perdiendo a ritmo acelerado los Valores Humanos?. Yo no. Salud amigos lectores.
    Manuel Martín-Bueno. Catedrático de la Universidad de Zaragoza, todavía con correo institucional: mmartin@unizar.es. Pero ¿Por cuanto tiempo?.
    --
    Prof. Manuel Martin-Bueno
    Catedrático de Arqueología, E. y N.
    Dpto. CCAA, Universidad de Zaragoza
    c. Pedro Cerbuna 12
    50009 ZARAGOZA

    I.P. Grupo de Investigación Consolidado URBS
    Miembro del I.U.C.A.
    Director del Museo de Calatayud
    mmartin@unizar.es
    martinbuenomanuel@gmail.com

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  23. De: RICHARD Jean Claude
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 05:38

    Les administratifs dirigent les Universités...pas les scientifiques!!!!!!!!!!!!!!!!!

    JCRR

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  24. Infamante, sem dúvida... essa gestão de deve e haver
    com alvos a abater. Irreflexões imediatistas ou premeditações negativas?

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  25. Sofia Fonseca
    16/1 às 10:22
    Uma decisão muito triste, para além de pouco inteligente... Na realidade, fico surpreendida por ter ocorrido em França. Sim, parece que mantenho alguma ingenuidade...

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  26. De: Jean-Charles et Janine BALTY
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 12:53
    Merci pour ce long commentaire de Manuel.
    Oui, il faut s'indigner.

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  27. De: manuel augusto rodrigues
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 12:57
    O meu comentário foi breve, embora o desejo fosse o de o desenvolver com outras considerações. Parabéns pelo seu texto, com substância e bem redigido.
    As universidades - e não só - perderam o norte. Vivemos um tempo de trevas a lembrar o célebre provérbio: «abyssus abyssum invocat». No Evangelho, Cristo diz em Mt 15, 14: «Sinite illos: caeci sunt, duces caecorum. Caecus autem si caeco ducatum praestet, ambo in foveam cadent».
    Não faltam pensadores a apontar o dedo a tantas feridas. O livro "die krise der universitäten" (2001) exemplifica bem o terramoto que abalou as estruturas e as mentalidades.
    A terminar o meu comentário. eu dizia: «Será o reino dos vivos abatidos». Melhor: «Será o reino dos ainda vivos mas já abatidos».

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  28. De: avhoys
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 13:09
    Asumo plenamente los comentarios .No solo nos quitan los emails institucionales, sino que nos prohíben siquiera seguir existiendo tras la jubilación.
    Espero que no nos resignemos.

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  29. De: João Caninas [mailto:emerita.portugal@gmail.com]
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 13:27
    O caso é de facto muito grave e merece reacção contundente, como afirmação de cidadania.
    É extraordinário que a suposta instância da Inteligência (a universidade) descarte os seus membros mais válidos (embora aposentados) como lixo.
    Esta estupidez administrativa traz-me à memória, por muito estranho que pareça, e por exagerado que seja invocar, a “banalidadee do mal”, de Arendt, quando um tal de Eichmann se defende (em tribunal) dizendo que recebera ordens e que era um bom funcionário público ao mandar para a morte milhões de seres humanos.
    E não venham coma lenga-lenga dos custos.
    Mas trata-se afinal de sintoma de algo muito mais profundo (no entendimento talvez de uma maioria), que é a tendência para as instituições públicas mimetizarem as empresas (privadas), ao priorizarem a racionalidade económico-financeiro, em detrimento da sua missão primordial de solidariedade social.
    Julgo que seria pertinente enviar um nota de enquadramento deste debate ao Conselho de Reitores e ao ministro da tutela, focando o problema num destinatário concreto e conferindo a esse acto uma maior formalidade.

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  30. Angela Donati
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 14:05
    Bello il commento di Manolo! A Bologna non é ancora successo, ma coi tempi che corrono c'é da aspettarsi di tutto.

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  31. Prezado Prof. José d'Encarnação,
    Estou estupefacto! A minha solidariedade, o meu obrigado pelo passado que partilhámos e a esperança de que ele se continue a conjugar com toda a dignidade do presente. Desrespeitando a memória de maneira tão brutal e cruel desumanizaremos o futuro sem merecermos sequer chamar humano ao presente que habitamos.
    Saudades e um abraço do
    Mário Santiago de Carvalho

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  32. De: Eurico de Sepúlveda
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 19:35
    Nada me espanta.
    Estes casos relatados são resultado da falta de valores morais que hoje em dia vemos e que não sabemos... como isto acabará.
    No entanto o que mais me afligiu ou melhor me atormentou foi o caso relatado pela Professora Ana María Vázquez Hoys.

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  33. De: Marionela Gusmão
    sexta-feira, 15 de Janeiro de 2016 19:53
    É triste! Pelo que fui tomando nota, várias Universidades da velha Europa entraram numa espiral que esmigalha da forma mais abjecta o importante contacto com cada personalidade que deu alma e vida a milhares de alunos - os professores - metendo-os na mais funda lixeira.
    Nunca tive tendência para professora (porque sou demasiado impaciente), mas tenho a maior admiração por todos os professores com quem aprendi o que sei. Devo-lhes tudo. É por isso que não consigo entender qual é o espírito que preside a decisões do género que justamente te indignaram, como indignarão com qualquer pessoa de bom senso.
    Sugiro que todos os professores se juntem para um protesto colectivo com a ameaça de não mais colaborarem com qualquer Universidade. Talvez percebam o erro que estão a cometer. Talvez... se ainda tiverem um pouco de juízo.

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  34. De: alicia.canto@uam.es
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 06:08
    La Universidad Autónoma de Madrid, por lo que sé de colegas que ya se han jubilado, incluso hace varios años, por suerte no aplica esta triste práctica, pero me parece lamentable que se haga en otras, siendo además el correo electrónico algo que a la institución no le cuesta dinero alguno.
    Pienso que podría ser eficaz, y así te lo sugiero, que abrieras una campaña de firmas, como las tantas que circulan hoy para otros temas, dirigida al Rectorado de la Univ. de Bordeaux III, con este o un similar escrito de protesta y reflexión, que pudiéramos firmar nosotros y otros cientos de personas sensibles a la cuestión. Serviría también de llamada de atención más general sobre el todavía importante papel que pueden jugar y juegan muchos jubilados universitarios.

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  35. De: Luiz Oosterbeek [mailto:loost@ipt.pt]
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 10:08

    Vi agora este email, e depois segui-lhe o rasto de anteriores, que não havia lido. É de facto demasiado grave para se deixar passar. Creio que a sugestão de organizar um protesto, não necessariamente só sobre Bordéus, é oportuna. Em particular no quadro de um Ano Internacional de difusão do conhecimento e da importância do ensino superior, como é o Ano Internacional do Entendimento Global.
    Em termos jurídicos valia a pena explorar uma questão: retirar um endereço eletrónico equivale a um despejo. Deveria haver uma proteção legal contra isso, tal como existe face à habitação ou ao direito a ter uma conta bancária.
    Universidades que se comportam como seguradoras são inúteis, e deveriam ser condenadas por violação de direitos de cidadania.
    Triste Europa, que a cada dia emite notícias destas…

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  36. De: avhoys
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 13:09
    Asumo plenamente los comentarios .No solo nos quitan los emails institucionales, sino que nos prohiben siquiera seguir existiendo tras la jubilación.
    Espero que no nos resignemos.

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  37. De: ofeliapm@mail.telepac.pt
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 17:04

    Caro Colega:
    Que situação aberrante a que relata e comenta!
    Cordiais lembranças.
    Ofélia Paiva Monteiro

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  38. De: Luís Raposo
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 17:53
    Só agora, depois de lidos os comentários dos amigos Alicia Canto e Manuel Martin-Bueno, que saúdo, me apercebo do conteúdo do comentário do também amigo José d’Encarnação. Junto-me a todos, na amargura e até indignação que exprimem.
    Choca-me profundamente a ingratidão em geral. Choca-me sobremaneira quando provem de quem não pode invocar a ignorância e deveria estar na linha da frente do respeito devido a quem antes de nós nos permite ser o que somos ou temos a pretensão de ser.
    Muitas vezes já me revoltei, por vezes comigo próprio e com a minha ignorância, por não dar a devida atenção, ou simplesmente não tratar com a deferência devida, aqueles que hoje nos aparecem simplesmente como velhos, sem que saibamos ou, pior ainda, sem que queiramos lembrar a grandeza que possuíram quando, em bastos casos, tiveram o mundo a seus pés.
    A Universidade, velha senhora, é useira e vezeira neste tipo de comportamentos que estão longe de limitar-se à questão da caixa de correio electrónico (embora esta seja sintomática e altamente simbólica). Como o Exército, constitui força fática altamente hierarquizada. Mas diferentemente do Exército falta-lhe a solidariedade que leva a chamar o parceiro por camarada, por força das vivências comuns em cenários críticos. Vive somente de estrelas colocadas em galões, merecidos uns imerecidos outros. Pior, pior mesmo, só as academias, antros de “macacos empalhados” como lhes chamava o saudoso Octávio da Veiga Ferreira, onde o imerecimento sobreleva de longe o merecimento e tudo se conduz entre salões à espera que o primeiro morra e o seguinte lhe tome a cadeira de número.
    O mal é, todavia, mais vasto. Recordo o caso de um museu em que, mal um dos seus principais vultos se reformou, logo lhe foi retirado o gabinete, situado aliás em autêntico vão de escada.
    Claro que cada caso é um caso e não se pode tratar igual o que é diferente. Percebe-se que em certas situações seja necessário assumir rupturas com o passado. E aqueles que se reformam ou simplesmente deixam de exercer funções de chefia têm também as suas obrigações. Tão má como a ingratidão de quem sucede é a arrogância de quem sai e pretende continuar a pairar sobre os mais novos, fazendo de alma penada.
    Tenho a enorme felicidade de viver situação de uma exemplaridade extraordinária onde quem me sucede na Casa que sirvo desde há quase quatro décadas, para além humanamente bem formado (o quer já não é pouco nos dias que correm), possui e promove a visão estratégica de que a grandeza de uma instituição está na soma dos seus diferentes tempos, o passado, o presente e o futuro.
    Afinal tudo se resume a boa educação, humanismo, civilidade e... sentido teleológico do tempo e da história.

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  39. De: Gui Luis Antunes
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 20:26

    Há uma directiva, relativamente conhecida de Bilderberg, que programa a necessidade (deles) de abater fisicamente, sob as mais variadas formas, todos os velhos susceptíveis de carências de carácter social, por todo o mundo.
    Há um pensamento devastador de dizimar populações inteiras, como uma resposta possível de manutenção dos lucros cruéis do sistema capitalista:
    1 - Imposição do terror.
    2 - Menos gente para alimentar.
    3 - Manutenção de um exército de pobres à espera da dádiva senhorial de um trabalho.
    4 - Escravatura institucional numa primeira fase do processo e retoma, logo que possível, da opressão pela opressão em velocidade de cruzeiro.
    A resposta ao cerne da questão dos aposentados, eufemismo (na circunstância) para pobres, é: Sim! São para deitar fora assim que seja possível.
    É uma directiva que ainda não encontra eco na população mundial porque poucos (?) têm acesso ao seu conteúdo, mas também porque o futuro é de tal forma sustentado no horror, que a psicologia de massas repele-a com silêncio, fazendo de conta que estão no âmbito da ficção científica.
    Perdoará este desabafo. Abraço

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  40. De: Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 23:24

    Com muita graça um amigo reflectia comigo o seguinte:
    Se cada vez há menos crianças são os velhos a geração do futuro!!
    Pensem nisso e tudo muda de figura, não?

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  41. De: José Ribeiro Ferreira
    sábado, 16 de Janeiro de 2016 23:43

    São assim as coisas. Há que deitar fora o passado e a memória, porque os computadores precisam de perder ou ‘abater’ a informação que já não é útil… E as máquinas, ao que parece, ainda não sentem, como também acontece com os homens que se mecanizam.

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  42. De: António Campar
    domingo, 17 de Janeiro de 2016 01:48

    Estas parecem ser as regras da atualidade dominada pela métrica económica capitalista desumanizada. De facto "este país não é para velhos". Estou a contar que me aconteça o mesmo daqui a 3 ou 4 anos quando me aposentar. É vergonhoso.

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  43. De: José Bernardes
    domingo, 17 de Janeiro de 2016 09:37

    Bem haja pelo envio do seu artigo (excelente e tão oportuno).
    Concordo com tudo, do ponto de vista humano, que é o que mais importa. Mas também sob o ponto de vista institucional. Mais do que noutras áreas, um Professor de Letras é o que leu e sabe mais.
    Verifico, porém, que a barbárie não é geral. Existem boas exceções. Na nossa Faculdade de Direito, por exemplo, os mestres jubilados são objeto de veneração acrescida. Mantêm todos os espaços e prerrogativas e têm (todos) direito a um retrato descerrado no decurso de uma cerimónia. Enfim, são tratados como merecem.
    Conheço também o caso de Oxford, onde os seniores não deixam de frequentar os colleges, sendo chamados a participar com regularidade nas conferências festividades. Quando se suspeita de que se encontram esmorecidos, em termos de ânimo ou de saúde, são visitados pelos colegas mais novos.

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  44. De: Alain Tranoy
    domingo, 17 de Janeiro de 2016 13:11
    O Professor Alain Tranoy, professor emérito da Universidade de Poitiers, apressou-se a sugerir ao seu presidente o seguinte:
    «Dans un souci de maintenir la cohésion de l'université de Poitiers et de conserver les liens existants entre ses membres, anciens et nouveaux, tu pourrais proposer le maintien de l'adresse e-mail pour tous les enseignants, qu'ils soient en exercice ou à la retraite.
    Il est certain que cet ostracisme actuel est totalement contraire à l'esprit universitaire. Tu sais combien je suis attaché à cette institution, mais je ne suis pas le seul ! Dans le calendrier 2016, j'ai constaté que le groupe de Coimbra se réunit à Poitiers. Or le point de départ de ma proposition vient de la réaction d'un professeur de Coimbra, docteur honoris causa de notre université».
    Agradeci-lhe a gentileza e tive o grato prazer de conhecer, ao começo da noite (21.27 h.), a resposta do presidente:
    En 2012, lorsqu’un collège partait à la retraite, trois mois plus tard sa boîte mail était supprimée.
    Nous avons prolongé ce délai à un an qui peut être renouvelé deux fois si cela est souhaité, une demande chaque année est adressée aux retraités.
    J'ai bien vu ta proposition, le constat depuis quatre ans est que nombre de collègues, au bout d'un an ou deux, ne sollicitent pas le renouvellement… mais à voir.

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  45. De: Graca Rio-Torto
    domingo, 17 de Janeiro de 2016 15:06
    Lamento muito o que se está a passar em algumas universidades europeias e também portuguesas. A mim já me custa ir às cerimónias de homenagem, pois parecem-me sempre de despedida... Quanto mais saber que os mails institucionais são apagados, ainda que os docentes continuem ao serviço das instituições, quando estas deles precisam.
    Não quero alongar-me, para não dizer tudo o que me vai na alma.
    Votos de um bom ano e de muita saúde e resistência para suportar tais instituições.

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  46. De: Luis Reis Torgal
    domingo, 17 de Janeiro de 2016 20:27
    Já sabes o que penso sobre este e outros temas. A Universidade vai perdendo (talvez fosse sempre perdendo — daí a constância da sua “crise”) o sentido de Comunidade e de Competência que fazia parte da sua essência. Por isso eu e o Ângelo Brigato Ésther, da Universidade Federal de Juiz de Fora, escrevemos o livro “Que Universidade?”.
    Acho que — depois termos dedicado a nossa vida à Universidade e desta nossa luta — devemos passar aos mais novos o testemunho desta crítica. Talvez eles queiram lutar ou… talvez não.

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  47. De: Normamusco
    domingo, 17 de Janeiro de 2016 23:49
    Este é um comportamento globalizado!!! Por aqui também os professores antigos e os aposentados são simplesmente descartados. As pessoas perderam o sentimento, o respeito e a educação. Aí está um dos motivos da minha aposentadoria. Priorizei a minha saúde.

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  48. Antes de mais, caro professor José d'Encarnação, o meu obrigado pelo conhecimento que me faculta sobre esta ocorrência desgraçada. E a minha total solidariedade com a sua justíssima indignação. Entretanto, um comentário apenas: pobres e miseráveis aqueles que não enxergam que o curso da Humanidade é um contínuo, onde cada quebra é uma perda inestimável. Só nessa fatal falta de visão é que pode entroncar este perverso «abatimento» de activos, pior quando o motivo invocado e assumido é a idade. Onde fica o saber acumulado, a colaboração ainda preciosa, o preceito da solidariedade intergeracional, a Humanidade, enfim? Em França, como por cá, dir-se-ia que a conspiração dos estúpidos se guindou ao poder... Interessa, entretanto, apurar, com a urgência de que a Humanidade carece, quem lhes puxa os cordelinhos de abjectas marionetas. Se servir de consolo (ou exemplo positivo) lhe informo de que, no sindicato a que pertenço, são mantidos os trabalhadores sindicalizados reformados, desde que os próprios mantenham essa vontade. E permanecem elementos activos para a comunidade, porque nem de outro modo deve ser.

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  49. Caríssimo Professor José d'Encarnação, muito obrigada por mais esta partilha. É, de facto, uma situação lamentável e triste. Embora num grau de ensino diferente, no secundário,também isso me aconteceu,há três anos, quando me aposentei. Para além do meu endereço electrónico ter sido eliminado, pior que isso,passei- tal como os outros professores nesta situação - a ser, para a direcção da Escola, pessoa não grata na escola. Senti-o quando organizei a sessão de poesia, em colaboração,com a Biblioteca da Escola, na altura do Dia Mundial de Poesia; no ano seguinte em que também colaborei; sinto isso quando lá vou, por exemplo, afixar o cartaz das sessões de poesia de "um poema na vila". Não aceitam qualquer tipo de colaboração que se proponha e nem sequer somos convidados para confraternizações na escola. Há escolas que têm essa consideração para com os mais velhos.Lembro-me que passados três meses de ter sido aposentada, fui à escola e os alunos de uma turma, que tinha deixado, ao verem-me, pediram à Professora para sair um pouco da sala para me virem cumprimentar e a minha Colega autorizou. Foram não mais que cinco minutos, muito doces. Incrível, essa Colega contou-me estupefacta, quando me encontrou, que tinha sido chamada à atenção pela direcção para não repetir tão condenável atitude!
    Fico chocada sempre que este tema é abordado e revoltada, porque, com esta deshumanidade perdemos todos, sobretudo os alunos.

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  50. Quero aproveitar este 'apontamento' de AF para agradecer a quantos se disponibilizaram a comentar a minha indignada crónica. As 'histórias' que esses comentários veiculam (como é o caso deste último) mostram como, em vez de serem alfobres de Humanismo, há escolas que, por via de atitudes impensadas (deixem-me que usem este termo e não outro...), resistem a integrar-se na Humanidade. Bem hajam (os autores dos comentários, entenda-se!...)!

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  51. fabiovergara
    quinta-feira, 21 de Janeiro de 2016 00:27
    Puxa, Encarnação, me fez pensar muito!!!! Estou envolvido em campanha para a reitoria. Há um grupo que defende a minha candidatura a Reitor. E o assunto dos aposentados, assim como dos egressos, me interessa muito. Na maioria das universidades, os aposentados se desmaterializam. Perdemos muito com isto. Aqui na Alemanha vejo muitos aposentados muito ativos, como Professor Emeriert. Compartilho sala com eles. Seguem pesquisando, vivendo a universidade.
    Tenho pensado diferentes formas de manter acesa a chama que vincula o professor a sua universidade, desde a possibilidade de atividades voluntárias para acompanhamento de estudantes vindos de outras regiões (pensei nisto em função do grupo de funcionários aposentados, aqui de Heidelberg, que semanalmente oferecem um café aos pesquisadores estrangeiros, para lhes dar acolhida), a importância de aposentados terem assento no Conselho Universitários... enfim... há que se ter ideias... Mas me assusta ver que a Europa, que no geral nos serve de modelo de enfrentamento à universidade produtivista neoliberal, submete-se agora a esta lógica administrativista. Triste!!!! Agradeço pela msg... os comentários me permitiram ter algumas ideias! Abs, F.

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  52. Bernardo Bastos
    21/1 às 12:23
    Caro Professor subscrevo tudo o que escreve. Isto não tem nada a ver com os valores que os nossos maiores nos transmitiram. Infelizmente vivemos numa sociedade sem alma nem coração. E mais não digo mas gostaria ........

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  53. Caro José d'Encarnação,

    a minha opinião está muito dependente de uma questão atualíssima que não foi focada, nem sequer existia nos "tempos dourados" da nossa iniciação cibernética .... Assim, seguem duas perguntas cujas respostas considero imprescindíveis:
    - que espaço do céu ocupam as contas de servidores? São algo como os gabinetes, para os quais obviamente deve ter prioridade quem está ao serviço?
    - Quanto custam uns mails a mais no arrendamento global de uma operadora?

    Porque, se me disserem que as contas de reformados/ aposentados tiram espaço a quem está ao serviço ou levam à ruína o orçamento de uma universidade, terei de entender, apesar da mágoa, o "abatimento" dos aposentados/ reformados como um mal necessário, mas que ninguém deseja. Se assim não é, e não temos céu ou orçamento esburacados, entro no seu campo de considerações sobre o mau conceito de Universidade que Bordéus se propõe implementar. Mais lamentável é que haja casos idênticos!
    Obrigada por ter trazido ao meu conhecimento este episódio, que me faz sentir feliz - servidor à parte - por uma Universidade que se empenha em informar-me e pedir participação nos eventos importantes que nela decorrem!
    Abraço amigo, Teresa Schiappa

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  54. Peço desculpa pelas gralhas que escaparam na resposta anterior, que deveria ser a seguinte:
    Gostei, Teresa, da ironia da pergunta! Trata-se de um serviço gratuito e não serão os aposentados que 'entupirão' o servidor!... Bem hajas por teres posto a mui pertinente questão!

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  55. _______________________________________
    De: Francisca CHAVES TRISTÁN
    domingo, 24 de Janeiro de 2016 19:16

    Querido José, a mi también me parece una injusticia que retiren el mail a los profesores jubilados... Lo he visto en JP Bost que es uno de los investigadores más serios e importantes que conozco!
    Por mi parte me uno a las protestas de todos los que opinais que esa no es una actitud seria por parte de las Universidades.

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  56. De: joao gouveia monteiro
    sexta-feira, 29 de Janeiro de 2016 11:24

    Estimado amigo,
    Peço desculpa pela resposta tardia. Concordo com a sua nota e junto a minha voz à de todos os que já lamentaram não haver outro tipo de atenção relativamente aos professores jubilados e aposentados. Não por caridade, mas sim porque estes são um património precioso das nossas escolas, são pessoas a quem devemos quase sempre uma vida inteira de dedicação às nossas instituições de ensino e que continuam a ser utilíssimas nos nossos centro de investigação, nas nossas revistas, nos nossos congressos, nas nossas tertúlias e até (muitas vezes) no nosso ensino. Pessoalmente, sinto a falta de companhia de muitos deles e gostaria de os ter mais próximos, de beneficiar do seu conselho, da sua experiência acumulada e da sua sabedoria. Compreendo que a gestão dos espaços, depois de anos e anos de desinvestimento no Ensino Superior, possa colocar dificuldades na conservação de gabinetes individuais, em algumas faculdades mais apertadas em termos logísticos. Mas não entendo qualquer outra forma de exclusão, muito menos a da circulação eletrónica da informação. Não partilho uma conceção empresarial das escolas e considero que as pessoas têm de ser sempre consideradas como a mais valiosa das nossas riquezas. Honra aos nossos mestres, pois sem eles dificilmente seríamos o que somos hoje. Uma comunidade sem memória é um agrupamento à deriva e sem futuro, um somatório de gente sem esperança de redenção.

    Um abraço muito amigo do

    João Gouveia Monteiro

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  57. De: Maria Fialho [mailto:mcfialhofluc@gmail.com]
    19 de Janeiro de 2016 17:20

    Estou admirada com a tua admiração! Em 1998 contava-me o grande classicista Hellmut Flashar, recém-jubilado da Univ. de Munique, que um 'fedelho' acabado de subir à cátedra lhe comunicou que, para utilizar a sala de professores (já que tinha ficado, no dia da jubilação, sem as mordomias do Ordinarius alemão: gabinete, secretária, tarefeiros), ainda que fosse para orientação dos doutorandos que ainda tinha, havia que cumprir os horários destinados a cada um, caso contrário perturbava.
    E por aqui, o que verifico, é que quem sai (a não ser raras excepções, como nas Clássicas) cai no Poço das Almas. É a sociedade de consumo no seu melhor, meu Caro! Concorrência de capitalismo selvagem e há que dar graças ao Altíssimo, por parte de quem for catedrático com mais de 60 anos, de não lhe porem arsénico no chá das 5.
    Contra-corrente? Organizarem-se os 'abatidos' com força de alma e competência e fazerem ciência, em privado e nos espaços públicos. Digo isto a partir da minha sensibilidade de 62 que já se sente com um pé de fora - não fui feita para controle de escolinha, relatório de relatório de relatório, tutorias, etc. Eu só queria que me deixassem dar aulas a gente preparada e investigar. Hoc est peccatum meum.

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  58. De: Adelaide Chichorro Ferreira
    22 de Janeiro de 2016 15:49

    Fiquei muito sensibilizada com o que me enviou. Tristes tempos estes, em que os mais velhos são tratados como itens descartáveis...! Esta ideia percorre todas as instâncias dos meios académicos e não só, hoje em dia. Estou a escrever um livro que também aflora o problema. […]

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