Descendente
de fabricantes de cortiça (S. Brás tem longa tradição
nesse domínio, como se sabe!), Carlos Guerreiro evocou as suas idas, com o pai,
«a fábricas de cortiça de Amorim & Filhos, para trocarem impressões e
fazerem negócios», e acrescentou:
«Contou-me
o meu pai que, antes de Américo Amorim ter nascido, o seu pai lhe disse na
brincadeira:
‒
Olha, Américo, vou pôr o teu nome ao meu filho. Posso? Não te importas?».
Américo Amorim |
Assim
contado, parece simples, sem importância alguma; revela, porém, se atentarmos
bem no caso, uma personalidade de excepção ,
que sabe apreciar os outros e relevar as suas qualidades.
Prossegue
Carlos Pires Guerreiro a contar o que sabia de Amorim (pai), «homem de grande
dinamismo empresarial», «que dava trabalho a muita gente nas suas fábricas, com
a particularidade de pagar para além da tabela salarial e sempre ‘a tempo e
horas’».
O
humanismo do pai, esse fino trato pleno de simplicidade herdou-os também o
filho, que bem cedo terá aprendido que, numa fábrica, não há apenas máquinas,
mas há sobretudo pessoas que fazem trabalhar as máquinas. E – tal como seu pai
– tudo acompanhava de perto, misturando-se com os operários.
Não
li senão palavras de louvor e de enorme pesar pelo falecimento de Américo
Amorim, quando – por estar cotado entre os mais ricos do mundo – quase seria de
esperar que uma ou outra voz discordante se tivesse feito ouvir. Não se ouviu.
Américo Amorim, na linha da educação
que recebera, foi um HOMEM com todas as letras maiúsculas!
Que
o seu exemplo frutifique e que a sua biografia seja lida com a maior atenção por quantos – líderes privados e públicos –
carecem de saber como se deve agir para ter uma vida com êxito e virem a ser
recordados com saudade.
Que
descanse em paz quem tão fecundos exemplos (e não só, claro!) nos legou!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 250, 20-09-2017, p. 13.
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