quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Incursões (9)

            Terminava a minha anterior colaboração para o Ecos do Costa, redigida – imagine-se!... – a 16 de Janeiro de 2009, o que não deixa de ser sintomático e motivo de reflexão no que concerne à vida e actividade do Clube (que se me perdoe a observação), com a seguinte frase:
            «Na verdade, tal como em tempo de Romanos, também as placas epigrafadas de hoje têm um significado explícito; mas, se calhar, o que nelas está implícito é ainda mais eloquente!».
            E não foi inocente a referência à data de 2009, porque – relacionando-a com a frase – me surgiu de imediato a imagem que ilustra esta breve reflexão. É que já lá vão bastantes anos que chamei a atenção para o que se diz nesta placa azulejada que alguém mandou colocar à entrada dos Paços do Concelho.
Repare-se, para já, que eu escrevi «Paços do Concelho» e apenas «Paços do Concelho». Na realidade, o que a placa pretende identificar é o edifício onde foi colocada e esse edifício é a sede física do poder político concelhio, não é ‘o município de Cascais’, que, esse, é um território a abarcar as cinco freguesias em que ora se divide (e que lutaremos para que assim se mantenha organizado). E não escrevi ‘Cascais’, porque… donde é que haveria de ser? De… Alguidares de Baixo, ali? Está mal, portanto. Já incitei a que se corrigisse e, até ao momento, outras têm sido as prioridades na azulejaria pública cascalense.
Mas eu também escrevi, em Janeiro de 2009, sobre a importância do que «está implícito». E, na verdade, vêm de seguida, nessa placa, as supostas traduções do que está na primeira linha. E digo «supostas» porque não são traduções; estão mais ou menos correctas em relação à ideia e não à escrita (excepto a do francês: diz-se «hôtel de ville» e não «mairie»). O que me interessa ora ressaltar é a ordem pela qual as línguas foram escritas, aqui há uns largos anos atrás: português, castelhano, francês, inglês e alemão. E perguntar: seria, em 2012, essa a ordem que se proporia? Seria outra? Porquê?

Publicado em Ecos do Costa (Boletim Informativo do Clube Desportivo da Costa do Estoril), nº 30, Dezembro 2012, p. 5.

 

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