Tanto
em relação aos nossos bichos como até a alguém que sofre de qualquer maleita:
–
Pronto, já variou! Ele, de vez em quando, dá-lhe isso: vareia!
E os mimos com que
– a sério ou a brincar – arramalhetamos
as nossas falas, também em relação a animais, a crianças e a adultos:
–
Ai, filho de uma magana!... Olha o filho do diabo do cão!...
Nem
o catraio é filho de uma magana nem o cão, por mais endiabrado que pareça,
poderia ser filho do diabo!
O
curioso é verificar que os linguistas apontam para étimo de ‘magano’ um
substantivo latino, mango, que era a
designação dada aos negociantes de escravos e àqueles que «enfeitam a
mercadoria para a vender por melhor preço»! Eu acho que só podem estar a
mangar!... Não deixaria, certamente, de causar alguma perplexidade ao feirante
ou ao homem do talho ou, simplesmente, a um decorador se lhes chamássemos: seus
maganos, hein! Pensariam que os acusávamos de uma patifaria qualquer e… nós
apenas eruditamente arramalhetávamos
a nossa conversa!...
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel] nº 173,
Junho de 2013, p. 10.
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