sábado, 6 de julho de 2013

A transformação pela dança

        Poderá parecer estranha a afirmação. Terá a dança esse condão de transformar quem a executa e, sobretudo, quem a ela se dedica de alma e coração? O ritmo, a beleza dos movimentos, a interpretação gestual da mensagem musical e correspondente transmissão a quem dança e a quem observa…
            Uma questão a que afirmativamente responderam os 676 alunos (e respectivos docentes) das Academias Ai! A Dança – de Sintra I & II, Loures I & II, Santa Iria e Pontinha – nos espectáculos que proporcionaram aos familiares e aos amigos que por completo encheram o grande auditório do Centro Cultural de Belém, nos passados dias 29 e 30 de Junho.
            E foram vinte e oito as transformações mágicas a que se pôde assistir nesses dois espectáculos, em que apenas dois ou três quadros se repetiram e, de um modo geral, mesmo os que apresentaram o mesmo tema foram executados por classes diferentes. E assim, desde a afirmação de que, a dançar, «Sou… a dança!» até à declaração final «Sou… assim!», vimos como se poderia pensar na dança como forma de os bailarinos transfigurarem a terra, o batimento, o mistério, a união, o sonho, a alegria, o coração, o futuro, o amor, o movimento, a vida, a suavidade, o sapateado, a força, o mundo, a festa, o conforto, o pulsar, a luz, a energia, o riso, o acreditar, o empenho… Tudo isto!...
            Difícil se torna salientar o que mais impressionou: se as mimosas actuações dos mais pequeninos, se o salero das danças sevilhanas, o bem ritmado bater forte do sapateado ou a extraordinária maestria do hip hop, que sempre nos deixa maravilhados pela sintonia e absoluto domínio da requebrada movimentação mecânica…
            Uma conclusão, porém, se impõe: a dança com elevadíssimo valor pedagógico e a enorme capacidade de organização de um espectáculo assim, com criancinhas e jovens e adultos. Estão de parabéns os docentes, bem liderados por Lucília Bahleixo. Cristina Pereira esteve arduamente na direcção de cena e mereceu o forte aplauso que ouviu, assim como todos os técnicos que a coadjuvaram na montagem e acompanhamento dos espectáculos. E, claro, de parabéns estão, naturalmente, os alunos – pela sua entrega, espírito de sacrifício e… alegria de viver – com a dança!...

Publicado em Cyberjornal, edição de 06-07-2013:

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