Contudo, a notícia não terá tido
grande eco e tudo recomeçou, de modo mais acutilante, com o artigo «A mata de
dragoeiros do Parque Palmela em Cascais (Portugal), contributos para a sua
valorização », publicado na revista Bouteloua, nº 21 (Junho de 2015), p. 123-133, por Vasco Manuel Almeida da Silva, do Centro
de Ecologia Aplicada “Prof. Baeta Neves”, do Instituto Superior de Agronomia. O
resumo do seu artigo reza assim:
«No
maciço de dragoeiros existente no Parque Palmela em Cascais (Portugal) foram
identificados 4 exemplares de Euphorbia piscatoria Aiton que se propõe
incluir na classificação de interesse público. Avalia-se o estado de conservação
da vegetação e apresentam-se medidas de gestão».
Entre as medidas de gestão, designadamente para melhor usufruto dessa mata de espécies únicas, propunha-se a retirada dos painéis publicitários (Fig. 1) que impediam a visão da beleza da pequena mas bem significativa mata.
Fiz-me eco desse texto e aplaudi a
proposta no artigo «O sangue do dragão escorre em Cascais…»,
publicado em Costa do Sol Jornal, nº
177, 09-03-2017, p. 6 (acessível em: http://notascomentarios.blogspot.pt/2017/03/o-sangue-do-dragao-escorre-em-cascais.html
).
Foram
muitos os comentários a apoiar a ideia
e iniciou-se, por isso, a 21 de Março deste ano, nos serviços camarários, por pronta
intervenção da Cascais Ambiente, o processo
que propunha a retirada de, pelo menos, o painel institucional gerido pela
Câmara.
O
processo seguiu todos os trâmites necessários em tais situações, sempre angariando
pareceres favoráveis, tendo culminado com a proposta de concordância, por parte
do Director do Departamento de Gestão Territorial, Luís Campos Guerra, datada
de 12 de Julho, p. p.
É,
pois, com a maior alegria que damos esta notícia, na medida em que, na
realidade, se passa a ter, com muito maior visibilidade, mais um elemento de
interesse em Cascais, numa altura em que o turista cada vez se interessa mais pelo
património natural (Fig. 2).
Como
oportunamente referi, quanto seja do meu conhecimento, temos o dragoeiro da
Quinta da Carreira (escolhido para logótipo pela Associação
de Moradores ), que – teve Rui Pais
de Amaral a gentileza de informar – já se encontra protegido há muito, conforme
o DR nº 233, de 26 de Setembro de 1995, com Declaração
de Rectificação no DR nº 100, de 30
de Abril de 2002.
Há
um outro, também de boas proporções, no recinto do Hospital de Sant’Ana
(Parede).
E
eu tive ensejo de apreciar, há dias, o dragoeiro existente na Rua do Cardeal
(Charneca): dum lado em flor, cujo néctar as abelhas afanosamente cobiça sorviam
numa azáfama de espantar (Fig. 3); e, do outro, já
com os cachos dos frutos, bolinhas menores que um berlinde (Fig. 4). Dava gosto ver!
Como
dará, com a retirada do painel, a quantos passarem junto à entrada do Parque
Palmela, quer vindos desse mesmo parque, quer no regresso de saudável caminhada
no paredão ou de tonificante banho na Praia das Moitas ou na zona da Piscina
Alberto Romano.
José d'Encarnação
Fig. 3 - A exuberância do dragoeiro em flor, a sedução de dezenas e dezenas de abelhas sedentas do seu néctar! |
Fig. 2 - Um trecho da mata de dragoeiros no Parque Palmela |
Fig. 1 - O painel publicitário que vai ser retirado, por decisão camarária, para que melhor possa apreciar-se a beleza da mata. |
Fig. 4 - A flor vermelha do hibisco realça os raminhos do dragoeiro completamente cheios das bagas das sementes. |
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