Coruja-do-mato |
A
revista ADUFE, do concelho de Idanha-a-Nova, é disso um bom exemplo. De
periodicidade anual, já vai no nº 24, o de 2016, último que me chegou às mãos
(peço desculpa de só agora a ele me referir).
Bilingue
(português – inglês), 128 páginas profusa e magnificamente ilustradas, abre com
o editorial assinado pelo presidente da Câmara, Palma Jacinto, que justamente
realça a distinção mundial que hoje detém a sua cidade, pois desde Dezembro de
2015 que a UNESCO a declarou «Cidade Criativa» na área da Música; e «Reserva da
Biosfera» em 2016, a
assinalar os 10 anos da criação do Geopark Naturtejo da Meseta Meridional.
Se
tudo isso é motivo de orgulho, acentua, também implica «imensa
responsabilidade». As classificações, os prémios (digo eu) trazem notoriedade,
a nível nacional e internacional, mas obrigam a que os municípios e, sobretudo,
os seus gestores consciencializem a necessidade de manter o dinamismo: o empurrão
inicial carece de continuado acompanhamento. Isso, aliás, tem feito Idanha e
permita-se-me que aproveite para louvar a recente (e de há muito esperada!) aquisição
da mansão da família Marrocos, logo à entrada de Idanha-a-Velha, convertível,
segundo o que está planeado, em «hotel de charme», expressão ora muito em voga,
que acarreta, no entanto, uma responsabilidade enorme, no que concerne à
manutenção e, sobretudo, à sua utilização em termos de rendibilidade. E aí
voltaríamos ao tema das acessibilidades, da promoção correcta e sustentada dos vestígios
da importante cidade romana que jaz a seus pés…
Perdoar-me-á
o leitor se fugi ao tema. Sucintamente, então, recupero o fio à meada: nesta
edição da Adufe, «sons com música» trata de instrumentos musicais; «flores
raras» debruça-se sobre o património vegetal (com desenhos magníficos!); «.pt»
dá conta dos casais estrangeiros que chegaram ao território, por ele se
enamoraram e por lá estão; «asas no escuro», um olhar perspicaz sobre as aves
nocturnas; «Tejo», o rio que une e as suas encantadoras paisagens; Josefina
Pissarra, de Penha Garcia, e os seus preciosos petiscos tradicionais…
Enfim,
mil e uma razões para, um dia destes, se abalar até um ‘mundo’ por que mui
facilmente nos deixaremos seduzir!
José d’Encarnação
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