A
inauguração do novo espaço fez-se
com pompa e circunstância, após as peças arqueológicas – algumas das quais
únicas no mundo – terem tomado o caminho do grande contentor, onde
religiosamente se guardam as relíquias do longínquo passado cascalense.
Tudo
isso foi feito como se, na verdade, se tratasse da primeira grande homenagem
que o município de Cascais prestava a um dos vultos maiores da literatura
portuguesa. Ora sucede que os seus promotores terão esquecido que, na edição de
5 de Dezembro de 1985, o Jornal da Costa
do Sol, celebrando o cinquentenário da morte do poeta, dedicou um
suplemento de oito páginas (oito!), a evocar as relações do poeta com os
concelhos de Cascais e de Oeiras.
Aí
se conta, em pormenor, tudo – e mais alguma coisa! – o que viria a ser exposto
nesse novel espaço do museu: porque é que o poeta queria vir para Cascais, a
sua relação com a Casa de Saúde de Cascais; toda a documentação referente à sua
candidatura; ampla história, elaborada por Victor Belém, intitulada «O mistério
da Boca do Inferno – Fernando Pessoa versus
Aleister Crowley»…
Talvez
não fosse, pois, má ideia que os
promotores da iniciativa no museu buscassem essas páginas, as digitalizassem e
as pusessem ao dispor dos visitantes – enquanto o memorial estiver montado.
Publicado em Cyberjornal, edição de
02-09-2013:
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