domingo, 20 de março de 2016

As comunicações… necessárias!

           Saúda-se, naturalmente, com todo o apreço, as diligências levadas a cabo – e com êxito – pela autarquia são-brasense para dotar a vila de infra-estruturas rodoviárias consistentes e capazes de bem servir a população. A variante que por completo contorna o núcleo urbano facilita a circulação, evita a sua travessia por quem se dirija a outras paragens e S. Brás pode mui justamente orgulhar-se disso.
            Por conseguinte, a nível de vila estamos bem servidos. É altura, agora, de se começar a olhar para o interior e, também aí, estão em curso planos sistemáticos de limpeza e reabilitação de caminhos, o que é de muito louvar, atendendo a que só se fomenta comunidade se houver facilidade de deslocação.
            Contudo, ao apelar, no título desta crónica, para a necessidade de comunicações aqui, não é a essas que me quero referir, mas sim às do concelho para o exterior ou, dizendo de forma mais aliciante, do exterior para o concelho. Para norte, mantemos as típicas curvas do Caldeirão e não há como fugir-lhes. Para as bandas de Tavira, a estrada da serra está muito melhorada e faz-se bem. Para Loulé, continuamos como há décadas atrás, mas também não haverá muito a mexer. No que concerne à ligação à A22, é que a porca torce o rabo, porque – queiramos ou não – uma ida a Faro, quer se faça pela N2 (olha, é mesmo a Nacional 2, quem diria!?...), quer se opte pela EM 523 (pelo Corotelo e por Bordeira), é o cabo dos trabalhos.
            Na Bolsa de Turismo de Lisboa dos começos deste mês de Março, S. Brás esteve representado a contento e bem propagandeou a Feira da Serra, onde, disse-se, a convidada-mor será a inovação. Mas Feira da Serra quer-se com gente e S. Brás quer-se com gente o ano inteiro! E como se vem para cá, se a estação de caminho-de-ferro (ai, o caminho-de-ferro, sonho doirado dos republicanos desde primórdios do século passado!…), fica a quilómetros?!...
            Está no poder o Partido Socialista; a maior parte das câmaras algarvias têm presidência socialista. Não é de aproveitar a oportunidade para se unirem e pugnarem pela urgente revitalização do caminho-de-ferro, como excelente alternativa à 125, e pela criação de carreiras que – no caso de S. Brás – façam o trajecto a Faro ou a Loulé, em coordenação com os horários dos alfas e dos intercidades? E as estações dessa linha ferroviária costeira são ‘coisa’ que se apresente ao nacional, quanto mais ao estrangeiro?! Vim, há tempos, num alfa de Lisboa para Loulé: carreira para a vila? – ná! Táxi para a vila? – Ná! Até Silves, que é cidade, tem estação que nem lembra ao diabo, pois nada tem e o diabo nem sequer lá pensa em ir porque… não há lá ninguém para tentar!...

                                                              José d’Encarnação

Publicado em Noticias de S. Braz nº 232, 20-03-2016, p. 11.

 

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