Fechadas
essas portas, outras mui oportunamente se abriram e quem esteve à frente dos
destinos da galeria de arte do Casino Estoril – com longo e mui reputado
palmarés no horizonte artístico nacional – agarrou de imediato na ideia que os
luminares dos baixos do Parque haviam deitado janela fora.
E,
a partir de 1981, os Salões de Primavera do Casino Estoril guindaram-se a
elevado plano, nomeadamente porque tiveram como objectivo primeiro «divulgar e
promover a Arte Jovem», tendo para isso sabiamente convocado estudantes
finalistas das faculdades de Belas Artes das universidades de Lisboa e do Porto.
Realizaram-se 27 salões, em que participaram 916 jovens, muitos dos quais –
como assinala o director da galeria, Dr. Nuno Lima de Carvalho – «hoje são
docentes das faculdades em que estudaram e outras escolas superiores» ou «artistas
de referência» no panorama das nossas artes plásticas.
A
exposição Artis 2015, que ora ali está patente até 4 de Março, congrega,
pois, artistas que «foram
distinguidos com prémios e menções honrosas e que se apresentam agora com uma
escrita definida, uma modalidade adoptada, uma temática preferida e uma
carreira artística de sucesso»: Ana Teresa Vicente, Abreu Pessegueiro, Carolina
Piteira, Daniel Curado, Diogo Navarro, Filipe Curado, Francisco Pinto, Gonçalo
Gonçalves, Hugo Marques, Isabel Teixeira de Sousa, Joana Arez, Joana Hamrol,
Jorge Francisco, Mara Costa, Maria Salgado, Marlene Teixeira, Paulo Pina,
Rafaela Nunes, Susana Carvalho e Vítor Novo.
Participantes na exposição Artis 2015, com o director da galeria, Nuno Lima de Carvalho |
Louve-se
a iniciativa. Só não é de louvar a abstrusa e dificilmente compreensível proibição de a galeria poder ser visitada por menores de
18 anos. Trata-se de uma lei parida pela Inspecção
dos Jogos, sob pretexto de que os jovens não podem ver os adultos jogar nas
máquinas, uma vez que estas são visíveis no acesso à galeria. Se acompanhados
pelos pais ou por familiares, que – naturalmente – lhes explicariam o
significado do jogo e os riscos a ele inerentes, qual a razão lógica para essa
proibição ? Aliás, não vêem os jovens
– e sozinhos!... – outras ‘coisas’ bem piores no seu dia-a-dia?
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal , edição
de 18-02-2015:
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