Mas
é verdade que se completaram, no passado dia 2 (dia de Nossa Senhora das
Candeias!... – que a Senhora nos ilumine!...), 30 anos sobre a entrega, pela Segurança
Social, à Santa Casa da Misericórdia de Cascais desse estabelecimento quase
prisional, com a finalidade de ser transformado no Centro de Apoio Social do
Pisão, hoje com 340 utentes, homens e mulheres, sob o peso dos mais variados
graus de… ‘diferenças’.
A
efeméride foi comemorada no dia 3, com a presença de muitas das entidades
ligadas à Instituição, de que cumpre destacar – para além, naturalmente, dos
corpos sociais da Misericórdia e seus técnicos, que fizeram as honras da casa –
o Secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho; a Presidente
do Instituto da Segurança Social, Mariana Ribeiro Ferreira; o presidente da
União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos; o Presidente da Câmara Municipal
de Cascais, Carlos Carreiras; o vereador que detém o pelouro da Segurança
Social, Frederico Pinho de Almeida; representantes da Segurança Social a vários
níveis (nacional, distrital e local); o Ten. Ferreira Costa (da GNR); órgãos de
Comunicação Social local e regional…
Quis
a Santa casa reunir num almoço cerca de 200 pessoas, entre convidados e
funcionários da instituição, na medida em que a intenção era manifestar –
através da entrega de uma placa comemorativa – a sua gratidão pela colaboração incessante
e mui dedicada de funcionários que têm 20 ou mais anos de serviço. Esse
agradecimento explicitou a Senhora Provedora, Isabel Miguens, repetindo que a
missão do Centro era tentar fazer destes utentes ‘cidadãos com nome próprio’. Manuel
Lemos, afirmando – com os antigos ‒
«gaudemus cum gaudentes», importa estar alegre com quem se regozija, louvou a
excelência da actividade desenvolvida e entregou à Santa Casa a placa de mérito
da União das Misericórdias. O presidente da Câmara salientou que, nos 650 anos
que Cascais leva de vila, a Misericórdia foi, sem dúvida, o parceiro maior,
numa tónica constante de exercício de amor ao próximo.
A visita imprescindível
A
terminar a série de discurso e antes da entrega individual das placas de homenagem,
o Secretário de Estado agradeceu o convite que lhe fora endereçado e que vinha
ao encontro de um desejo seu, pois lhe haviam dito: «Não podes deixar de ser
Secretário de Estado sem visitar o Pisão!». Sabia, disse, quanto era difícil
dar satisfatória resposta aos desafios que uma instituição como o Centro
diariamente apresenta, mas que é inexcedível a dedicação da equipa e, por isso,
numa política de proximidade, que cada vez mais se preconiza, prometeu
continuar a promover o diálogo, numa lógica não de tutela mas de parceria.
Seguiu-se
uma visita às instalações.
Recorde-se
que Mota Soares, Ministro da Solidariedade, também visitou o Pisão, a 1 de Dezembro,
p. p., inaugurando, na circunstância, um espaço museológico de memória do que foi
e ora pretende continuar a ser, noutros moldes e com outra filosofia, este
Centro Social.
Pisão - memórias com futuro |
Na
verdade, é outro mundo que ali se vive, ao passarmos por entre estes seres humanos
de olhar curioso ou ausente, em que descortinamos, bem lá no fundo, dores
infinitas, vozes caladas, anseios que a doença nunca deixou tornar realidade.
Mas são homens e mulheres como nós. Apenas, a dado momento, algo de essencial
lhes faltou – e hoje mui dificilmente se lhes consegue já dar. A não ser – e
isso há-de alcançar-se! – a consciência de que… têm um nome e o sabem!
Publicado em Cyberjornal, edição de
04-02-2015:
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