Onde é que isto está
Fig. 1 |
Olá!
Vou incluir infra os depoimentos que tiveram a gentileza de fazer acerca desta
placa, que está, naturalmente, numa esquina (!) e ainda existe! Está, de facto,
como alvitrou o Zé Fernandes, na Malveira da Serra, no cruzamento principal,
quando se volta para a estrada da serra (Fig. 1) e, se se seguir a estrada principal, para
poente, se vai para Colares. E também aí, num prédio antigo, há a indicação COLARES (Fig. 2).
Fig. 2 |
Como
explicita Zé Fernandes, tratou-se de uma iniciativa do Automóvel Clube de
Portugal, que, mercê de ‘doidos’ como eu por essas placas, tem já uma vasta
colecção de fotos e aceita mais, porque muitas haverá por fotografar.
Detêm
grande interesse histórico, por dois motivos: primeiro, porque dão conta das
terras que, nos primórdios do século XX, quando começou o hábito de viajar de
automóvel (o… ‘turismo’!...), mereciam referência como pontos de passagem ou de
apreciada paragem. Recordar-se-ão que a 1ª patrimoniice cascalense mostrou a
placa GUIA,
quando, hoje, esse ponto não é muito considerado. Em segundo lugar, as
casas onde essas placas estão marcam a entrada ou saída das povoações, o que,
do ponto de vista da evolução urbanística, se reveste de particular interesse.
Mas…
vamos lá ao Barão que aparece referido na placa, que indica que por ali se vai
para Lisboa e… para o Barão. Ou seja, é a estrada da serra que vai dar à Lagoa
Azul e termina no… Linhó! Ora, a figura mais importante do Linhó nos anos 20
era o Barão da Fonte, o proprietário de, entre outras, a Quinta da Fonte, que
doou às Irmãs Doroteias. Havia ali uma fonte, que a nova estrada fez
desaparecer – daí o nome. O Barão era sempre o «juiz» da festa da aldeia, que
nas suas terras fazia, pelos finais de Agosto, com procissão a condizer, em
honra da Senhora da Conceição e do senhor S. Sebastião. Daí que, na linguagem
popular, não houvesse Linhó, mas… Barão!
Outra
hipótese que também foi sugerida, como se verá, privilegia a possibilidade de
ser a indicação para a propriedade do Barão Hubert von Breisky, que na Malveira
construíra casa em 1956 e viria a falecer em 1966, como Zé Fernandes relata,
num acidente, na curva do Mónaco, em Caxias. Ora, os azulejos são muito
anteriores; por isso, a direcção BARÃO
que ali se indica é… o Linhó!
José d’Encarnação
Comentários
Mais acertada pergunta seria: "- Quem decifra esta
legenda?"
Primeiro tenta-se saber onde está, porque o contexto
espacial é susceptível de explicar o significado.
Claro! Para um habitante das
redondezas, conhecedor do caminho a tomar, para o "Barão" e/ou para
Lisboa, é por ali. Mas para o ignaro, deparando-se com semelhante letreiro... O
que é Barão? É título? É topónimo? Adoro estes
"problemas". Graças a si.
Não tenho qualquer ideia.
Carcavelos.
E quem sabe quem punha estas
placas de azulejo e quando?
Tu sabes? Mas em Carcavelos,
digo-te já, não é!
Ok, José d'Encarnação
Deve ser então na Malveira da Serra. Poderá já ter
sido demolido.
Penso que Barão se refira ao caminho para Carcavelos
(Quinta do Barão?).
Trata-se de azulejos com a toponímia das localidades
que foram colocados ao longo de todo o país, nas entradas das povoações por
volta de 1919 e 1921. Eram fornecidas pelo A. C. P. (Automóvel Clube de Portugal)
e colocadas sobretudo no lado esquerdo das estradas, pois o trânsito automóvel
em Portugal fazia-se pela esquerda até 1 de Junho de 1928.
Normalmente têm as letras ACP entrelaçadas por cima.
A partir dos anos 80. eu comecei a fotografar todas as
placas destas que ia encontrando. Muitos azulejos que fotografei têm vindo a
ser demolidos.
Penso que a Vacuum Oil, mais tarde Mobil, também as
patrocinava.
Tendo eu sido funcionário do ACP nos anos 70, fiz umas
indagações sobre este assunto, e penso que o ACP facultava estes azulejos à
medida que eram solicitados nas respectivas localidades.
Está na esquina de uma parede!
Cá está uma resposta acertada.
Apetecia-me responder: «À alentejano esperto!...», sem ofensa, amigo Fernando!
Isto é
uma pintura numa tela.
Não estou a ver a localização,
mas segundo buscas que fiz o "Barão" deverá referir-se a um caminho
para a propriedade de um tal Barão Hubert von Breisky, na Malveira da Serra.
O Barão Hubert von Breisky foi
um diplomata austríaco que chegou a Portugal em 1938 ou 39, e ficou em Portugal
até à sua morte em 1966 num acidente na Marginal na curva do Mónaco em Caxias.
Os azulejos são muito anteriores à vinda dele. Teve vários filhos que ficaram
cá a viver. Um deles, o Stephen, vivia na Malveira, tendo morrido há poucos
anos [2007].
Antonio
Jose Paula
Perto da PAREDE...Paço de
Arcos?
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