Acertou
Valter Amaral, quando sugeriu que se tratava do trecho de um azulejo da igreja
matriz de Carcavelos.
Assim
é, de facto.
Cristo
a ser flagelado é uma das cenas pintadas na capela-mor deste templo deveras singular,
a que já Raul Proença, no seu Guia de
Portugal, em 1924, se referia nestes termos:
«A
vila só conserva de interessante a igreja
matriz, do princípio do século XVII, com rico revestimento interior de
azulejos policromos da época, de tapete, emoldurando pequenos quadros
cerâmicos».
José
Meco teve ocasião de salientar a grande riqueza da azulejaria ali conservada,
atribuindo-a a Gabriel del Barco, um pinto r
espanhol que veio para Portugal após o termo da Guerra da Restauração , pelo último quartel do século XVII, tendo aqui desenvolvido
grande actividade, nomeadamente como pinto r
de tec tos e de azulejos. Em seu
entender, a capela-mor desta igreja «é uma pequena preciosidade».
Note-se,
para além da expressão facial dos personagens, o enquadramento de toda a cena e
o esplendor que ressalta dos tons amarelos, nada comuns na azulejaria a que
estamos habituados.
Sobre
a matriz de Carcavelos, podem saber-se mais em:
‒
Registo Fotográfico de Carcavelos e
Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, de Guilherme Cardoso, Jorge
Miranda e Carlos
Teixeira, Câmara Municipal de Cascais, Cascais, 1988, p. 59-69.
‒
Dos
Segredos de Cascais, de José
d’Encarnação , Edições Colibri, Lisboa, Dezembro 2009, p. 122-126.
José d’Encarnação
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