segunda-feira, 16 de julho de 2018

Patrimoniices cascalenses 14

                                                  Um azulejo da matriz de Carcavelos

 
            Acertou Valter Amaral, quando sugeriu que se tratava do trecho de um azulejo da igreja matriz de Carcavelos.
            Assim é, de facto.
            Cristo a ser flagelado é uma das cenas pintadas na capela-mor deste templo deveras singular, a que já Raul Proença, no seu Guia de Portugal, em 1924, se referia nestes termos:
            «A vila só conserva de interessante a igreja matriz, do princípio do século XVII, com rico revestimento interior de azulejos policromos da época, de tapete, emoldurando pequenos quadros cerâmicos».
            José Meco teve ocasião de salientar a grande riqueza da azulejaria ali conservada, atribuindo-a a Gabriel del Barco, um pintor espanhol que veio para Portugal após o termo da Guerra da Restauração, pelo último quartel do século XVII, tendo aqui desenvolvido grande actividade, nomeadamente como pintor de tectos e de azulejos. Em seu entender, a capela-mor desta igreja «é uma pequena preciosidade».
            Note-se, para além da expressão facial dos personagens, o enquadramento de toda a cena e o esplendor que ressalta dos tons amarelos, nada comuns na azulejaria a que estamos habituados.
            Sobre a matriz de Carcavelos, podem saber-se mais em:
            Registo Fotográfico de Carcavelos e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, de Guilherme Cardoso, Jorge Miranda e Carlos Teixeira, Câmara Municipal de Cascais, Cascais, 1988, p. 59-69.
            Dos Segredos de Cascais, de José d’Encarnação, Edições Colibri, Lisboa, Dezembro 2009, p. 122-126.
                                                                                    José d’Encarnação

Sem comentários:

Enviar um comentário